Colecionador de hits explica como buscou transcender o que era feito no Rio de Janeiro para ser reconhecido em todo o país
Lucas Reginato Publicado em 19/02/2013, às 15h59 - Atualizado às 17h11
“Eu também”, disse Naldo no camarim ao saber que a maioria do público presente no Festival Planeta Atlântida, em Florianópolis, estava em um evento daquele tipo pela primeira vez. Há alguns meses o cantor acumula “primeiras vezes” – visita lugares aos quais nunca foi para cantar seu repertório agora conhecido por todo o país, acumula parcerias que antes nem imaginava e é destaque em jornais que antes nem o conheciam. No carnaval, suas canções tocaram exaustivamente, e ele posou ao lado de artistas como Kanye West e Will Smith. Pela primeira vez, Naldo é visto como um popstar.
“É uma conquista muito grande, e tudo o que vem acontecendo tem uma história de muitos anos”, avalia o músico que canta desde criança e aos 15 anos formou dupla com o irmão, Lula, assassinado em 2008. “Mas agora eu paro para refletir e vejo como as coisas aos poucos foram se organizando.”
“Na Veia”, “Chantilly”, “Exagerado” – foram as primeiras aparições de Naldo, como artista solo, nas rádios. As canções já indicavam a tentativa de Naldo de ir além daquilo que era feito a seu redor. “Era difícil pensar em outra coisa quando na minha porta estava o universo funk”, lembra. “Quando dizia que não era exclusivamente do funk é porque eu sonhava com tudo isso. Mas é difícil viver com algo dentro de você e não saber expressar.”
As influências, quem escuta seu grande sucesso, “Amor de Chocolate”, logo nota. “Só quer ser Chris Brown”, “Dá-lhe Usher carioca” e “Flo Rida brasileiro” são alguns dos comentários feitos no YouTube, na página com mais de 16 milhões de visualizações. “Eu amava música, mas no Rio de Janeiro existia um limite, musicalmente falando, porque era tudo por conta do funk, e eu acredito que consegui transcender isso”, diz Naldo. Estão ali muitos dos elementos do funk carioca aliados a novidades que ajudaram a levar os hits de Naldo para outras capitais. “São músicas com BPM [batidas por minuto] de funk, mas se você parar para analisar não é uma batida única, um volt mix rodando o tempo inteiro”, explica.
“Muitos dos DJs de funk no Rio de Janeiro entendem tudo isso porque trabalharam nos Estados Unidos e anos atrás já sabiam que eu podia ir além”, afirma. “Eu busquei me aprimorar, evoluir. Quando comecei a estudar teoria musical e canto, me falavam para prestar atenção nas coisas de fora. No Brasil temos uma riqueza de arranjo, mas consigo identificar claramente a qualidade vocal bem maior dos gringos. Fui buscar isso, viajar e fazer um laboratório mesmo.” Nomes do new jack swing como Boyz II Men, Keith Sweat e Babyface são citados como influências.
Hoje, Naldo exercita sua capacidade de composição entregando canções de estilos variados para outros artistas. “Tenho músicas gravadas pela galera do samba, eu participo do próximo disco do Roupa Nova, a Elba Ramalho está gravando uma música minha”, enumera ele, entre outras parcerias com Preta Gil, Wanessa e um número de músicos que não deve parar de crescer tão cedo.
Participações são também bem-vindas em seus shows. Em abril, ele fará a gravação de seu novo DVD, Benny, que tem programadas as participações da dupla sertaneja Jorge e Mateus e do rapper norte-americano Fat Joe, além de outros nomes que ele faz questão de manter em segredo. Depois de conquistar o Brasil, Naldo mira o mercado internacional e aposta em parcerias para conseguir se projetar além das fronteiras – e assim colecionar ainda mais primeiras vezes.
Alfa Anderson, vocalista principal do Chic, morre aos 78 anos
Blake Lively se pronuncia sobre acusação de assédio contra Justin Baldoni
Luigi Mangione enfrenta acusações federais de assassinato e perseguição
Prince e The Clash receberão o Grammy pelo conjunto da obra na edição de 2025
Música de Robbie Williams é desqualificada do Oscar por supostas semelhanças com outras canções
Detonautas divulga agenda de shows de 2025; veja