O momento atual levou à intensificação de diferentes dinâmicas de exposição de arte, além de trazer reflexões sobre a produção artística e as mudanças para o futuro
Camilla Millan Publicado em 16/07/2020, às 07h00
Devido à pandemia de coronavírus, diversos museus e locais de exposição foram fechados. Milhares de artistas pararam de ter trabalhos divulgados, precisando seguir outros caminhos para conseguir publicar projetos e, de alguma forma, ganhar dinheiro por meio da própria arte.
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No entanto, sabe-se que a situação do artista não é fácil - e um dos principais motivos é a desvalorização. Uma pesquisa publicada pelo Sunday Times de Cingapura no começo de junho pode ser considerada um reflexo de como a sociedade e instituições veem os artistas.
O estudo foi realizado com 1000 participantes e buscava elencar as profissões consideradas essenciais na sociedade e as outras menos necessárias, isto é, descartáveis. Na lista de trabalhos de importância estavam profissionais de saúde, limpeza, varejo e outros. Contudo, na coluna dos irrelevantes estavam trabalhadores de telemarketing, mídias sociais, relações públicas, consultores de negócios e, no topo, os artistas.
São fotógrafos, músicos, dançarinos, atores, artistas plásticos, escritores e diversos outros postos em primeiro lugar quando o assunto é ser “desnecessário” - muito provavelmente a única maneira de profissionais da arte estarem no topo de qualquer lista.
Essa desvalorização dos artistas não é recente, mas a pandemia torna a situação ainda mais complicada, uma vez que esses profissionais não conseguem divulgar e publicar a própria arte. Além disso, no Brasil, a informalidade e precariedade do trabalho se torna um obstáculo, inclusive, para receberem o auxílio de R$600 durante a quarentena devido ao coronavírus.
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Contudo, algumas iniciativas propõem incentivar esses profissionais da arte, além de facilitar o acesso à cultura, em um momento no qual a recomendação é ficar em casa - e também possibilitam reflexões sosbre a produção artística.
Uma das iniciativas que ganhou força nas redes sociais foi o Museu do Isolamento Brasileiro. Fundado por Luiza Adas, criadora de conteúdos sobre arte e cultura e formada em Relações Públicas, o museu foi criado no Instagram no final de abril para divulgar obras de artistas feitas durante o período de isolamento social.
Conversamos com Luiza Adas sobre a criação do ambiente virtual: “O Museu do Isolamento Brasileiro foi criado em decorrência de um projeto que eu toco antes dele, o Florindo Linhas. É a minha página de pessoa física para divulgar programações culturais, falar sobre arte e cultura e trazer esses conteúdos relacionados à arte de uma maneira mais fácil e um pouco mais descomplicada".
Adas continuou: Sempre tive um contato muito forte com artistas e pessoas que se interessam por cultura. No início da quarentena, falei com essas pessoas para tentar achar soluções para ajudar esse ecossistema no Brasil. Ele já era desvalorizado, em um momento como esse então... O museu infelizmente não consegue ajudar a todos de maneira íntegra, mas queria pelo menos conseguir ajudar de forma pequena, colocar o meu tijolinho lá para essas pessoas continuarem tendo espaços de visibilidade”.
Atualmente, o museu tem mais de 72.4 mil seguidores, além de praticamente 900 publicações de trabalhos artísticos. No entanto, mais importante do que isso é a visibilidade dada aos profissionais da arte: “Ela ajuda o profissional da cultura a se empoderar e enxergar a relevância do trabalho dele. Isso o ajuda a enxergar que mais pessoas também podem pensar como ele, e isso dá uma força muito grande. Ver que você não está sozinho em uma forma de pensar, em uma forma de enxergar o mundo... Então é muito interessante, explicou Adas.
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Alguns dos trabalhos publicados no Museu do Isolamento são de Úrsula Barreto, que usa o Instagram "u.vula" para compartilhar as artes dela, e de 6lackout, que se identifica como artista marginal.
