"Sempre quis fazer um filme pessoal, só não sabia que haveria tanta coisa pessoal acontecendo naquele ano", conta a cantora sobre o documentário Part of Me
Paulo Terron, do Rio de Janeiro Publicado em 30/07/2012, às 18h28 - Atualizado em 31/07/2012, às 13h21
“Desculpem pelo atraso. Não dormi por causa do som maravilhoso na minha janela”, desculpou-se Katy Perry, ao aparecer cerca de 30 minutos após o horário agendado para a entrevista coletiva que ela concedeu no hotel Fasano, no Rio de Janeiro, nesta segunda, 30. “Amo eles todos! Eles sabem me manter bem acordada [trocadilho com a música “Wide Awake”]”, continuou a cantora.
Do lado de fora do hotel, uma multidão se aglomerava desde o domingo, 29, quando Katy desembarcou no país para promover o documentário 3D Katy Perry: Part of Me, que estreia nos cinemas brasileiros na próxima sexta, 3 de agosto. O filme mostra o universo colorido da estrela, mas não esconde o período turbulento pelo qual ela passou no ano passado. Justamente quando estava no Brasil, antes do show em São Paulo, ela recebeu a notícia de que seu então marido, Russell Brand, havia decidido pedir o divórcio. Na conversa com os jornalistas, a artista não se esquivou do assunto, como você lê nos tópicos abaixo.
Sobre o filme ser pessoal
“Sempre quis fazer um filme pessoal, só não sabia que haveria tanta coisa pessoal acontecendo naquele ano. Decidi manter algumas coisas ali que são difíceis para eu assistir, mas que as pessoas possam ver e usar de exemplo para as vidas delas. Algo tipo ‘se ela conseguiu superar isso, eu também posso’.”
Katy Perry foi capa da edição 60 da Rolling Stone Brasil. Leia aqui.
Sobre os fãs gays
“Infelizmente, cresci em uma atmosfera muito intolerante. Eu era sempre aquela que estava questionando: ‘Por que preciso acreditar nisso baseado em fé? O que é fé?’. Sempre quis achar respostas. Quando comecei a experimentar a vida sozinha, aos 17 anos, entendi que aquela perspectiva não era minha, que não era no que eu acreditava. Acredito em igualdade, tolerância, aceitação – independente da sua preferência sexual ou do que você gosta. E espero que, no futuro, possamos olhar para estes tempos e pensar: ‘Não acredito que pensávamos daquela forma!’”
Sobre os pais e o ambiente no qual ela cresceu
“Meus pais são bem mais abertos e acolhedores, e estão bem distantes daquela nossa origem. Acho que quando seus filhos crescem e se libertam, os pais passam a ser mais permissivos porque veem que eles cresceram de uma forma boa.”
O público brasileiro
“Os brasileiros são muito apaixonados, não sei o que tem na água aqui. São os mais dedicados e intensos, de uma forma boa – espero. E são eles quem lotam a minha timeline no Twitter. Quando vou ver os replies, são todos em português. Preciso comprar um tradutor logo! [...] Os fãs brasileiros foram muito importantes porque eu precisava de apoio quando estive por aqui para o Rock in Rio e para o show de São Paulo. Eles me deram apoio quando eu estava rachando um pouquinho.”
Sobre rever o sofrimento pessoal na telona
“Nem sempre é divertido. Já passei por aquilo, você não quer reviver aquela dor. Mas pensei que poderia mostrar para outras pessoas que estivessem em situações semelhantes que, como eu, elas poderiam superar algo assim. Tentei tratar tudo de forma delicada e respeitosa, mas não poderia ignorar tudo como se não tivesse acontecido, porque é parte de mim. Só que é só uma parte, não é tudo. Sou uma daquelas pessoas extremamente honestas. Quando faço um disco, é como se ele fosse uma retrospectiva de um período de tempo. Queria que o filme fosse uma extensão disso. Não queria que fosse algo do tipo: ‘A Katy é ótima! Ela gosta de rosa e de gatos!’. É mais do que isso. Nem gosto mais de rosa.” [Ela estava usando um vestido Valentino – rosa, obviamente. Segundo ela: “Alugado, não é meu, à meia-noite viro uma abóbora”]
Conselho que ela daria para uma jovem Katy
“Acho que diria pra ela não prestar tanta atenção nos garotos, mas, por outro lado, é daí que tiro o melhor material que escrevo... Acho que não daria conselho algum, ela cresceu bem. Mais ou menos.”
Músicas novas
“Estou congestionada com ideias. Quero tirar tudo isso do meu sistema. Claro que vai ser pessoal, sempre é... Mas também quero me divertir. Não sou o retorno de Cristo, sou só uma estrela do pop. Na verdade, sou uma compositora disfarçada de estrela do pop.”
O que o ex vai pensar ao ver o filme
“Tenho certeza de que não vai ser divertido, porque não foi excitante passar por aquilo tudo. Não é uma situação única, mas é definitivamente elevada a outro nível quando você está em destaque. Achei importante deixar aquilo tudo. Sou quem eu sou. [...] O filme inteiro é sobre superação. Vim de uma criação muito ignorante, mas superei aquilo. Quando fui para Los Angeles, todos queriam que eu imitasse alguém, mas superei. E no ano passado, quando eu estava no auge de um sonho, outro sonho meu foi destruído – e tive de superar também.”
Processo de composição
“Carrego um gravador. Ontem à noite tive umas ideias. Depois as transcrevo, aí vou conectando os pontos. Mas também posso entrar em estúdio e escrever baseado em um baixo e bateria ou em algo que alguém diga.”
O que a motivou a não cancelar o show de São Paulo
“Decidi que o problema não era do público. Teria sido egoísta cancelar aquele show. Todo mundo tinha esperado tanto... Precisei separar o profissional do pessoal. Eram só duas horas por dia, cinco dias por semana. Eu precisava apertar o pause por duas horas e depois, se eu precisasse, poderia voltar para aquilo.”
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