Um balanço da desastrosa turnê que levou fãs e imprensa para shows em sete países, em sete dias
Jeff Rosenthal Publicado em 21/11/2012, às 19h51 - Atualizado às 20h07
Para divulgar seu novo álbum, Unapologetic, Rihanna promoveu uma ambiciosa turnê que passou por sete países em sete dias. Tudo terminou na noite de terça, 21, com um show em Nova York que transcorreu exatamente como todos os outros. Então, em vez de descrever todos eles, Jeff Rosenthal, colaborador da Rolling Stone EUA, resolveu elencar suas principais percepções sobre a viagem que fez ao redor do mundo.
Lições:
Maior nem sem sempre é melhor.
A ideia – apenas a ideia – de colocar um monte de fãs e jornalistas em um avião com Rihanna é ótima. Voar pelo mundo, os colocando em hotéis chiques com ingressos para os shows dela? Incrivelmente generoso. A experiência teria sido perfeita, se tivesse sido executada como planejado. Infelizmente para todos, não foi.
A cada dia, de Los Angeles a Londres, o grupo teve de lidar com atrasos inacreditáveis, uma perda de tempo além da conta. Ninguém cumpria horários: ganhadores de concursos que estavam no avião apareciam horas depois do combinado nos ônibus, por conta da bebedeira na noite anterior; Rihanna foi comprar lingerie em Paris enquanto esperávamos na rua. Havia jornalistas demais, mas não fãs de verdade suficientes. Eles deveriam ter pisado no freio – mas aí, não seria um “acontecimento”.
Tudo importa.
Do ponto de vista da viagem, alguns de nós tinham expectativas bem controladas. Eu sabia que seria exaustivo; tenho mensagens de texto para provar. Fácil, ficar sem dormir. Não era uma questão do tipo “coitados de nós, não conseguimos ficar com a Rihanna e fazer uma trança do lado direito da cabeça dela”. A maior questão, em vez disso, era nem sabermos se Rihanna tinha embarcado no mesmo avião que a gente ou não. Se ela fizesse um pronunciamento diário, curto, pelo menos entenderíamos qual o propósito de estarmos lá. Ficaríamos entediados, mas não estaríamos à mercê. Honestamente, as pequenas coisas importam.
Abrace a insanidade.
Falando de coisas pequenas: se o australiano não tivesse ficado pelado, e os nervos não tivessem se exaltado, esse golpe publicitário jamais teria virado manchete. E foi para isso que tudo foi feito, certo? Acho que se alguém for tentar fazer algo do tipo novamente, é melhor que tente fazer algo louco ou, bem, alguma loucura que possa ser controlada. Um acontecimento não é necessariamente um acontecimento a não ser que você faça dele um acontecimento. Se Rihanna tivesse controlado o frenesi, em vez de se esconder dele... Bem, essa é uma hipótese com a qual teremos que ficar.
Alimente os animais.
Se você está trazendo um monte de imprensa a bordo, dê-lhes algo sobre o que escrever! Dê-lhes uma aspa! Mostre a cara! Toque o novo álbum pelo sistema de som do avião! (Isso tudo foi feito no primeiro dia, mas só no primeiro dia.) Em vez disso, tivemos que escrever sobre a experiência de sentar em um ônibus ocioso ou em um avião silencioso por uma semana. Ou podíamos apenas escrever sobre o mesmo show, mas tínhamos que tornar um dia diferente do outro.
Alguns entrevistaram os fãs, como se isso fosse oferecer uma nova perspectiva. Tendo me sentado em um ônibus com membros do fã-clube da cantora, eu os ouvi expressar as mesmas coisas que a imprensa estava sentindo: eles se sentiram ignorados, entediados, famintos e irritados. Uma das fãs foi até o empresário da Rihanna na festa pós-show em Estocolmo e expôs uma lista de tudo que estava errado na viagem; no dia seguinte, muitos a trataram como uma heroína. Uma outra mulher reclamou depois de ter sido pega tentando conseguir uma foto da cantora. Ela não foi tão bem tratada quanto a outra.
Supostamente a ideia de juntar fãs e imprensa era da própria Rihanna, mas enquanto estávamos no mesmo avião, você pensaria que ela nem sabia que estava viajando com outras pessoas de fora da equipe dela.
Se e quando a maré virar, esteja preparado
Depois da chamada “revolta” – com a Def Jam esperando salvar a frustração de todo mundo – nos ofereceram um tour pelo backstage em Berlim, horas antes de Rihanna ter sequer aparecido lá. Vimos os petiscos que Rihanna comeria; a água que ela beberia. Ali estavam as prateleiras de roupas dela, e pessoas em computadores. Alguns dos fãs tiraram fotos, possivelmente para provar que fizeram alguma coisa nessa viagem. A gravadora também supostamente havia organizado entrevistas coletivas de imprensa em voos longos, mas elas foram canceladas, ou por problemas no cronograma, ou por desinteresse de Rihanna. Ainda assim, deu para notar o esforço; eles entenderam nossas preocupações e nos trataram como adultos; eles disseram que estavam lendo tudo que estávamos escrevendo.
Assuma a responsabilidade.
Para uma cantora que diz não pedir desculpas, como afirma no título de seu novo álbum, Rihanna pediu muitas na semana passada: ela se desculpou com todas as plateias diante das quais se atrasou, mas nunca para nós, até o último minuto (segundo o que ouviu um jornalista da Us Weekly, Rihanna disse: “Sei que vocês não conseguiram quase nada. Mas eu tinha que ser boa. É impossível passar tempo com todo mundo, e eu lamento não ter podido fazer isso”). Ela poderia ter dado conta da merda muito antes de ela ter batido no ventilador.
Se cuide
Nunca faça algo assim de novo.
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