Como o grupo atingiu impressionantes 100 milhões de views com clipe Plaqtudum e assumiu papel de fenômeno na disseminação do trap nacional - e faz tudo isso dentro dos próprios termos
Pedro Antunes, editor-chefe Publicado em 19/07/2020, às 10h30
"Me salvou", diz Dfideliz, honestíssimo, quando perguntado sobre a importância do grupo Recayd Mob. Profissionalmente, claro, mas pessoalmente também. Formada ainda por Jé Santiago, MC Igu e Derek, a Recayd Mob é uma das peças do ataque do trap nacional em direção ao mainstream. Os números da Recayd (em seguidores, views no YouTube ou streams nas plataformas) se aproximam de artistas em constante rotação de rádios e TVs, mas o quarteto não frequenta esses espaços. E, a verdade é que eles não precisam.
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Porque a Recayd Mob, e o trap nacional, cavou e encontrou os próprios novos espaços, sem alavancas do mercado fonográfico. Isso, sim, é um fenômeno. Recentemente, o clipe de "Plaqtudum", um dos maiores hinos desse novíssimo trap brasileiro, atingiu a marca de 100 milhões de visualizações no YouTube e ganhou um novo vídeo comemorativo com cenas de shows históricos do grupo, gravações caseiras de fãs. São imagens de caterses coletivas e individuais amparadas pelos versos deliberadamente explícitos do hit.
Com "Plaqtudum", a Recayd Mob aproxima linguagens do funk com o trap. Não por acaso, são dois gêneros dos quais o mainstream tradicional foge e treme de medo. O conservadorismo da música popular, em geral, não sabe como lidar com a popularidade de rimas e versões tão afiados e lascivos.
Em contrapartida, uma nova geração entende a linguagem como a forma de expressão mais legítima da atualidade. Não é por acaso que "Plaqtudum" chegou aos 100 milhões de views.
Salvação. Famíla. Happy hour. Esses foram os três conceitos espalhados ao longo da entrevista reveladora com integrantes da Recayd Mob, Jé Santiago, MC Igu, Dfideliz e Derek, que pode ser lida a seguir.
"Começou como um happy hour, mas acabou se tornando a minha família", conta Jé, ao refletir sobre a importância do grupo para os integrantes.
Para Derek, com "Plaqtudum" eles chegaram a outro patamar. "Depois de 'Plaqtudum' as coisas foram se tornando mais reais, nosso poder de influência, aparecendo vários grupos e artistas que se inspiram direta e indiretamente na gente. Foi depois de uns dois, três meses do lançamento, fomos sentindo que aquilo era real."
Leia, a seguir, a Entrevista Rolling Stone com Recayd Mob sobre os 100 milhões de views de "Plaqtudum", a relação entre as personalidades artísticas coletivas e individuais de cada um deles e mais.
Rolling Stone: Em uma entrevista para Rolling Stone, vocês falaram sobre como a Recayd Mob era um "happy hour" no início. Quando entenderam que isso mudou?
Jé Santiago: Conforme o grupo e as músicas foram tomando outra proporção, começamos a levar mais a sério, deixou de ser apenas um hobby, uma parada que usávamos para escapar da vida real. Entramos no personagem e estamos vivendo essa parada como a nossa vida, deixou de ser apenas uma parte. A partir do momento que começou a pagar minhas contas e comprar meus sonhos, as coisas que eu sempre quis e almejei, eu mesmo passei a levar isso mais a sério e ter uma importância maior na minha vida.
Derek: Fomos percebendo com o decorrer do tempo, as responsabilidades foram crescendo, o que falávamos tomava mais proporção, as músicas foram tomando mais identidade. Fomos virando referência, de fato, porque sempre acreditamos que éramos referência para o bagulho acontecer, só que depois de “Plaqtudum” as coisas se tornaram mais reais, nosso poder de influência, aparecendo vários grupos e artistas que se inspiram direta e indiretamente na gente. Foi depois de uns dois, três meses do lançamento, fomos sentindo que aquilo era real.