Úrsula Barreto já teve duas obras publicadas no museu, “Um Sorriso Triste” e “Esperar Inflama”. A primeira é uma “intervenção com colagem e com miçanga em uma fotografia antiga de brechó”, e a segunda, “um vídeo de uma experimentação em fósforo”, explicou a artista em entrevista à Rolling Stone Brasil. Segundo ela, “as duas acabam refletindo um pouco do sentimento de passar por um momento de isolamento”.
6lackout teve a obra “Cultura” publicada no Museu do Isolamento Brasileiro. Em entrevista, ele nos explicou sobre o trabalho: “Trago um pouco da cultura hip-hop, é um irmão preto grafitando em uma tela”.
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Ambos os artistas consideram importante a exposição virtual do Museu do Isolamento Brasileiro, uma vez que deu mais visibilidade às obras. "Foi uma honra ter minha obra exposta junto com tantas outras incríveis e foi muito gratificante receber visibilidade e reconhecimento pelo que faço. Recebi uma mensagem de gente falando o quanto minha obra às atingiu pessoalmente. Ver a minha produção fazer sentido para os outros é realmente o mais importante”, explicou Barreto.
Para 6lackout, a exposição também foi muito gratificante: “É sempre bom ter seu trabalho reconhecido. Ajudou a abrir algumas portas e conhecer novas pessoas que começaram a seguir o meu trabalho”.
Além do Museu do Isolamento Brasileiro, diversas outras iniciativas propõem dar visibilidade aos artistas brasileiros, como é o caso do IMS Convida, do Instituto Moreira Salles.
O programa convidou cerca de 60 trabalhadores da cultura e coletivos para produzirem obras durante a quarentena - e ainda trará uma segunda leva de convidados. O objetivo é auxiliar financeiramente e dar visibilidade aos mais diversos artistas brasileiros - além de facilitar o acesso à arte.
Conversamos com João Fernandes, diretor artístico do Instituto Moreira Salles, sobre o IMS Convida e a situação atual: “É muito importante fazer coisas neste momento para mostrar a existência de artistas, pessoas que precisam de incentivo neste momento tão particular. Os espaços não estão abertos, mas o trabalho deles é necessário e vai continuar sendo”.
Segundo Fernandes, o principal objetivo do programa foi trazer a diversidade brasileira: “Ele nasceu em um sentido de urgência. Sentimos que era bastante urgente chegar a artistas visuais, fotógrafos, músicos, escritores e poder dar uma palavra de esperança e incentivo. Tudo para procurar chegar a pessoas em situação de vulnerabilidade e fragilidade. Pessoas nas periferias, em regiões distantes… O Brasil é muito grande e diverso, e por isso a pauta principal para partir em busca de novos foi essa diversidade”.
Assim, o IMS Convida buscou auxiliar financeiramente os artistas e coletivos convidados se amparando na diversidade regional - para além do eixo Rio-São Paulo -, social e de gênero - mas não para por aí: “Também é uma diversidade ecológica e cultural. Por isso culturas indígenas contemporâneas podem confluir com culturas urbanas, rurais. E também uma diversidade das manifestações culturais: da música à literatura, artes visuais, fotografia…”, refletiu Fernandes.
Para entendermos o processo de produção dessas artes, conversamos com as integrantes do projeto Nhemongueta Kunhã Mbaraete, um dos participantes do IMS Convida. Ele é formado por Graci Guarani (produtora cultural, comunicadora e cineasta ameríndia), Michely Kaiowá (cineasta indígena), Patrícia Ferreira Pará Yxapy (professora e cineasta indígena) e Sophia Pinheiro (artista visual, professora e pesquisadora).
