O multi-instrumentista britânico também ajudou a formar o grupo pioneiro do rock progressivo, King Crimson
Rolling Stone EUA Publicado em 08/12/2016, às 15h01 - Atualizado às 15h15
Greg Lake, multi-instrumentista responsável por alçar a estética do rock progressivo ao lado de bandas como Emerson, Lake & Palmer e King Crimson, morreu nesta quinta-feira, 8. A informação foi divulgada pelo empresário do músico à BBC. Segundo ele, o pioneiro do prog rock enfrentava uma “longa e teimosa batalha contra o câncer”. A notícia chega nove meses depois da morte de Keith Emerson, ex-parceiro de banda dele. Lake, que na imagem acima aparece à esquerda, tinha 69 anos.
“É com grande pesar que eu me despeço do meu amigo e antigo companheiro de banda, Greg Lake”, disse Carl Palmer em comunicado. “A voz e a habilidade excepcionais de Greg como músico serão lembradas por todos aqueles que conheciam o trabalho dele ao lado do ELP e do King Crimson. Tenho belas memórias dos anos maravilhosos que tivemos durante a década de 1970, além de muitos shows memoráveis que fizemos juntos. Perder Keith este ano foi muito duro para nós dois. Mas, como Greg cantou no fim de Pictures at an Exhibition: ‘death is live’ [morte é vida]. A música dele agora viverá para sempre nos corações daqueles que o amaram.”
Como vocalista e letrista, Lake ajudou a moldar os alicerces que sustentam o rock progressivo: O gosto pela introspecção com uma pitada de elementos fantasiosos. Ele cantava com confiança e clareza, transformando a própria voz em uma força singular na cena progressiva da época. Tocando baixo ou guitarra – como ele costumava fazer no ELP – ele dava abertura a seus companheiros de banda para explorarem as mais vastas e intrincadas atmosferas sonoras. Ele era um músico bastante virtuoso, cujas habilidades na guitarra, em particular, deram vazão para que o trio fizesse diversas experimentações. Entre elas, a reinterpretação da peça clássica Pictures at an Exhibition, do compositor russo Modest Mussorgsky.
Greg Lake nasceu em Bournemouth, na Inglaterra, em 10 de novembro de 1947. Ele eventualmente se tornou amigo de Robert Fripp, líder do King Crimson, que tocava guitarra e morava perto da casa dele. Em 1967, juntou-se ao Gods, no qual Mick Taylor – que posteriormente substituiria Brian Jones nos Rolling Stones – também tocou. No entanto, ele deixou a banda antes que ela gravasse o primeiro LP da carreira. Lake passou então a fazer parte do King Crimson em 1968. Ele ainda cantou e tocou no poderoso e elogiado disco de estreia do grupo, In the Court of the Crimson King, que foi chamado por Pete Townshed, do The Who, de uma “obra de arte excepcional”.
Enquanto estava no King Crimson, Lake se tornou amigo de Emerson. Os dois tinham preferências estéticas sonoras semelhantes e decidiram formar um novo grupo, recrutando Palmer – que já tinha tocado com o Crazy World of Arthur Brown e também ao lado do Atomic Rooster. De acordo com o livro Legends of Rock Guitar, o trio ainda cogitou chamar Jimi Hendrix para tocar guitarra na banda, de forma que Lake ficaria apenas com o baixo nas apresentações ao vivo.
Emerson, Lake & Palmer estreou sobre os palcos em 1970, antes de lançarem, no mesmo ano, o debute de estúdio autointitulado. O disco se tornou um hit instantâneo, assim como a maioria dos álbuns lançados pelo grupo na década de 1970, como Brain Salad Surgery, que chegou ao Top 10 das paradas norte-americanas, e Tarkus, que chegou ao primeiro lugar das paradas britânicas em 1971.
O ápice do sucesso do ELP aconteceu em 1975, quando Lake emplacou o single solo “I Believe in Father Christmas”, que chegou ao segundo lugar nas paradas do Reino Unido, perdendo apenas para “Bohemian Rhapsody”, do Queen. Depois que o trio se separou, em 1979, Lake se dedicou a construir uma carreira solo, lançando em 1981 o álbum Greg Lake. O trabalho contou com a participação de gente como Gary Moore e Steve Lukather, além do baterista Jeff Porcaro e do saxofonista Clarence Clemons.
Emerson e Lake voltariam a tocar juntos na metade da década de 1980, mas com o baterista Cozy Powell em vez de Palmer, que estava tocando ao lado do Asia. Posteriormente, Palmer retornaria à banda, que continuou se apresentando ao longo dos anos 1990, com uma reunião em 2010. Lake lançou um último álbum solo, Ride the Tiger, em 2015.
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