Dfideliz: Vai ser um eterno happy hour, vai ser uma eterna diversão pra gente, mas uma diversão séria. É um trabalho onde a gente se diverte a todo momento em que estamos trabalhando. Tem seus pontos de seriedade, de momentos em que precisamos estar mais sérios, mas acaba virando uma diversão depois. Depois de “Plaqtudum” fomos obrigados a mudar nossa postura, as coisas ficaram mais sérias, o público aumentou, começamos a ir para outros lugares, nossas necessidades mudaram. Então, desde a faixa, tivemos que dividir esse tempo de diversão e seriedade, e aí ficou uma parada mais séria, com um pouquinho mais de cobrança. Ela trouxe alguns momentos que paramos e pensamos “pô, agora tem coisas que nem tudo a gente consegue cuidar, nem tudo conseguimos fazer só a gente, precisamos de pessoas especializadas em cada parte que a gente precisa”.
Rolling Stone: “Plaqtudum” chegou aos 100 milhões. É hit, né? Qual era a sua relação com a música, sua primeira impressão dela?
MC Igu: Eu sabia que ela ia estourar, mas não tanto desse jeito. Ainda mais naquela época, que não tínhamos o público de hoje. Isso pra mim foi muito f***.
Jé: Na verdade, a minha impressão foi baseada na reação das pessoas que estavam perto na hora que eu vi. Porque eu mesmo só estava na vibe. Era até da hora, antes da “Plaqtudum”, eu de fato não pensava muito no que estava fazendo, só ia e pronto. Algumas coisas mudaram minha forma de pensar sobre música, ganhou um patamar maior, então comecei a me cobrar mais. Não consigo fazer qualquer coisa e jogar. A “Plaqtudum” foi isso, a última vez que consegui fazer isso e tão bem. Depois que vi o espanto dos moleques, que era um bagulho que eles nunca tinham visto, deu pra ver no olhar deles que estava muito f***.
Derek: Foi hit instantâneo, mas até ela se formar, de fato, ser uma música grande, um hit como ela é agora, demorou cerca de uns três a cinco meses, em decorrência dos shows. Então, eles também foram bastante importantes para sabermos que era a nossa carreira, nossa vida e não mais uma brincadeira.O mais f*** de tudo foi: “a música é boa, vai dar uma estouradinha”, mas jamais, eu, Dfideliz, o Jé e o Spike (que participa da música), jamais imaginamos que essa música mudaria a nossa vida. Pra gente era só uma música que precisávamos soltar. Já fazia algum tempo que não soltávamos, os fãs estavam pedindo, e tínhamos ela. Lançamos ela no meio de uma discussão de “lança ou não lança”, e ela estourou. O mais engraçado e curioso é que nunca imaginamos que seria a música das nossas vidas, que faria esse barulho.
Dfideliz: Na época vivíamos muito em estúdio, era o nosso refúgio de sair das frustrações, do dia a dia, de só ficar dentro da favela, daquela rotina. Então, sempre ficávamos no estúdio do Spike gravando música e tem muita que está gravada daquela época até hoje que não lançamos. “Plaqtudum” foi uma parada muito de energia, acredito muito nisso. De início não era uma música que acreditávamos, era uma parada totalmente diferente do que o público escutava, era um trap com estética de Funk, então ficamos meio inseguros de pensar sobre isso e soltar. A estética dela era algo que sabíamos que íamos gostar, mas não sabíamos se o público iria entender, então de início não curtimos muito, mas sabíamos que estava boa. Foi tudo uma sintonia, estávamos fazendo outro clipe e acabou rolando o clipe de “Plaqtudum”, em uma resenha que estávamos e acabamos gravando outras coisas que eram prioridades, e aí resolvemos soltar do nada, porque era a única que tínhamos pronta. A minha expectativa era bem baixa, tinha medo se o público ia entender e aceitar aquela linguagem, ainda mais naquele momento em que todos os funkeiros estavam cantando put***a, então, foi Deus.
Rolling Stone: Quando, qual momento, percebeu que “Plaqtudum” tinha se tornado esse fenômeno?