O Nhemongueta consiste em uma troca de vídeo-cartas entre três mulheres indígenas e uma não indígena. Na página do IMS Convida, explica-se que o projeto acontece “sob a perspectiva afetiva, etnofilosófica e crítica perante o processo atual de isolamento social e ao universo que as permeia”.
Em entrevista à Rolling Stone Brasil, as artistas do Nhemongueta disseram sobre o convite ao programa: “Fomos convidadas pelo IMS Convida através do IMS Educa, com Maria Emília e a Ana Luiza, da ação educativa do Moreira Salles e de ação social do Rio de Janeiro”.
Segundo as integrantes do projeto, em 2019, elas ministraram uma oficina de cinema, apoiada pelo Museu do Índio, na exposição Claudia Andujar, quando desenvolveram a metodologia da criação das obras: “Conversando sobre as ideias e possibilidades de criação durante a pandemia, o uso das vídeo-cartas caiu como uma luva, pois é uma técnica muito pessoal, íntima e que é feita de forma caseira, ideal para a produção durante esse momento”.
Para além da visibilidade ao projeto, o Nhemongueta se faz de extrema importância uma vez que possibilita uma mudança do olhar da sociedade para com as comunidades indígenas, como explicam as artistas:
“A esperança é que este projeto possa fazer a sociedade repensar os seus imaginários indígenas e perceberem como precisam reaprender ou de fato aprender a nos enxergar de forma realista e não romantizada e estereotipada”, disse Graci Guarani.
Patrícia Yxapy também refletiu sobre a importância do projeto: “A sociedade precisa compreender e olhar as mais de 300 etnias e línguas indígenas. O olhar indígena através das câmeras é recente, comparando com o cinema convencional, mas ao longo desses anos surgiram muitos filmes ou trocas assim como esse projeto”.
Segundo as artistas, a iniciativa do IMS Convida está sendo muito positiva, possibilitando uma interação com outras pessoas: “No começo do isolamento social chegou esse convite do IMS e logo nos organizamos em como conseguir estabelecer essa comunicação entre nós e o público. Estamos muito felizes com esse resultado. A página está transbordando de alegria das pessoas que nos seguem vindas de todas as regiões brasileiras e também vários outros lugares”.
A cultura não é imutável, principalmente em um momento de isolamento social. A produção artística desde sempre se transformou a partir de vivências, acontecimentos e sentimentos - e em um contexto de pandemia não seria diferente.
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Considerando os projetos realizados a partir de artes feitas em contexto de isolamento, entende-se que as obras incluem produções íntimas repletas das angústias e dificuldades de estar em quarentena - e os resultados não são nem um pouco negativos.
Luiza Adas, fundadora do Museu do Isolamento Social refletiu sobre o papel da produção artística: “Acho que neste momento de isolamento social, ela serve para conseguirmos nos entender, compreender melhor os nossos sentimentos e tentar manter um pouco da nossa sanidade mental… E não só em um aspecto de lazer. A arte também serve como um instrumento de reflexão e de debate das coisas que estão acontecendo”.
A significância da produção artística neste período também é sentida por 6lackout e Úrsula Barreto.
Segundo 6lackout, “além de ser libertador por ser um desabafo, é também um fardo às vezes, justamente por ser um desabafo acerca de tudo que sinto, vejo e penso... Por mais trágico que seja”.
As obras do artista são guiadas pela frase “tão trágico que é poético”, do rapper Sant - e assim 6lackout produz a própria arte, que segundo ele "retrata o cotidiano do povo preto, por mais trágico que ele seja". O artista explicou: "Cada obra é o reflexo dos sentimentos acumulados, das esquinas de Fortaleza, de meus amigos que estão na caminhada comigo e também dos amigos que infelizmente o Estado engoliu".
"Minha arte reflete um Brasil que a cada 23 minutos assassina brutalmente um jovem preto. Cada obra é feita como se fosse a última, pois ela realmente pode ser”, concluiu 6lackout.
