- MARCOS HERMES/DIVULGAÇÃO

“O Sepultura sequer fala com Max. Por que ele deveria participar?”, questiona esposa de Max Cavalera sobre ausência dele em documentário

Gloria Cavalera, que também é empresária de Max, rebate as críticas recebidas pelo vocalista e integrante fundador do grupo por ele não participar do filme sobre a banda mineira

Redação Publicado em 28/08/2013, às 15h08 - Atualizado às 19h03

Gloria Cavalera, esposa e empresária de Max Cavalera, aceitou atender a Rolling Stone Brasil para esclarecer a polêmica criada em torno do documentário oficial do Sepultura, cuja existência o antigo vocalista e fundador da banda chegou a afirmar que desconhecia. “O Sepultura sequer fala com Max. Por que ele deveria participar?”, questiona ela durante a entrevista.

As 15 separações mais conturbadas do rock: Sepultura.

A história teve início com uma entrevista de Max Cavalera ao jornal Folha de S. Paulo, publicada na última semana. Nela, ao ser questionado sobre o documentário oficial do grupo, o músico se disse surpreso: “Não fui chamado, inclusive é a primeira vez que ouço falar sobre o assunto. Acredito que se alguém quiser fazer um documentário sobre o Sepultura, é claro que eu deveria ser convidado, pois ajudei a formar o grupo”, disse ele em texto publicado em 23 de agosto.

Ao dizer que desconhecia o documentário, a produtora InterFace veio à público, através da página oficial do filme no Facebook, para explicar que foram trocados 35 e-mails entre Sepultura e Gloria Cavalera nos últimos três anos. “Todas as tentativas foram negadas, afirmando que Max não tinha interesse em participar do documentário.” O filme será lançado em 2014.

Teorias da conspiração: em 2008, após dez anos de distanciamento, os irmãos Max e Iggor Cavalera resolvem as diferenças da época do Sepultura, se reencontram como família e retomam a parceria musical com uma nova banda, Cavalera Conspiracy.

Tal postagem foi republicada pelo guitarrista Andreas Kisser, ainda integrante do Sepultura, o que gerou revolta por parte da empresária e esposa de Max. “Ele decidiu dizer que não sabia porque ele não se interessa em fazer parte de algo que não irá apresentar a verdade”, escreveu Gloria na página do próprio Andreas. “Andreas e Paulo falaram merda e mentiras por 17 anos, por que Max se envolveria com ele [o documentário]?”, continua o texto publicado por ela.

Em contato por e-mail, a atual empresária do Sepultura e ex-esposa de Iggor Cavalera, Monika, informou que ninguém da banda irá se pronunciar. “Não tem por que se pronunciar sobre algo que está rolando no Facebook”, justificou ela.

Gloria atendeu à ligação da Rolling Stone Brasil e diz se orgulhar do fato de o marido não querer participar do filme oficial do Sepultura. “Ele já participou de dois documentários”, diz ela, sobre o filme Global Metal e a série Metal Evolution, lançados em 2008 e 2012, respectivamente. “Quando o produtor dos shows no Brasil me disse que Max havia falado que não sabia do documentário, respondi: ‘isso não é verdade, Max não está interessado’.”

Veja uma galeria de mulheres que, assim como Gloria Cavalera, exercem múltiplas funções nas vidas dos maridos artistas.

Ela repetiu o mesmo que havia escrito no Facebook, que a verdade estará na autobiografia de Max, prevista para sair esta semana, segundo a página dela na rede social. Mas Gloria garante: “eu não estou aqui para vender livros”. “Por mim, uma pessoa pode comprar o livro e publicá-lo na íntegra na internet”.

A empresária cuidava do Sepultura e, em 1996, ela e Max deixaram o grupo em um traumático rompimento, cujos motivos nunca foram bem explicados. Gloria diz que Andreas Kisser e Paulo Xisto “inventaram um monte de mentiras” sobre o assunto e que, agora, “o livro de Max contará a verdade sobre o que aconteceu”.

Entre as verdades, ela diz que nunca foi demitida do Sepultura no fim daquele ano, como algumas histórias contam. Gloria afirma o contrato havia acabado em 16 de dezembro de 1996. “Não ofereci outro para eles. Max e eu seguimos em frente”, completa ela, citando o Soulfly, banda criada pelo vocalista após a despedida do Sepultura.

“O Max toca músicas do Sepultura todos os dias. Ele ama o Sepultura, é o bebê dele. Mas ele é um artista e, então, Soulfly nasceu - nasceu das cinzas. Quando nós saímos [da banda], não tínhamos nada: não tínhamos contrato com gravadora, não tínhamos nome, levaram todo o equipamento. Começamos tudo do início”, relembra ela.

“O Cavalera Conspiracy é como o Ramones usando crack”, diz Max sobre a energia da banda no palco.

Ela não entrega o segredo completo, mas indica que a história é relacionada com a morte do filho dela, Danna Wells, em agosto de 1996. “De repente, eles [outros integrantes do Sepultura] viraram pessoas que eu não conhecia. Duas semanas após a morte dele, eu não conseguia comer, e saí em turnê com a banda pela Europa. Meu filho tinha acabo de ser enterrado e eles não falavam comigo no ônibus.”

Por isso, diz Gloria, “Max não viu validade em estar em um documentário com pessoas que, segundo ele sente, estão mantendo a criação dele como refém”, diz. “Essa é a verdade. Eu continuo falando a verdade, mas as pessoas querem que eu diga algo a mais. São como piranhas, correndo atrás de mim. As pessoas me chamam de cobra. Não é minha culpa que não querem acreditar na verdade”.

banda Documentário participação sepultura separação Max Cavalera soulfly gloria cavalera

Leia também

Blake Lively se pronuncia sobre acusação de assédio contra Justin Baldoni


Luigi Mangione enfrenta acusações federais de assassinato e perseguição


Prince e The Clash receberão o Grammy pelo conjunto da obra na edição de 2025


Música de Robbie Williams é desqualificada do Oscar por supostas semelhanças com outras canções


Detonautas divulga agenda de shows de 2025; veja


Filho de John Lennon, Julian Lennon é diagnosticado com câncer