Banda comandada por Marcelo Falcão dá início à nova turnê nesta sexta, 21, e promete álbum de inéditas com lançamento previsto para o final de 2012
Patrícia Colombo Publicado em 21/10/2011, às 12h11 - Atualizado às 18h59
Alterada em 21 de outubro, às 18h58
O Rappa está de volta. Após mais de um ano e meio de merecidas férias (as primeiras em 18 anos de estrada), Falcão, Alexandre Menezes (o Xandão), Lauro Farias e Marcelo Lobato retornam ao batente como banda, a partir do já marcado reencontro com o palco: 21 de outubro (esta sexta), na Marina da Glória, Rio de Janeiro. Os integrantes seguirão nos próximos meses com a turnê de disco e DVD Rappa – Ao Vivo, gravado na Favela da Rocinha em agosto de 2009, e já prometem álbum de inéditas para 2012.
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O disco de estúdio mais recente do grupo, Sete Vezes, foi lançado em 2008 e logo na sequência os músicos e sua equipe caíram na estrada – uma constante na carreira d’O Rappa. “Sempre fomos uma banda que costumou aliar turnê com discos”, explica o vocalista Marcelo Falcão, em entrevista à Rolling Stone Brasil. “No meio da turnê do Sete Vezes, eu olhava para o ano seguinte, que teria Eleição, Copa do Mundo. Dava para ver que seria muito mais proveitoso estarmos no descanso. Era emergencial, precisávamos respirar.” O botão “stop” foi apertado em 30 de dezembro de 2009 e dali em diante, cada um foi para o seu canto, visando os projetos pessoais. “Acho que qualquer banda deveria sentir isso. Se não parássemos, daria merda.”
O quarteto de maneira unânime considera que a pausa foi válida tanto no sentido de obter - a partir do contato com outras experiências - diferentes inspirações que pudessem ser proveitosas para a própria música d’O Rappa, quanto renovar os votos de amizade entre os integrantes. “A gente precisava desse timing para poder se reciclar. São sete álbuns super diferentes um do outro e queremos continuar nessa trajetória, de fazer discos diferentes, com atitude”, conta Lauro. Xandão complementa: “Não nos enxergávamos como amigos há muito tempo. Não tínhamos mais o convívio de ir tomar uma cerveja. Tínhamos perdido um pouco essa coisa de estar junto, almoçar junto. Tudo era compromisso, show. A pausa serviu para que nós amadurecêssemos como pessoas”. As tarefas com os projetos paralelos foram encerradas momentaneamente e a vontade de retornar ao Rappa foi o ponto em comum entre eles. “Todo mundo conseguiu fazer o que estava com vontade de fazer e todo mundo já estava com saudades de voltar a tocar junto”, argumenta Falcão.
Ainda em estágio embrionário, o sucessor de Sete Vezes não tem título nem data de lançamento certos, mas a previsão, como dito acima, é de que o álbum saia no final do ano que vem. Para que ele consiga ser elaborado de forma tranquila junto à turnê de Rappa – Ao Vivo, o grupo organizou as datas das apresentações somente para que aconteçam nos fins de semana. “A gente se transformou na banda que mais fazia show e hoje vemos que menos shows, [representam] mais qualidade. Marcamos as apresentações nas sextas e sábados, para que quartas e quintas possamos ficar no estúdio”, explica o vocalista.
Unidade inicial, unidade atual
O primeiro disco d’O Rappa, homônimo, foi lançado em 1994, mas foi com Rappa Mundi, dois anos depois, que o grupo estourou - ainda contando com Marcelo Yuka na bateria. Antes do primeiro lançamento, os integrantes contam que passaram por duas outras gravadoras que de alguma forma quiseram moldar à sua maneira a musicalidade do grupo. “No primeiro contato, foi pedido para que a gente mudasse as letras. Todo mundo disse não e decidiu ir embora”, recorda Falcão. Se, como em outras bandas, não havia entres eles uma unidade por relações vindas da infância e adolescência, outro ponto acabou servindo como conexão entre eles: a convicção de sua própria forma de trabalhar. “Realmente aquilo foi marcante, porque a gente estava desesperado [risos]. Nos momentos críticos é que você vê para que as pessoas vieram”, complementa Lobato.
Para Falcão, a postura inicial da banda reflete no que ela é até hoje. “Ali começava uma maneira de ser que hoje nos protege. Essa história de que caminho está indo o mercado”, diz. “A gente sempre fez discos diferentes. Nunca procuramos fazer álbuns iguais - o próximo provavelmente será diferente também. Só a liberdade de poder fazer um disco que não nos remete a este ou aquele universo já é uma vitória.” Os músicos brincam ainda que justamente a pluralidade em sua música acabou contribuindo também para shows da banda nos mais diversos locais – de eventos voltados ao universo do hip-hop a rodeios. “O lance todo não é o sertanejo, o pop rock. É você ter opção de ouvir o que quiser”, argumenta Lauro. “Não deixar de rolar uma coisa porque tem uma outra que está pintando. ‘Ah, agora é a hora da lambada, agora momento do reggae [risos]’. O lance é não se rotular, é ser livre.”
Veja abaixo as datas já marcadas da turnê de Rappa – Ao Vivo
Rio de Janeiro - 21 de outubro (Marina da Glória)
Rio de Janeiro - 22 de outubro (Marina da Glória)
São Paulo - 28 e 29 de outubro (Via Funchal)
Belo Horizonte - 05 de novembro (Chevrolet Hall)
Porto Alegre - 18 de novembro (Pepsi on Stage)
Brasília - 03 de dezembro (Ginásio Nilson Nelson)
Florianópolis - 11 de Fevereiro (Stage Music Park)
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