Para a artista Úrsula Barreto, o momento atual afeta muito a produção cultural, “seja trazendo questões que a pandemia envolve para arte ou mesmo na dinâmica do processo artístico individual em si”. Além disso, a variação de material na própria arte é recorrente neste período:
“A gama de material também foi afetada pela restrição de poder ir na rua, comprar as coisas… Se tornou mais habitual variar entre o material que tenho de acesso fácil, ou seja, em casa mesmo. Não tenho a opção de comprar, então o que tenho em casa acabou se tornando o material para realmente transformar em arte - algo é muito interessante. Saem coisas muito inéditas e diferentes.”
Eles não são os únicos a entenderem a mudança da arte neste período. As integrantes do projeto Nhemongueta entendem que as produções artísticas realizadas durante a pandemia trazem diversas significâncias e reflexões:
“Tem muito a ver com nossos próprios processos de vivências neste período, repensar nossos lugares e também inquietações e desafios. Este processo de criação também passa pelo sentido de não sermos criativas necessariamente, mas fazer o que está no nosso alcance, pois é um período no qual tudo está mais intenso, principalmente nosso psicológico. Por isso é importante não se cobrar muito e respeitar momentos de resiliência. Produzir neste período tem sido sobreviver!”, refletiram as artistas.
Segundo João Fernandes, diretor artístico do Instituto Moreira Salles, a importância da cultura se faz presente durante a quarentena, mas também em todas as vivências: “Na vida, a arte pode construir reflexões, interpretações e formas de viver - e obviamente, a circunstância da pandemia leva a muitas interrogações".
Fernandes acredita que a arte pode expandir as perguntas: “Pode ajudar a criar ainda mais perguntas para as interrogações feitas por nós. Com isso, amplia a nossa forma de ver e experimentar esta situação de confinamento ou de fragilidade que atinge a todos - alguns muito mais em função das grandes injustiças e desigualdades existentes neste país”.
O “novo normal” é uma expressão repetida frequentemente nos últimos meses. Ela compreende o fato de que, depois dessa pandemia, mesmo com uma vacina, as coisas não voltarão à normalidade conhecida antes da experiência do isolamento social.
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Apesar de várias medidas terem sido tomadas por museus e instituições com o início do isolamento - como tours virtuais, experiências de realidade 3D, etc - algumas das novas dinâmicas devem continuar.
Entende-se que nada será o mesmo, nem no campo das artes. As dinâmicas de exposição artística que ganharam força durante a quarentena podem ser algumas das possibilidades para apresentar ao público formas de divulgação cultural não só no meio presencial, diminuindo, por exemplo, aglomeração de visitantes.
Logicamente, não se espera que os modos presenciais de exposição de arte acabem (e ainda bem), mas as mudanças já estão acontecendo - e a tecnologia pode ser considerada uma aliada.
Luiza Adas, fundadora do Museu do Isolamento Brasileiro, compreende que vivemos uma transição no mundo da arte: “Já caminhávamos para isso, mas a pandemia obrigou a área de cultura a se reinventar e se acelerar. As exposições físicas nunca vão deixar de existir - e não devem. Vivenciar é muito diferente. Existem tecnologias imersivas incríveis, mas ainda é necessário experimentar ao vivo. Nada substitui o fato de estarmos em um espaço físico”.
Ela continuou: “Cada vez mais, os museus vão dispor de novas tecnologias, novas formas de curadoria, de educativos… Para você conseguir acessar a esses conteúdos de arte e cultura não apenas por meio das exposições físicas, mas por meio de novas tecnologias sendo desenvolvidas”.
Segundo Adas, a necessidade do físico é tão grande que, futuramente, ela pretende ter um espaço para o Museu do Isolamento Brasileiro ser visitado.
