Banda testou novas canções, mas público queria mesmo era a sonoridade de antes
Lucas Reginato Publicado em 31/07/2013, às 01h07 - Atualizado às 11h33
Eram 21h quando apagaram-se as luzes do Espaço das Américas, em São Paulo, na noite desta terça, 30. Os fãs do Paramore se exaltaram e gritaram, mas ainda faltavam 30 minutos para o show começar. A histeria era maior que a lógica, e a exaltada saudação repetiu-se ainda durante a afinação de cada um dos instrumentos. No horário previsto, enfim, Hayley Williams subiu sem alarde ao palco e recebeu resposta nada discreta do público.
Entrevista: “Estamos começando de novo”, diz Hayley Williams sobre mudanças no Paramore.
A delicada “Interlude: Moving On”, entoada sobre o som de um ukulele, deve ter surpreendido quem aguardava pelas guitarras e distorções comuns à banda. A faixa de Paramore, o mais recente disco do que agora é oficialmente um trio, poderia abrir uma apresentação inusitada se o Paramore abraçasse completamente a nova sonoridade encontrada depois da saída dos irmãos Farro, há três anos.
Mas, em seguida, Hayley resgatou “Misery Business”, do álbum Riot! (2007). Era aquilo, afinal, que os fãs queriam. Correram então lágrimas nos rostos, talvez naqueles mesmos de dois anos atrás. A partir daí, todas as faixas seguiram o mesmo roteiro – agitação constante da vocalista, do guitarrista Taylor York e do baixista Jeremy Davis, que em determinado momento arriscou até mesmo uma acrobacia enquanto tocava.
Seguiram-se outras canções no mesmo ritmo – “For a Pessimist, I'm Pretty Optimistic”, do mesmo álbum, e “Decode”, do disco Brand New Eyes (2009). Antes de “Now”, os músicos fizeram uma pequena pausa para trocar instrumentos e sublinhar a diferença em outra das faixas de Paramore.
É difícil para uma banda com a história e, principalmente, com a base de fãs do Paramore, mudar assim, de um dia para o outro, de uma turnê para a outra. Hayley Williams, entretanto, pareceu mais satisfeita com as novas canções e pedia para o público dançar mesmo quando a maioria continuava a pular e gritar. Neste sentido, “Ain’t it Fun” chamou atenção – é uma música divertida e cativante, que permite até mesmo que o trio, apoiado por um baterista e um segundo guitarrista, mostre algum groove.
O que não muda mesmo é o carisma da vocalista. O tempo parece não ter passado para a garota de cabelos coloridos, que demonstra cada vez mais fôlego e corre de um lado para o outro do palco a todo momento. Também é atenciosa e faz questão de comunicar-se com o público mesmo com as dificuldades linguísticas – respondeu com um coração quando descobriu que o que os fãs gritavam era “Hayley, eu te amo”.
O show acabou com “Still Into You”, o principal single de Paramore, citado em cartazes espalhados pelo público. “We are Paramore”, repetiu Hayley, como que para lembrar que apesar de seu estrelato são mais dois os integrantes. Em seus discursos ela ressaltou as dificuldades dos últimos anos e chegou a dizer que “se nós três estamos aqui, qualquer coisa pode acontecer”.
O bis teve ainda mais uma faixa do novo disco, “Proof”, e o fim com um coral dedicado no refrão de “Brick by Boring Brick”. Os fãs tiveram aquilo que queriam – o Paramore de sempre, com aquela rebeldia juvenil e melancolia injustificada. Mas os momentos em que Hayley sorri e até mostra o rosto maquiado, se ainda não representam uma mudança completa, pelo menos sinalizam que a vontade é evoluir, e quem sabe até mesmo arrastar os fãs para novas experiências.
Na saída, via-se já na porta do Espaço das Américas aqueles que querem garantir os melhores lugares para a noite desta quarta, 31, quando a banda volta ao palco em São Paulo.
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