A litografia dele de 1976, "Necronom IV", inspirou o personagem do filme de Ridley Scott, de 1979
Rolling Stone EUA Publicado em 13/05/2014, às 12h28 - Atualizado às 12h33
O pintor surrealista Hans Ruedi Giger, criador da figura assustadora do Alien e cuja arte estampou a capa de discos de Emerson, Lake and Palmer, Debbie Harry e Danzig, morreu nesta segunda-feira, 12, aos 74 anos. Ele estava hospitalizado após cair na escada em da casa em que morava em Zurique, na Suíça.
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Giger descrevia a sua arte como “biomecânica”, segundo a BBC, e ganhou popularidade com monocromáticas paisagens distópicas e com monstros perversos. Muita das pinturas trazia imagens de genitálias, enquanto outras traziam máquinas fundidas em corpos humanos.
“Minhas pinturas parecem impressionar mais as pessoas que são, bem, pessoas que são loucas”, disse Giger em entrevista, em 1979, de acordo com a agência de notícias Associated Press. “Se eles gostaram do meu trabalho, eles são criativos... Ou eles são loucos.”
A litografia dele de 1976, Necronom IV, serviu como base para a criatura que apareceu pela primeira vez em Alien – O Oitavo Passageiro, de Ridley Scott, em 1979. Ele ganhou o Oscar por Melhor Efeito Visual pelo personagem e contribuiu com desenhos para Poltergeist 2 - O Outro Lado (1992), Alien 3 (1993), A Experiência (1995), Prometheus (2012), entre outros. Ele entrou no Hall da Fama da Ficção Científica e Fantasia em 2013.
A misteriosa arte de Giger esteve em capas de discos de artistas que variam de gênero, do pop ao death metal. O álbum Brain Salad Surgery, de trio Emerson, Lake and Palmer, de 1973, trazia um encarte complexo que permitia aos fãs terem visões diferentes do rosto sombrio de uma mulher. Ele também fez a capa de Koo Koo (1981), de Debbie Harry, usando o próprio rosto dela. As pinturas de Giger estão presentes nos álbuns de Celtic Frost (To Mega Therion, de 1985), Danzig (Danzig III: How the Gods Kill, 1992), Carcass (Heartwork, 1993), entre outros.
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O grupo punk Dead Kennedys incluíram um pôster de Landscape #XX, também conhecido como “paisagem do pênis”, no disco Frankenchrist, de 1985. Quando uma menina de 14 anos comprou o álbum para o irmão de 11 anos, os pais deles entraram com uma queixa judicial. O Dead Kennedys precisaram incluir um adesivo na capa do álbum com o aviso sobre o pôster: “Algumas pessoas podem achá-lo chocante, repulsivo ou ofensivo – a vida pode ser assim as vezes. O grupo depois retirou o pôster e incluiu um voucher para que os fãs pudessem recebê-lo por correio.
Giger abriu o próprio museu em Gruyeres, na Suíça, em 1998, para que pudesse expor pinturas e esculturas dele. Lá também estão trabalhos de Salvador Dalí e Ernst Fuchs.
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