"O rock realmente amadureceu e se tornou algo valioso e importante", afirmou o músico em entrevista à Rolling Stone EUA
Por Andy Greene Publicado em 30/12/2010, às 13h43
Neil Diamond começou como compositor de Brill Building, escrevendo "I'm A Believer" para os Monkees, além de outros tantos hits. Sua carreira deslanchou em 1966 com clássicos como "Solitary Man" e "Cherry Cherry". Mas no começo dos anos 70 ele foi um dos artistas mais populares em termos de shows, papel que continuou desempenhando nas últimas quatro décadas.
Parabéns. Qual foi sua primeira reação ao saber da notícia?
Eu achei ótimo. Estou muito feliz por eles terem reconhecido a mim e ao meu trabalho. Qualquer clube que tenha Chuck Berry, Little Richard e Everly Brothers é um clube do qual quero fazer parte.
Você estará na Austrália em 14 de março, a noite da cerimônia de introdução dos novos artistas. Você voará para Nova York para o evento?
Sim, estão vendo os detalhes e mexendo nas datas. Estarei lá de alguma forma. Estou muito esperançoso que dará tudo certo, porque não quero perder isso.
É uma ótima turma esta deste ano, com Tom Waits, Darlene Love, Alice Cooper e Dr. John. Eu adoraria vê-los juntos no final, tocando "Cherry Cherry".
Terei que praticar os acordes, então.
Algumas pessoas reclamam que rappers ou grupos como ABBA não pertencem ao Hall da Fama. Você não acha que "rock 'n' roll" é um termo bastante abrangente?
Acho que qualquer tipo de música feita por jovens das gerações a partir da década de 50 até o presente é de alguma forma rock, a não ser que seja classificada especificamente como outro estilo.
Tendo dito isto, você se considera um rockstar?
Sim, acho. Faço todas as coisas que se encaixam nessa posição, então acredito que poderia ser chamado assim.
Fale um pouco sobre sua turnê.
Começará no meio de fevereiro. Até o momento iremos para Nova Zelândia, Austrália e África do Sul. Veremos o que virá depois.
Você poderá vir para os Estados Unidos?
Sim, se a turnê continuar, com certeza.
Acha que se emocionará ao subir no podium?
Você nunca sabe até chegar lá, mas acho que será emocionante, sim. Meu neto me enviou um e-mail ontem me dando parabéns. Está ansioso para ir. Ter filhos e netos lá faz com que seja tudo mais divertido e significativo. É como a cereja no topo do sundae. Sempre enxerguei o rock 'n' roll como um circo. Somos apenas palhaços neste circo. Fazemos coisas para entreter as pessoas e fazê-las sorrir. No esquema das coisas, não sei quão importante somos. Acho que somos muito mais importantes hoje do que quando o rock começou. Acho que o rock sobreviveu ao teste do tempo e realmente amadureceu e se tornou algo valioso e importante.
Tenho certeza de que no começo de sua carreira você não imaginaria que o rock 'n' roll seria homenageado com algo como o Hall da Fama. Deve ser incrível estar no mesmo clube que os Beatles, Elvis Presley e Ray Charles.
Com certeza. Eu tenho um sentimento de camaradagem por todas aquelas pessoas. Dividimos a mesma vida e passamos pelas mesmas estradas esburacadas e lindos céus limpos. Me sinto muito sortudo por poder viver disso.
Você continua vendendo mais ingressos para shows do que qualquer outro artista.
Eu secretamente acredito que viajo embaixo de alguma estrela da sorte. Sempre me senti grato por isso e sempre tive a noção de responsabilidade com o meu público e sempre terei.
Quero encerrar tentando esclarecer uma lenda urbana sobre você. Dizem que você saiu do palco no [concerto] Last Waltz, viu Bob Dylan e falou: "Supere isso!" É tudo mentira?
Bom, algo disso aconteceu. Na verdade, foi antes de nós dois entrarmos. Ele estava afinando sua guitarra e eu cheguei nele e disse: "Sabe, Bob, aquele, na verdade, é o meu público". Ele me olhou meio perplexo. Eu disse que era uma brincadeira, mas acho que o incomodou um pouco e ele fez uma ótima performance. Foi uma boa e empolgante noite. Fiquei feliz por ter feito parte daquilo.
Mas você nunca disse pra ele "Supere isso!" ou coisa do tipo?
Não.
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