Noitada Gótica

Em meio a fumaça e luzes em excesso, Sisters of Mercy relembrou clássicos do rock gótico em SP

Por Paulo Cavalcanti

Publicado em 07/06/2009, às 10h59
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Nesta terceira visita ao Brasil, o grupo britânico Sisters of Mercy causou menos excitação, mas realizou um show que no geral cumpriu seu papel. A primeira vez dos Sisters em nosso território foi em 1990. Retornaram em maio de 2006 - em São Paulo, numa apresentação muito aguardada, já que a nação gótica da cidade sempre foi numerosa, com gente que sonhou a vida inteira conferir o grupo ao vivo. A Via Funchal, onde se apresentaram, teve lotação máxima; no show deste sábado, 6, no mesmo local, o Sisters recebeu um bom público, mas nem de longe a casa podia ser considerada lotada.

Quem retirou do armário os modelitos de cor negra não se importou se iria assistir ou não a um grande espetáculo. Eles estiveram lá mesmo para cantar junto com a banda os velhos clássicos que marcaram o rock gótico nos anos 1980 e 1990.

Foi o mesmo esquema de 2006: o cantor e líder Andrew Eldritch, o único sobrevivente da formação original, mais parecia uma mistura de Corcunda de Notre Dame com Fantasma da Ópera. Durante boa parte da performance o vocalista permanecia invisível em meio a fumaça e luzes cegantes que emanavam em profusão do palco. Ao lado de Eldritich, um pouco mais visíveis e móveis, estavam os guitarristas Ben Christo e Chris Catalyst. E a sessão rítmica - baixo e bateria - era acompanhada, como de costume, pelo Doktor Avalanche, uma espécie de bateria eletrônica que há um bom tempo acompanha a banda.

O problema de um show do Sisters é que muitas vezes é realmente difícil ver algo no palco. E a pedido da banda, o telão é sempre desligado. A suspeita de que Eldritch dá o ar da graça apenas para dublar ainda continua a atormentar a cabeça dos mais observadores. Com dublagem ou não, durante a hora e meia que o grupo esteve no palco, foram executadas canções como "Marian", "Vision Thing", "1959", "Dominion/Mother Russia", "First And Last And Always", "This Corrosion", "Lucrecia My Reflection", "Alice" e "Temple Of Love" - esta última, encerando o show. A interação com o público foi praticamente inexistente, já que o Sisters prefere que as canções dêem o recado. Isto não foi um grande problema. A atenção da turma de preto foi garantida pela costumeira safra de boas canções de Eldritch e cia.

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