- Pitty (Foto: Divulgação)

O ano da Pitty: durante pandemia, cantora virou diretora, streamer, roteirista - e mostrou-se mais produtiva que nunca [ENTREVISTA]

Lançamento mais recente da artista é o single "Na Tela"

Felipe Grutter (@felipegrutter) Publicado em 19/11/2020, às 15h00 - Atualizado às 15h10

No dia 13 de novembro, a cantora Pitty, que também é compositora, produtora, escritora, empresária, apresentadora e multi-instrumentista, lançou um novo single, “Na Tela”, junto com um clipe. Desde o começo da pandemia do coronavírus, com a paralisação dos shows, ainda produziu diversos conteúdos audiovisuais.

Por exemplo: durante o começo do isolamento social, a artista produziu VideoTracks, uma microssérie de 13 vídeos inspirados nas 11 faixas do disco Matriz. A produção, com edição de Otávio Sousa, foi inteiramente filmada e dirigida pela própria Pitty na casa dela.


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Matriz foi lançado em 26 de abril de 2019 pela gravadora DeckDisc. O disco conta com músicas como “Noite Inteira”, “Te Conecta”, “Para o Grande Amor”, entre outras. A obra foi indicada ao Grammy Latino 2019 na categoria de Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa.

Poucos mais de um ano depois, em junho, a cantora lançou o clipe de “Submersa”, também do álbum Matriz, dirigido por Otavio Sousa. Além disso, Pitty lançou, no festival In-Edit, o filme MATRIZ.doc, uma visita ao passado e raízes dela. Ainda na pandemia, a artista começou um canal na Twitch com programação quase diária.

Voltando para “Na Tela”. A canção surgiu, de acordo com a cantora, após a tecnologia, através de celulares e computadores, passar a impactar nossas vidas e relacionamentos: “Fiquei imaginando um roteiro inspirado nisso. Primeiro veio o groove do refrão, uma coisa rítmica e percussiva, gosto de brincar com ritmo nas palavras.”

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Para o videoclipe da música, Pitty teve a ajuda de Fernando Mencocini, responsável por dirigir o clipe de “Ninguém é de Ninguém”, na direção. Para ela, Mencocini trouxe um “roteiro bastante sensorial, uma viagem para esse olhar para dentro que o distanciamento traz.”

Em entrevista para Rolling Stone Brasil, Pitty falou sobre como foi trabalhar nesses diversos projetos durante pandemia de coronavírus, como isso impactou na rotina dela, entre outros. Veja abaixo.


Quais foram os desafios de fazer música e gravar um clipe em plena pandemia?
A música pintou desde o começo da pandemia, um embrião. Foi se formatando na minha cabeça até esse momento, de estar pronta. Gravei em casa, em produção conjunta com Daniel Weksler, meu companheiro. Martin veio e gravou as guitarras.

O formato foi esse, o possível nesse momento. O clipe também foi feito com equipe reduzida, e todos os protocolos de segurança necessários.

Sua ideia para "Na Tela" e o clipe já existiam fazia tempo ou foi tudo criado durante a pandemia?
Logo depois que entramos em lockdown comecei a pensar sobre as relações, e a perceber o impacto e a presença das telas nesse momento. Me transportei para a história de pessoas que, com a pandemia, não puderam mais se encontrar pessoalmente.

Primeiro surgiu o refrão, e o flow já veio bem percussivo, suingado. Aí fui desenvolvendo o resto da ideia e trouxe elementos de rock pra batida eletrônica. Sim, tudo criado agora na pandemia.

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Como a microssérie VideoTracks, o clipe de “Submersa”, o filme “MATRIZ.doc” e o canal na Twitch influenciaram sua rotina e a produção de "Na Tela”?
Tudo isso que você citou foram coisas que me ajudaram em várias frentes. A escoar a criatividade, as produções audiovisuais, e no caso da Twitch, de ter esse contato direto com o público através da minha WebTV.

Foi um ano em que acho que aprimorei essa questão de produzir audiovisual, e peguei gosto pela coisa. Tenho vários projetos nesse sentido. E também de desenvolver autonomia, porque tudo isso foi feito de forma independente e, muitas vezes, na base do do it yourself- comigo dirigindo, escrevendo, etc. Os parceiros Rafael Ramos e Otavio Sousa participaram de alguns desses projetos de forma remota, e assim foi.

Como foi a experiência de trabalhar com Fernando Mencocini?
Ótima. Ele é muito preciso, focado, e tem um set muito tranquilo e agradável. É leve passar o dia inteiro ali numa pegada de trabalho exaustiva.

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Você acha que a pandemia afetou o modo que você faz música? Seja composição, gravação, etc.
Com certeza, afetou tudo. A coisa de buscar autonomia, de aprender ainda mais a me gravar, me filmar, editar minhas fotos, fazer minha própria maquiagem… passei a estudar mais os programas de gravação, de produção, de edição.


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