O brasileiro apresenta no festival pela primeira vez o projeto Sonidos Unidos Sound System, que reúne DJs nacionais e internacionais
Stella Rodrigues Publicado em 10/05/2012, às 13h31 - Atualizado às 16h24
Nesta sexta, 11, o DJ Zegon apresenta no festival Sónar um novo projeto, o Sonidos Unidos Sound System, que conta com diversos convidados internacionais. “Eu quis fazer um set mais autoral lá, não um de DJ comum. Estas são pessoas com quem eu venho colaborando de alguma forma”, ele disse à Rolling Stone Brasil.
“O Fat Lip é colaborador antigo meu de turnê, é um amigo também. O [André] Laudz, o garoto de Curitiba que é beatmaker, eu conheci online e a gente vem fazendo música juntos. Me identifico muito com esse moleque e o convidei”, conta Zegon. “Já o Lloyd Popps vem de Jacarta, na Indonésia, não o conheço pessoalmente. Ele era fã do meu trabalho e do N.A.S.A. e começou a me mandar as coisas dele. Ele é o rei do talkbox, faz aquelas vozes de vocoder. O RAPadura eu conheci no Rio, quando fui tocar lá. Fui reunindo influências, basicamente. Acho isso bem a cara do trabalho que eu faço.”
A performance inédita no Sónar, ele garante, é apenas a estreia. “Pretendo continuar com a ideia do Sound System, mas com convidados flutuantes, ir chamando pessoas de outros lugares e ir misturando as sonoridades. Por exemplo, o Fat Lip, o Popps e o RAPadura vão apresentar algumas músicas deles remixadas por mim”, conta. No momento, a postura é de expectativa para ver como será essa primeira experiência. “Sabemos que temos todos influências diferentes, mas não sabemos o que sairá, na prática, dessa união. Se bem que na música não tem tanto esse tipo de barreira, na verdade”, pondera.
Enquanto isso, os projetos veteranos de Zegon não param. De La Soul, Cee Lo Green (que também toca no evento em São Paulo, este fim de semana), DJ Marky, Sean Lennon e John Frusciante são alguns dos nomes que participam do segundo disco do N.A.S.A., parceria do ex-Planet Hemp ao lado do norte-americano Sam Spiegel. “Estamos começando a gravar agora. Tenho muita música guardada para finalizar. A meta é que esteja nas lojas no verão do hemisfério norte do ano que vem. E este ano ainda lançamos um DVD.”
Ao mesmo tempo, ele corre com a carreira solo com a intenção de lançar um disco em breve. “Eu passei esses anos de turnê em um branco de produção. Mas este ano voltei a milhão novamente, e nos próximos meses já devo soltar algo inédito.”
Sónar, o festival de vanguarda
Zegon faz questão de logo de cara desmistificar uma visão que se tem do Sónar ao redor do mundo. “O que acho mais legal é que é lógico que tem nomes grandes, mas em geral tem um line-up bem conceitual e legal para quem gosta e entende de música. Mas não acho que ele seja experimental. É experimental para quem gosta de música pop. É algo para quem entende e gosta de música mesmo. E mesmo assim ele tem alguns nomes óbvios. O público alternativo já não é mais aquela coisa fechada e pequena, o pessoal gosta de música boa. Desde que tudo começou a se difundir muito mais rápido ninguém mais aguenta ouvir só top 10 da parada pop. O público gosta de música boa, entende de música, às vezes entende mais que o próprio artista”, dispara. Amante de música acima de tudo, o produtor procura não se posicionar como um purista da arte, nesse quesito pop versus inovação: “Dá para ir para ir para os dois lados. Eu mesmo faço o buraco underground para 200 pessoas até evento de moda. Mantendo a identidade, eu não me ponho essa barreira, a gente faz o que dá para fazer.”
Sobre o line-up escalado para essa primeira edição brasileira, ele faz piada sobre o cancelamento de Björk, que está com um nódulo na garganta e foi substituída pelo Kraftwerk. “Eu espero que ela fique bem, mas eu adorei a troca! Eu não sei muito sobre esse show 3D deles, mas estou louco para ver. Espero que consiga, é no mesmo dia que eu. O Cut Chemist é um brother meu de muitos anos, embora faça tempo desde a última vez que a gente se viu. Eu sei que ele está fazendo um trabalho audiovisual bem legal, com vários toca-discos, estou curioso para ver. Quem sabe no sábado eu não consigo ir só para curtir? É uma coisa que faço pouquíssimas vezes por ano, é quase impossível sair sem estar trabalhando.”
Sónar Brasil 2012
Parque Anhembi: Av. Olavo Fontoura, 1.209
Até esta quinta, 10, is ingressos custam R$ 230 (sexta), R$ 230 (sábado) ou R$ 400 (os dois dias) - há meia entrada
A partir desta sexta, 11, eles saem por R$ 250 (sexta), R$ 250 (sábado) ou R$ 450 (os dois dias) - há meia entrada
Vendas online: ingresso.com.br
Veja o line-up completo:
11 de maio
SONARVILLAGE
20h00 Mauricio Fleury
21h30 James Pants
22h30 Cut Chemist
23h30 Doom
00h30 Zegon
01h30 Emicida
02h30 DJ Marky vs. DJ Patife
04h00 Super Guachin
SONARHALL
20h00 Za!
21h00 Ricardo Donoso
22h00 Muti Randolph & Clara Sverner
23h00 Tahira
23h30 Criolo
00h30 Tahira
01h00 Little Dragon
02h00 Tahira
02h30 Austra
03h30 Tahira
SONARCLUB
21h30 James Blake
23h00 Kraftwerk
00h30 Hudson Mohawke
02h00 Chromeo
03h00 Skream
04h00 Gui Boratto
12 de maio
SONARVILLAGE
16h00 Dago
17h30 Gang do Eletro
18h30 Pazes
19h30 Tiger & Woods
20h30 Rustie
22h00 Flying Lotus
23h00 James Holden
01h00 Four Tet
02h00 Seth Troxler
04h00 Totally Enormous Exctinct Dinosaurs
SONARHALL
16h00 Psilosamples
17h00 Silva
17h45 Thomash
18h15 KTL
19h15 Thomash
20h15 Alva Noto & Ryuichi Sakamoto
21h30 M. Takara vs. Akin
22h30 Mogwai
23h30 Bruno Belluomini
00h30 James Blake
01h30 John Talabot
03h00 Squarepusher
SONARCLUB
21h00 Nedu Lopes
22h00 Cee Lo Green
23h00 The Twelves
00h00 Justice
01h10 Munchi
02h10 Modeselektor
03h10 Jeff Mills
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