Tom Meighan e Sergio Pizzorno, do Kasabian - Divulgação

“O indie rock está morto”, diz Tom Meighan, vocalista do Kasabian

Banda de Leicester, na Inglaterra, volta ao país pela segunda vez em apresentação no Planeta Terra, neste sábado, às 18h30

Pedro Antunes Publicado em 18/10/2012, às 14h59 - Atualizado às 19h34

Apesar de pequeno, o velociraptor era veloz e voraz. Ao decidir nomear o quarto e último disco em homenagem aos répteis pré-históricos, a banda inglesa Kasabian sabia pouco mais do que aquilo a que assistiram na trilogia Jurassic Park, de Steven Spielberg. A escolha de Velociraptor! se deu mais pela graça do nome cool do que outra coisa.

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Mas, em entrevista a Rolling Stone Brasil, o vocalista Tom Meighan diz entender o que o nome do disco e da música homônima significam sobre a banda hoje. “Eles gostam de andar em grupo”, diz Meighan. E, mais do que isso, juntos são mortais. É o Kasabian de hoje, que decidiu unir-se novamente ao produtor Dan The Automotor, com quem a banda trabalhou em West Ryder Pauper Lunatic Asylum (2009). Cada um fazendo a sua parte, eles chegaram a Velociraptor!, um disco pop, rock e dançante.

Foi com cada um fazendo a sua parte - Sergio Pizzorno, guitarrista, principal compositor, backing vocal e também coprodutor do disco, o vocal único de Meighan e a cozinha experiente do baixista Chris Edwards e do baterista Ian Mathews - que o Kasabian alcançou novamente o topo das vendas com seu quarto e mais recente trabalho. E é com ele que a trupe do dinossauro chega ao Brasil.

Mais curioso é o fato de a segunda vez em território brasileiro também ser no festival Planeta Terra. Era 2007 e o festival ainda engatinhava, realizado no espaço Villa dos Galpões, em São Paulo. O Kasabian, então ainda uma banda com dois discos, foi a principal atração da noite. “Estamos sempre mudando. Sempre”, diz Meighan por telefone, falando de um pub de sua cidade natal, Leicester (Inglaterra), entre goles de cerveja com os amigos. “Estamos sempre evoluindo. Não fiquem preocupados, porque não vamos fazer duas coisas iguais. Nós progredimos. O palco sempre nos deixou confortáveis e estamos acostumados a ele”.

O caminho natural também foi seguido pelo novo álbum. Com Velociraptor!, a banda e o coprodutor Dan The Automotor encontraram sintonia – e familiaridade. “O Dan é um cara ótimo. É muito fácil trabalhar com ele”, completou Meighan. O álbum é descrito pelo vocalista como uma "compilação de singles". “Acho que é um disco muito pop com [músicas de] três minutos de duração”, diz. “São coisas rápidas, não é um álbum com viagens e um conceito. São canções rápidas de três minutos.”

Ainda assim, as músicas fluem para um mesmo direcionamento de caos e sombra. Apesar da animada “Velociraptor” soar como um pop rock acelerado, ela trata da morte iminente; a balada “Goodbye Kiss” floreia com teclados uma triste canção de solidão; a raiva é o tema de “Days Are Forgotten”.

Parece haver uma espécie de armadilha da indústria musical prendendo o Kasabian. No Reino Unido, eles alcançaram o primeiro lugar em vendas físicas e digitais com Velociraptor!, levaram o prêmio do semanário inglês NME como melhor banda britânica de 2012 e foram headliners dos festivais de Reading & Leeds. Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, tal prestígio está longe de se refletir.

Se com West Ryder Pauper Lunatic Asylum a banda achegou a aparecer timidamente na 98º posição da parada norte-americana, no novo disco, contudo, o Kasabian mal entrou na lista dos 200 discos mais vendidos. Em um esforço para mudar a situação, Meighan e sua trupe partiram para uma extensa turnê de 12 datas nos Estados Unidos e cinco no Canadá. “Foi horrível!”, disse Meighan ao ser lembrado da turnê. “Mas não me entenda errado, os shows são ótimos, o problema é que é muito cansativo.”

Por aqui, a banda saiu da posição de headliner de 2007 e agora é a terceira principal atração do palco principal, o Sonora Main Stage (às 18h30) - antes do Suede, depois de Garbage e Kings of Leon. Mas tudo faz parte da estratégia de expandir de vez o mercado do Kasabian.

Meighan, contudo, não esconde aquele orgulho inglês bebido diretamente da fonte do irmãos Gallagher, do Oasis. “Estamos indo muito bem!”, diz ele. “Não somos indie, não. Somos uma banda de rock. O indie rock morreu. Era coisa dos anos 90. Somos rock and roll, cara! Nós fazemos o que fazemos. É isso que nós somos.”

Eles não descansam – a não ser que sejam forçados a isso. A turnê sul-americana, por exemplo, incluiria shows no Chile (dia 16) e Argentina (18), mas tiveram que ser cancelados por problemas de saúde do guitarrista Pizzorno. Mas o show no Planeta Terra ainda está confirmado.

Confira abaixo a programação do festival:

Main Stage

14h15 - Mallu Magalhães

15h30 - Best Coast

17h00 - Suede

18h30 - Kasabian

20h15 - Garbage

22h00 - Kings of Leon

Indie Stage

13h50 - Madrid

15h00 - Banda Uo

16h15 - Little Boots

17h45 - The Maccaabees

19h15 - Azealia Banks

20h45 - The Drums

22h15 - Gossip

Planeta Terra Festival

20 de outubro

Jockey Club - Avenida Lineu de Paula Machado, 1263, Cidade Jardim - São Paulo

R$ 330

planeta terra Tom Meighan Kasabian sergio pizzorno

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