A artista Úrsula Barreto vê a exposição artística como uma prática muito importante, mas não tira a relevância do virtual: “O diálogo promovido durante a exposição da obra é tão importante quanto o processo de produção. A arte não é finalizada quando exposta, ela se mantém gerando sentido através do entendimento de quem a vê e por isso essa troca se faz tão relevante - gera questionamentos, referências, ideias, (...) mas é muito importante também estar no espaço virtual devido ao acesso”.
A importância da exposição artística também é enfatizada por 6lackout: “Exposições são essenciais tanto para o artista como para quem consome a arte. Infelizmente, o acesso a exposições na favela ainda é quase inexistente, visto que o meio, tanto artístico como de apoio à cultura e artistas, ainda é majoritariamente branco e elitizado. Falta espelho para quem sonha com arte, falta oportunidade para quem sonha em viver dela. Costumo falar sobre a existência milhões de Basquiat ainda não descobertos e que, infelizmente, terão de migrar para outros meios - e o contato a armas e drogas é de mais fácil acesso do que tinta e museus”.
Para o artista, há beleza nessa transição dos modelos de exposição: “Acho lindo todo esse processo de adaptação dos meios artísticos, pois essa adaptação dá oportunidade a muitos artistas que não seriam alcançados em outros momentos”.
Michely Kaiowá, uma das artistas do projeto Nhemongueta, vê na exposição virtual de arte durante o isolamento social uma forma de informar os outros sobre a cultura indígena:
“A importância da exposição e de divulgação da arte nesse tempo foi para mim quanto ao receptor. Por meio dela podemos mostrar a nossa cultura e o convívio dos indígenas em tempo de pandemia, pois só através da arte conseguimos mostrar a realidade dos povos e assim levar e trazer a informações adequadas.”
Além do Museu do Isolamento Brasileiro, 6lackout também participou do projeto proposto virtualmente pelo MASP, que consiste em incentivar pessoas - profissionais da cultura ou não - a fazerem releituras de obras presentes no museu. O artista escolheu fazer um autorretrato como releitura do quadro “Cristo abençoador”: “Ele é intitulado ‘a partir do meu sangue... Arte’, onde me faço Cristo e a partir de meu sangue, de minhas feridas, de minhas dores e de minhas tragédias eu faço meus trabalhos”.
O artista também indicou o projeto Descolonizarte: “Eles apresentam, tanto pelo Instagram como pelo Twitter, artistas pretos dos mais diversos locais do mundo”. Além disso, como forma de dar visibilidade a outros profissionais, 6lackout está realizando no Instagram o "Encontro com 6lackout", “uma espécie de bate papo com artistas e empreendedores pretos que estão trabalhando para o progresso da nossa gente”, explicou.
Segundo João Fernandes, diretor artístico do Instituto Moreira Salles, as mudanças nos formatos de exposição são necessárias: “Estamos aprendendo muito com as novas dinâmicas. Não acho que vamos ficar iguais quando puder voltar a abraçar, encontrar… Não vamos trabalhar da mesma maneira (...) Descobrimos outras formas de trabalhar e de estar juntos”.
Para Fernandes, uma das consequências dessas mudanças está relacionada às megas exposições: "Elas tinham qualidades e problemas. As pessoas iam visitar uma mega exposição, tinham que esperar horas para transpassar esses lugares sem condições de ver uma obra de arte, de se interrogar a partir dela, de pensar a partir dela, sem serem convidadas a pensar a partir daquilo que viam. Era um espetáculo de consumo e esse tipo necessário para nos questionarmos, interrogarmos, pensar a partir”.
“Em cultura, a palavra consumidor desmente a riqueza daquilo que ganhamos quando consumimos, pois o consumo é explorado pela sociedade como uma coisa efêmera em que se consome algo para passar a se consumir outra coisa e esquecer da primeira. Ele não nos permite saborear ou pensar aquilo… Espero que seja algo deixado para trás. Esperamos que o fato de estar juntos seja muito mais enriquecedor do que essa forma de funcionamento apenas em função de uma economia do lucro”, refletiu.
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