A cantora estava doente há meses, sofrendo de demência e leucemia crônica
Redação/Andy Greene Publicado em 20/01/2012, às 14h51 - Atualizado às 15h47
Morreu aos 73 anos nesta sexta, 20, a cantora Etta James. A informação é do site da Rolling Stone EUA. Internada primeiramente em maio por causa de uma infecção sanguínea, Etta foi diagnosticada com uma leucemia crônica e incurável no início de dezembro.
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Mais conhecida por sua versão da faixa "At Last”, de Mack Gordon e Harry Warren, Etta trabalhou no meio artístico por cinco décadas. Na lista de artistas que foram influenciadas por ela estão nomes como Beyoncé e Adele.
Considerada uma das grandes vozes do século 20, Etta misturava R&B, gospel e blues, a artista foi inclusa na lista da Rolling Stone EUA dos 100 maiores cantores de todos os tempos e dos 500 maiores discos de todos os tempos com o disco At Last!. O maior período de sua carreira foi durante as décadas de 50 e 60, no blues e no R&B, embora tenha cantado outros estilos, como o soul, rock, gospel e jazz.
Teve uma vida pessoal tremendamente turbulenta, tendo batalhado contra o vício em drogas e períodos de miséria. Porém, canalizada todas essas dificuldades para fazer sua música. "Tem muita coisa acontecendo na voz de Etta James”, a cantora e compositora de blues Bonnie Raitt disse à Rolling Stone EUA em 2008. "Muita dor, muita vida e, acima de tudo, muita força. Ela consegue ser tão para baixo em uma faixa e depois partir seu coração com a sutileza e a finesse da próxima. Por mais crua que Etta seja, há muita inteligência e sabedoria no que ela canta."
Batizada Jamesetta Hawkins, ela nasceu em Los Angeles, em 1938, e foi criada praticamente pelos avôs e em famílias temporárias. Formou o grupo de doo-wop Creolettes com as amigas no início da década de 50s e com elas conseguiu um pouco de sucesso com a música "Roll Me Henry", em 1955.
James assinou como artista solo com a Chess Records em 1960, começando o primeiro grande período de sua longa carreira. Trabalhando com os produtores Harvey Fuqua e Ralph Bass, conseguiu emplacar nas paradas "My Dearest Darling" e "All I Could Do Is Cry." Leonard Chess ouviu um grande potencial na voz dela e, em 1961, pediu a ela que gravasse a balada "At Last" com uma seção de cordas. A música se tornou um enorme hit e se manteve como a sua principal canção para o resto de sua carreira.
Apesar do enorme sucesso, James começou a usar heroína no meio da década de 60 e isso começou a afetar seriamente sua carreira. Foi internada diversas vezes em um hospital psiquiátrico de Los Angeles, mas ainda conseguia lançar um ou outro hit, nesse meio tempo – o mais notável deles sendo o clássico do R&B "Tell Mama", em 1967.
Na década de 70, James passou a fazer turnês em clubes para se sustentar. Os Rolling Stones a levaram para excursionar em 1978, o que fez com que sua música ficasse conhecida por toda uma outra geração de fãs do rock. Naquele mesmo ano ela assinou com a Warner Brothers e fez o disco clássico Deep in the Night, com Jerry Wexler. Ela voltou a ter problemas com drogas nos anos 80, mas uma estadia em 1988 na clínica Betty Ford Clinic a ajudou a voltar a um caminho mais saudável.
James continuando se apresentando até que sua saúde não permitiu mais, há uns dois anos. Ela foi manchete em 2009 quando criticou a performance de Beyoncé de "At Last" na inauguração do mandato do presidente norte-americano Barack Obama, mas o público não percebeu que àquela altura ela estava sofrendo de demência.
Em 1997, James falou com a Rolling Stone EUA sobre sua vida. "A vida tem sido difícil", ela disse. "Mas a vida tem sido boa. Se eu tivesse que voltar e fazer tudo de novo, eu teria vivido tudo exatamente do mesmo jeito.."
Vencedora de seis prêmios Grammy e 17 Blues Music Awards, ela entrou para o Hall da Fama do Rock em 1994. Oito anos mais tarde, passou a integrar também o Blues Hall of Fame.
Uma outra canção que fez bastante sucesso em sua voz é "I'd Rather Go Blind", ouça abaixo.
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