O produtor cinematográfico foi acusado de abuso sexual por mais de 100 mulheres, e condenado a 23 anos de prisão
Redação Publicado em 21/05/2020, às 17h51
Rowena Chiu começou a trabalhar como assistente na produtora Miramax em 1998. Um mês depois de conseguir o emprego, viajou para o Festival de Veneza ao lado de Harvey Weinstein. Em uma reunião de negócios, conta ela, o produtor começou a massagear seus ombros. Ela não deixou - e ele a empurrou na cama, segurando os pulsos, e arrancou-lhe a meia-calça. Chiu conseguiu fugir. Mais de 20 anos (e 100 acusações) depois, Weinstein ainda nega o abuso.
Chiu detalhou o caso em entrevista para Variety nesta semana. A conversa quebra o acordo de confidencialidade (que ela foi forçada a assinar em 1998, quando relatou o abuso para Miramax) e Weinstein poderia processá-la por isso.
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“Provavelmente, ele não vai,” acredita ela. “Tem problemas maiores,” opinou, referindo-se à recente condenação de mais de 20 anos de prisão do diretor, devido a vários crimes sexuais. Mas, depois de 20 anos, Chiu juntou-se à centena de mulheres que denunciam Weinstein.
“Muita gente me disse: ‘Ninguém vai ouvir sua história, porque aconteceu em um quarto de hotel, e só você e Harvey estavam lá.’ [...] Até quem acreditava na gente achava que não fazia sentido insistir nisso, porque nunca chegaríamos em lugar nenhum,” explicou Chiu para Variety.
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O próprio Weinstein tentou negar o abuso. Chiu foi apresentada ao produtor por Zelda Perkins (que, depois, apoiou a amiga durante a denúncia para a Miramax - embora também tenha sido forçada a assinar acordo de confidencialidade). Zelda perguntou o que ele achou de Chiu, e ele respondeu: “Não transo com judias e asiáticas.”
Chiu afirma, ainda, que quando Weistein tentou estuprá-la, disse: “‘Nunca fiquei com uma chinesa antes.’ Então, disse que gostava de mulheres chinesas porque são ‘discretas’ - foi bem sinistro, ele basicamente disse ‘já gritei em público com você algumas vezes, e você não reclamou, então não vai contar isso para ninguém.’”
A produtora explicou que, após denunciar o abuso em 1998 e ser silenciada pela Miramax, demorou para tomar coragem e enfrentar Weinstein. Fez isso em uma entrevista de 2019, depois de mais de 100 mulheres terem feito o mesmo - mas não acredita que o julgamento histórico ajudará novas vítimas de abuso tão cedo. "Mas é o começo do que espero ser uma grande mudança social e cultural," concluiu.
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