Jé: Eu já fazia música há algum tempo, e eu não tinha um suporte do meu bairro, da minha cidade. Muita gente sabia que eu fazia música, mas eu nunca tinha visto compartilhar nada, nenhum “salve” na rua. Depois dessa música, não teve como. Fez, na marra, as pessoas nos notarem. Teve meme, gente famosa ouvindo, gente chamando a gente pra cantar no palco para muitas pessoas, coisa que não tinha acontecido até o momento. Foi doido.
Derek: Eu percebi nos shows, pela reação das pessoas quando a música tocava. Eu olhava no fundo dos olhos das pessoas quando eu tocava e, para o artista, já é normal, fazemos bastante música, criamos muito, e para nós é algo normal, às vezes. Quando começamos a fazer bastante show e eu fui percebendo como as pessoas vibravam, se sentiam felizes, essa música é um grito, com o qual você extravasa. E era isso que eu via, as pessoas deixando os problemas em casa e indo extravasar. Aí eu percebia que “essa música é boa mesmo, é f***”, e quando vi que outros artistas grandes, não só do rap, compartilhando.
Dfideliz: Vou te falar, o pessoal que andava com a gente era muito leal. Quando você vem de favela as pessoas são muito leais. Elas querem sempre saber no que você está trabalhando, querem sempre ouvir, então, as pessoas gostaram. A música virou um fenômeno quando nossos ídolos começaram a ouvir, e eu entrava no meu Instagram sempre esperando que alguém que eu admirava postasse a música. Acho que foi um momento em que o bagulho virou um hit mesmo, muita doidera, quando todo mundo da cena começou a ouvir, a falar sobre, sair em páginas que eu achei que nunca iria sair, e aí que eu falei “essa música virou um fenômeno”.
Rolling Stone: Qual é a importância da “Plaqtudum” para o rap nacional?
MC Igu: Muita, foi o som que mostrou para o Brasil inteiro o que é Trap, não é atoa que alcançou 100 milhões.
Jé: São músicas que marcam geração, né? A gente que é fã de rap, sempre as gerações são marcadas por algum som, e com certeza “Plaqtudum” marcou essa geração nova, a minha geração (que é a mais nova). Gerações são marcadas por alguma revolução, quando traz algo novo, uma parada que choca, e essas são as formas que marcam uma geração. Porque, bater 100 milhões, não fomos só nós, outros artistas conseguiram bater. Agora, marcar essa geração, fazer uma música icônica, quando se fala de Trap, já vem essa música na cabeça de muita gente, essa é a importância.
Derek: Acredito que é mais o poder de acreditar. É a parada de que uma pessoa que está começando a ouvir e a fazer rap, saber que ele consegue chegar aonde ele quiser, independente de onde ele veio, da classe social, se ele tem suporte ou não. Somos a prova viva disso. Viemos do nada, da quebrada, conseguimos fazer show em outros países por causa dessa música, porque quisemos, tivemos força de vontade. É isso, apareceram diversos artistas depois e ouvimos que a faixa estava dando força e coragem para esses artistas fazerem o que quiserem, para conseguir viver do próprio sonho. E esses artistas não viam referência, não conseguiam se identificar, e hoje elas podem.
Dfideliz: Essa parada é um pouco relativa, né? Para o rap nacional, na minha opinião, “Plaqtudum” foi a música que encorajou os moleques que já queriam fazer esse estilo de música, botar as caras. Foi uma mexida no rap, foi a música de trap que, na minha opinião, é a música mais famosa. Trouxe muita coisa para o gênero, deu uma mudada, outra cara, outra estética. Romantizou algumas paradas que para o mundo era horrível e trouxe uma nova linguagem, uma nova forma de enxergar o rap. Ela trouxe a parada da moda, da grana, do fashion, o que acontece real na rua - não que isso já não estivesse sendo cantado, mas de forma mais alegre. Essa seria a expressão, ela trouxe uma alegria para o rap nacional que, na época, estava um pouco parado. E, pô, 100 milhões de uma música que faz todo mundo pular. Quando a gente canta nos shows, eu percebo a alegria do público, um desabafo corporal, você estando naquele momento.
Rolling Stone: Como a criatividade de vocês se divide entre Recayd Mob e carreiras solo? Vocês conseguem pensar que existe uma personalidade solo e uma personalidade para o coletivo? Como elas são?
