Visitamos a mostra Nirvana: Taking Punk to the Masses, que abre nesta quinta, 22, no Rio, e depois segue para São Paulo
Artur Rocha Publicado em 22/06/2017, às 15h54 - Atualizado às 19h32
Kurt Cobain nos deixou em 1994, mas a partir desta quinta, 22, ele volta a ser o centro das atenções no Rio de Janeiro. Em parceria com o Museu de Cultura Pop de Seattle (MoPOP), a Samsung trouxe ao Museu Histórico Nacional, no Centro do Rio, a exposição Nirvana: Taking Punk to the Masses (“levando punk às massas”, em tradução livre), que fica no local até 22 de agosto.
Organizada pelo curador Jacob McMurray, a exposição conta por meio de fotografias, roupas, guitarras quebradas e vídeos a trajetória de uma das bandas mais icônicas do movimento grunge, que teve início no final dos anos 1980 em Seattle, revelando grupos como Mudhoney, Soundgarden e Pearl Jam, além do próprio Nirvana. São mais de 200 peças reunidas no espaço de 800 metros quadrados.
Após quase seis anos no MoPOP, Nirvana: Taking Punk to the Masses deixou os Estados Unidos pela primeira vez. McMurray, presente na abertura da exposição para a imprensa, na manhã desta quinta, 22, contou que o trabalho começou em 2009, quando ele teve a ideia de reunir artefatos ligados à banda. Contando com a ajuda de fãs, colecionadores e inclusive do ex-baixista do grupo, Krist Novoselic, e da ex-esposa de Cobain, Courtney Love, o curador conseguiu juntar algo em torno de 1200 objetos, que vinham sendo expostos no museu em Seattle.
Apesar de o foco ser exclusivamente no Nirvana, o curador afirma que o objetivo, na verdade, é retratar a influência do grunge na época, não só em Seattle, mas também em Washington e Nova York. Ele, de alguma forma, tenta encorajar jovens músicos a fazer o mesmo. “A ideia é tirar o foco da vida subversiva de Cobain e mostrar como a música pode elevar as pessoas, para que elas pensem que também podem fazer isso. Não é a minha história, não é a história do Nirvana, é a história de todo o movimento e de todas as pessoas que fizeram parte dele”, afirmou McMurray.
Logo na entrada, o primeiro objeto chama atenção: uma guitarra Univox Hi-Flier toda estraçalhada. Foi a primeira que Kurt Cobain destruiu, em outubro de 1988, durante um show que fez no dormitório da Evergreen State College, para um público que não tinha mais do que 30 pessoas. Na época a banda sequer era conhecida, mas já demonstrava personalidade. Entre os destroços do instrumento ainda é possível ver colada uma foto do grupo The Jackson 5.
A Univoc Hi-Flier é a peça preferida de McMurray, que durante a visita guiada realizada pelos jornalistas apontou para uma máquina de rolo de fita da tia de Cobain. Segundo ele, o objeto foi bastante usado pelo sobrinho para gravar as demos da Fecal Matter, banda criada por ele antes do Nirvana. A passagem do trio pelo Brasil, em janeiro de 1993, para subir ao palco do Hollywood Rock, em São Paulo, também é lembrada. Entre as muitas fotos dos bastidores estão os setlists dos shows que fizeram por aqui.
A capa do icônico álbum Nevermind, lançado em 1991, também tem sua história revelada durante o passeio. A ideia do bebê nadando em um piscina veio de um produtor, que sugeriu a fotografia. Após o "ok" de Cobain, Dave Grohl e Novoselic, ela foi tratada e circulou o mundo inteiro, sendo que mais de 31 milhões de cópias foram vendidas.
No final da mostra começa a parte interativa. Há um estande onde pode-se recriar a capa de Nevermind e um cantinho bem aconchegante no qual é exibido o lendário MTV Unplugged in New York (1994), que venceu o Grammy de Melhor Álbum de Música Alternativa dois anos depois do seu lançamento.
Após o período de exposição no Rio de Janeiro, Nirvana: Taking Punk to the Masses vai para São Paulo, e depois retorna para os Estados Unidos. As visitas acontecem de terça a sexta, das 10h às 17h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h. O preço dos ingressos varia entre R$ 20 a R$ 30.
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