O Anjo da Noite (1974) e O Sósia da Morte (1975) foram restaurados e ganharam novas cópias em 35mm
Pedro Antunes Publicado em 15/09/2012, às 10h32
O susto não é sinônimo de terror – por mais que as produções de Hollywood insistam em dizer o contrário. E o gênero, que pouco pegou entre as produções nacionais, ganha uma chance com a mostra Horror no Cinema Brasileiro, que desde fevereiro ocupa as salas da Cinemateca Brasileira com três filmes raros diferentes por mês.
Leia textos das edições anteriores da Rolling Stone Brasil – na íntegra e gratuitamente!
Entre os dias 21 e 26, chega o sétimo lote escolhido a dedo pelo curador e cineasta Eugenio Puppo, em uma parceria entre a produtora Heco Produções e a Cinemateca. O Anjo da Noite (1974), O Sósia da Morte (1975) e A Reencarnação do Sexo (1981) são os escolhidos da vez. Os dois primeiros, aliás, precisaram ser completamente restaurados e ganharam novas cópias em 35mm. Filmes de uma geração cujas portas foram abertas por José Mojica Martins, o Zé do Caixão, com À Meia-Noite Levarei Sua Alma, lançado em 1964.
Tudo faz parte de um projeto iniciado em 2002, com o início de pesquisas e catalogação do trabalho do Zé do Caixão, que culminou em uma mostra em 2007. E, em parceria com o jornalista Carlos Primati, o projeto cresceu para a catalogação de todo o cinema fantástico produzido por aqui, que pode ser acessado por meio do site Portal do Cinema Brasileiro. Em 2009, a mostra chegou a Brasília, ainda no fim daquele ano, ao Rio de Janeiro e, em fevereiro de 2012, a São Paulo.
Os escolhidos para a exibição em setembro partilham de um terror que é mais interno, enlouquecedor. “A morte está muito próxima neles”, diz Puppo.
O Anjo da Noite, dirigido por Walter Hugo Khouri (1929 – 2003), levou três prêmios no Festival de Gramado, e retrata uma babá atemorizada por telefonemas anônimos enquanto cuida de duas crianças em um casarão em Petrópolis, no Rio de Janeiro.
Os outros dois longas seguem a mesma linha sofisticada, com um pouco de erotismo no caso de A Reencarnação do Sexo, de Luiz Castellini, cuja trama apresenta um pai enlouquecido e atormentado pelos espíritos da filha e do namorado, o jardineiro da família. Neste, por exemplo, a trilha sonora possui Milton Nascimento acompanhado pela banda Som Imaginário, que o acompanhou no início da década de 70.
A música é o grande trunfo de O Sócia da Morte e acompanha os momentos de tensão na vida de um professor adúltero (ele mantém um caso com uma aluna) perseguido por um sósia. A trilha foi criada pelo maestro Rogério Duprat, responsável por arranjos tropicalistas de Os Mutantes, Gilberto Gil, Caetano Veloso, entre outros. “A música é fundamental para o andamento deste filme”, opina o curador.
Três exemplos que não desmerecem a obra de Mojica e a importância do personagem Zé do Caixão, mas que procuram o terror de outra maneira. Talvez até com um sustinho ou outro.
Programação de setembro
Dia 21 de setembro:
O Anjo da Noite, às 0h
Dia 22 de setembro:
O Sósia da Morte, às 14h
A Reencarnação do Sexo, às 16h
Dia 26 de setembro:
O Anjo da Noite, às 20h30
Cinemateca Brasileira
Largo Senador Raul Cardoso, 207 - Vila Mariana
Informações: 3512-6111 ou no site da Cinemateca
Ingressos: R$ 8
Alfa Anderson, vocalista principal do Chic, morre aos 78 anos
Blake Lively se pronuncia sobre acusação de assédio contra Justin Baldoni
Luigi Mangione enfrenta acusações federais de assassinato e perseguição
Prince e The Clash receberão o Grammy pelo conjunto da obra na edição de 2025
Música de Robbie Williams é desqualificada do Oscar por supostas semelhanças com outras canções
Detonautas divulga agenda de shows de 2025; veja