Clássico de Cameron Crowe celebra 20 anos de lançamento em 2020
Malu Rodrigues I @amalu.rodrigues Publicado em 20/11/2020, às 07h00
Quase Famosos celebra 20 anos em 2020. O filme dirigido por Cameron Crowe se revelou como um clássico por fazer um retrato encantado da cena musical hard rock dos anos 1970.
Ao longo de quase 3 horas, acompanhamos a história do jovem William Miller (interpretado por Patrick Fugit). Aos 15 anos e apaixonado pelo rock, ele começou a escrever para a revista Rolling Stone EUA ao cobrir a turnê da banda Stillwater.
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Com tantos detalhes psicodélicos, ficamos na dúvida sobre quais elementos da produção são reais ou não - mesmo sabendo é uma obra semi-biográfica do próprio Crowe.
Ao pensar nisso, a Rolling Stone Brasil pensou em detalhes do longa que podem ser confundidos com verdade ou mentira e investigou a história:
Como vimos, Quase Famosos é inspirado na vida do próprio Crowe, que também escreveu para a revista norte-americana quando adolescente (com 15 anos para sermos exatos). Na vida real, o escritor viajou com grupos como Poco, Allman Brothers Band, Led Zeppelin, Eagles e Lynyrd Skynyrd.
O filme, então, traz as experiências de Crowe (inclusive com voos conturbados), mas dessa vez vividas por William. Com uma visão mais idealizada, o espectador é transportado para a década de 1970, vive todo o roteiro e roda pelo país como se estivesse no ônibus azul. É uma experiência única de aventura e romance com o rock and roll.
A banda Stillwater do filme não existe - apesar de realmente ter existido um grupo de rock com esse nome. Inclusive, a produção pediu permissão da gravadora real para usar o nome no longa.
O conjunto do filme foi pensado por Crowe a partir da experiência dele com bandas emergentes no início dos anos 1970. Assim, apesar de a Stillwater não ser real, ela é baseada em grupos de rock verdadeiros. Aliás, Peter Frampton participou de Quase Famosos como um consultor técnico musical.
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Vale lembrar como os próprios atores performaram as músicas da banda fictícia Stillwater. Jason Lee (Jeff Bebe) ficou nos vocais, Billy Crudup (Russell Hammond) na guitarra, John Fedevich (Ed Vallencourt) na bateria e Mark Kozelek (Larry Fellows) no baixo. As canções do grupo foram escritas pelo próprio Crowe, Nancy Wilson - do Heart - e Peter Frampton, enquanto Mike McCready - do Pearl Jam - ajudou nos riffs.
Penny Lane é representada como uma jovem de espírito livre, de personalidade única e espontânea. Interpretada por Kate Hudson, a personagem não é por si só uma pessoa real, mas é inspirada em Pennie Lane Trumbull, como aponta a Rolling Stone EUA em cobertura especial do aniversário do filme, e no grupo de promotoras que se denominava Grupo Flying Garter Girls. Outras inspirações possíveis para a protagonista são Pamela Des Barres e Bebe Buell.
Ao podcast de história oral, Origins, Kate Hudson comentou sobre a produção: "Provavelmente não passo uma semana sem que alguém me diga o que Penny Lane é para eles, o que Quase Famosos é para eles".
A artista continuou e disse como o filme impactou a vida dela: "Olho para trás e, enquanto estou sentada no consultório do meu terapeuta, vou: 'Eu apenas - estou me sentindo - tenho quarenta anos, e eu só quero - eu apenas'; E meu terapeuta diz: 'Você quer voltar no ônibus com Stillwater?'. E eu fiquei tipo 'Sim! Eu quero voltar no ônibus! Eu quero voltar no ônibus! Você está certo, é exatamente isso que eu quero'”.
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Também no podcast, a atriz relembrou de quando filmou uma cena sem ter dormido antes. A cena em questão é quando Penny passeia no Central Park após ter uma overdose.
Na noite anterior à gravação, a artista saiu até as 4 da manhã com os colegas Jimmy Fallon e Jason Lee. “Eu pensei: ‘Bem, merd*, estou indo direto para o trabalho. E isso é ótimo porque é a minha cena de ressaca'”, lembrou Hudson.
A atriz também recordou a reação do diretor: “Cameron me vê e olha para mim, e eu olho para ele, [fazemos] contato visual. E ele disse, 'Rock & roll'”.
Lester Bangs, interpretado por Philip Seymour Hoffman, realmente existiu. Ele foi um jornalista musical, crítico, músico e autor, que também serviu como mentor do jornalista adolescente. Bangs também fez reportagens para as revistas Creem e Rolling Stone EUA.
Para quem ama curiosidades, Hoffman se recusou a ler para o papel de Lester Bangs, revelou o diretor de elenco Gail Levin ao podcast de história oral, Origins. Em vez de seguir as linhas do roteiro, o artista simplesmente começou a fazer uma análise de uma publicidade que vira a caminho do estúdio.
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Levin explica: "Isso mostra o quão inteligente esse ator era: ele veio e criou esse tipo de improvisação que estava canalizando aquele personagem e criou uma falsa audição sem realmente fazer o teste, e isso foi, para mim, incrível".
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