MC Igu: Para mim são as mesmas personalidades, a diferença é que quando estamos juntos é outra parada, certeza que vai sair algo muito f***, são todos os ídolos juntos em uma música. E aí você sempre sabe o que vai vir.
Jé: Eu acho que isso é normal para qualquer pessoa, essa diferença na personalidade. A gente tem várias, vários personagens, e a mesma coisa na música. Isso com certeza se aplica na minha arte, eu sou uma pessoa de várias personalidades, e a que eu mais gosto é o “Jé” na Recayd, ele não tá nem aí, ele vai falar o que ele quiser, vai experimentar e f***-se. Ele pode se arrepender depois, mas no momento que ele está com os amigos deles, ele se sente livre para fazer o que quiser, se sente forte porque têm eles ali do lado. Então, com certeza, tenho essas diferenças.
Derek: Pelo menos pra mim, agora, estou criando dois personagens. O Derek fora da Recayd e o Derek da Recayd. Porque estou tratando de outros assuntos nas minhas músicas solo e eu retrato outro Derek nas músicas da Recayd. Nós conseguimos conciliar isso bem, não é uma parada que foge de um para o outro, mas é uma parada que, pelo menos, pra mim, temos essas duas “personalidades” e conversamos bem entre elas.
Dfideliz: Total! Graças a Deus a gente tem um talento que a gente consegue dividir essa parada, nem todo artista consegue fazer isso, dividir isso. Eu, como Dfideliz solo, gosto de fazer uma parada e, com a Recayd, eu me cobro um pouco mais, estou com os caras que são meus ídolos, então, existe uma cobrança maior. Cada um tem seu estilo de música, cada um tem seu estilo, forma de fazer. Com meu solo consigo ficar mais tranquilo, o que me dá na telha, o Dfideliz quando está com o grupo é totalmente livre, mais rebelde, esse lado aflora; já com o solo eu chego com mais cautela, com rimas mais conscientes. E a Recayd já me dá esse espaço de “vou me cobrar, vou ser livre do jeito que eu quero, mas preciso fazer algo f*** para estar no nível dos meus irmãos”.
Rolling Stone: A Recayd Mod começou como o happy hour, como é a sua relação com o coletivo?
Jé: Começou como um happy hour, mas acabou se tornando a minha família. A gente tem uma relação de amizade muito grande, muito forte, que construímos com a música. Quando você tem essa conexão, vira um bagulho espiritual, tem muito a ver com a conexão de energia, para mim. Nós nos comunicamos com a música, a admiração que temos um pelo outro é muito f***, é um peso muito grande, estou trabalhando com meus ídolos, então sempre me puxa para meu limite. Tudo isso é importante para o nosso sucesso, essa nossa união. Porque sei que é raro na indústria da música, conheço muita gente da área que não tem essa união, as pessoas estão com outros propósitos. Nós estamos bem unidos, juntos, e isso com certeza tem um peso grande em nosso sucesso.
Derek: Minha relação com o grupo é algo surreal, nos tornamos uma família. É algo que eu vou dormir pensando e acordo pensando. Me faz sentir vivo, me dá vontade de ser um artista. Acredito que se eu não tivesse o grupo, talvez já teria ido para outros lados da música, ou nem estaria fazendo. Eu sei da necessidade de cada um, eles sabem daquilo que eu preciso, e estamos no mesmo foco, todos sabem daquilo que precisam e do que cada um quer.
Dfideliz: Eu lembro que, antes de entrar para Recayd, eu via muito como uma brincadeira, uma diversão, porque eu tinha um pensamento totalmente fechado. Eu não conseguia enxergar como os meninos queriam se divertir e trabalhar, os meninos queriam se divertir para sair da frustração, para não pensar na neurose que passa em casa, na rua. E eu não conseguia enxergar. Depois que eu comecei a andar com eles, eu percebi que era aquilo que eu queria. Eu não conseguia admitir que eu queria o mesmo com eles. A minha relação com a Recayd é de salvação, me salvou, abriu a minha mente, me deu a liberdade de expressão muito mais fácil. Quando eu entendi o propósito da Recayd, quando eu entendi o que o grupo queria passar, eu entendi que qualquer pessoa gostaria de estar naquele coletivo, sabe? Ainda mais tendo vários pretos que nem eu, asiático também, pessoas que me entendiam, favelados, e entendi que se eles estavam dispostos a me abraçar, eu ia me deixar ser abraçado. E foi isso que aconteceu, a minha relação com o coletivo é fazer música com meus irmãos.
