Artista brasileira participou do projeto So, How Was Your Decade na qual relembrou os melhores momentos dos últimos 10 anos - e alguns bizarros também
Rolling Stone EUA Publicado em 31/12/2019, às 10h00
É excepcionalmente raro que um artista brasileiro faça sucesso no mercado da música internacional. Ainda assim, aos 26 anos, a superstar Anitta não somente dominou o mercado doméstico, como chegou ao patamar das divas do pop, com mais de 13 milhões de seguidores no YouTube e 43,6 milhões no Instagram.
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Ela começou o domínio no Brasil em 2013, com o disco que levava o próprio nome, mas ganhou o mercado norte-americano com "Sua Cara", uma parceria com Major Lazer, e "Downtown", com J Balvin. Com o álbum trilíngue Kisses, ela galgou posições nas paradas latinas nos Estados Unidos. Com músicas em parceria com Madonna, Snoop Dogg, Becky G e Caetano Veloso, Kisses foi indicado ao Grammy Latino como melhor disco de música urbano.
"Eu coloquei no papel tudo aquilo que me deixaria satisfeita", ela disse em um quarto de hotel em Las Vegas, um dia antes do Grammy Latino. "Se não, eu seguiria em uma busca eterna. Ficar procurando e procurando não me deixaria feliz."
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A música não é a única empreitada de Anitta. Ela também está de olho nas telas, as pequenas e as grandes. A equipe dela passou a segunda metade de 2019 gravando a segunda temporada da série documental Vai Anitta, para ser lançada em 2020.
"Todas as coisas que eu gostaria de fazer? Eu achei que não conseguiria até ter 30 e poucos anos", ela diz. "E já conquistei todas. Estou realizada."
A Rolling Stone EUA perguntou a ela qual era o segredo para construir um império em três línguas diferentes e Anitta respondeu: "Eu pratico outras línguas flertando com as pessoas. Ajuda sair com caras que falam espanhol. Ou garotas. Não importa!"
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So, How Was Your Decade é uma série da Rolling Stone EUA na qual os músicos mais inovadores da década respondem a um mesmo questionário sobre música, cultura e momentos memoráveis que moldaram a década deles.
Abaixo, Anitta fala sobre os grandes momentos dos últimos dez anos.
Meu disco favorito dos anos 2010 foi: Born and Raised, John Mayer.
Minha música favorita dos anos 2010 foi: “Pumped Up Kicks", do Foster the People.
O artista que teve a melhor década foi: Bruno Mars.
A coisa mais louca que aconteceu comigo na década de 2010 foi: Cantar para o público todo nos Jogos Olímpicos - abrindo para Gilberto Gil e Caetano Veloso. Caetano é meu amigo agora. Quando ele vê um artista novo, ele não diz: 'O que é essa porcaria urbana?' Ele diz: 'Uau, isso é muito revigorante!' Ele admira música. E, como eu, ele acredita que existem coisas boas e ruins em qualquer ritmo musical.
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A tendência musical que eu menos gostei na década de 2010 foi: Hard rock.
Série de TV que não parei de assistir em streaming na década de 2010 foi: Black Mirror.
A melhor gíria da década foi: Em português, é "lacrou", que é algo como "killed it!"
Melhor show que assisti nos anos 2010 foi: On the Run Tour, de Beyoncé e Jay-Z.
O encontro mais surpreendente com um artista nesta década foi: Encontrei a Madonna e o Snoop Dogg. Ele é um gênio. Ele me chamou porque viu minha série da Netflix. E eu fiquei: "Uau! Eu te amo, sou sua fã Gostaria de cantar com você". E ele me chamou para participar do disco dele. Foi minha colaboração favorita.
O passo errado com o qual eu mais aprendi nos anos 2010 foi: Não dar tanta importância para o que as pessoas pensam sobre mim.
O melhor livro que li nesta década foi: Ego é o Seu Inimigo, de Ryan Holiday.
Algo incrível que eu fiz nesta década e ninguém percebeu: Eu tinha o sonho de fazer o nosso funk uma música popular no mundo todo. Então eu toquei no show Inusitado. É um projeto brasileiro criado por André Midani. Foi demais ter participado - porque eu misturei samba com MPB, dois dos gêneros de música brasileira favoritos no Brasil. Também cantei com Arlindo Cruz e Arnaldo Antunes, dois incríveis cantores brasileiros.
A coisa mais estranha que alguém disse na imprensa sobre mim foi: Que eu estava clareando o meu tom de pele.
A melhor roupa que vesti nesta década foi: Acho que foi o look do Grammy Latino [de 2019]: um vestido Georges Hobeika com um grande laço de fita amarelo.
O momento mais "anos 2010" dos anos 2010 foi: O crescimento e o reconhecimento da música urbana latina como funk e o reggaeton.
Minha maior esperança para os anos 2020 é: Ver a música brasileira sendo mais reconhecida mundialmente.
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