Rolling Stone: O coletivo tirou alguns meses para focar em experiências solo. Como foi voltar? Existe, na verdade, esse sentimento de "retorno" pra você?
Jé: Não existe esse sentimento de retorno porque a gente tá junto fazendo música direto, fazendo clipe. Usamos o tempo de quarentena para fazer as paradas da Recayd. Nós moramos longe um do outro, então, temos que forçar estar juntos. A quarentena acabou complicando os planos. Esse “retorno” é mais para o público, mas estamos juntos o tempo inteiro. Gravamos alguns singles da Recayd nos últimos meses, então, talvez retorno aos palcos, para a vida de antes, mas não do coletivo. Estamos sempre na mesma sintonia.
Derek: Tem um ar de volta. A gente sente a necessidade de que “estamos voltando”, tínhamos feito essa pausa porque queríamos focar na carreira solo. Mas já deu. Pelo menos, pra mim, não foi uma parada tão boa. Acredito que se tivesse nos climas normais sem pandemia, estaríamos gostando. Mas também percebemos que somos muito melhores juntos. Quando a gente se junta, não tem pra ninguém, então tá sendo um olhar de volta, mas sempre soubemos que juntos somos mais f***.
Dfideliz: Foi uma eterna saudade e um momento muito gostoso pra mim, trabalhar com o meu solo, lembrar de como era trabalhar só com o projeto solo com uma saudade de estar nos palcos e estúdio com a Recayd. Foi uma bomba de sentimentos, mas foi gostoso, trabalhar com pessoas que eu também admiro demais, saber que as pessoas confiam em mim e foi uma experiência muito f***. Eu tenho o sentimento de retorno, porque a Recayd tinha vários pensamentos de que quando voltássemos seria, pelo menos, com um hit. “Mlks de SP” tá sendo um marco e foi glorioso. E vamos sentir esse gostinho mais ainda quando os shows voltarem, vai ser o melhor retorno.
Rolling Stone: Você já considera o trap mainstream? Como chegar lá sem abrir concessões para isso acontecer?
MC Igu: Pra mim o trap está estourando agora por aqui, falta muito para virar mainstream e acho que não há muito o que fazer, acredito que com o tempo, por ser tudo muito novo.
Jé: Não consigo ver o trap mainstream, mas com um potencial gigante. Tem todos os requisitos para ser uma música aceita pelo público do Brasil. O bom é bom, a linguagem é fácil, as pessoas já estão acostumadas com o que falamos na música, é jovem, novo, rola há tempos no mundo inteiro. Então, é uma questão de tempo para a inserção aqui no Brasil. A indústria também está em um processo de evolução. O País não tem uma estrutura para o trap, estamos chegando lá. Logo, logo estaremos lá.
Derek: Eu até considero o trap mainstream, mas não sei se é dahora nos considerarmos, porque não apelamos para o mainstream. Desde que estouramos, nossas músicas continuam as mesmas, não mudamos nosso vocabulário, nossa estética, chegamos lá sem querer ser mainstream. Sem fazer música romântica, que pegam mais visualização, etc. Estouramos sendo do nosso jeito, acredito então que seja muito do feeling, que ser você mesmo é o que faz a parada virar. Chegamos em artistas mainstream, em festivais mainstream, sendo a gente.
Dfideliz: Com certeza, eu acho, que o trap é mainstream. Todo mundo entendeu que essa é a parada de agora. Mês passado fiquei sabendo que tinha sido a primeira semana que o rap teve mais streams que o sertanejo, coisa que ninguém imaginava, e o trap ajudou muito nisso, a nova linguagem, também. Acho que temos que continuar nos aliando com outras pessoas, sem divergência, e vamos chegar.
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