Banda se apresenta em show virtual do festival Rec-Beat, filmado no viaduto Santa Efigênia, neste domingo, 14
Mariana Rodrigues | @marigues_ (com supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 13/02/2021, às 12h30
Após um ano fora dos palcos, a banda paulistana O Terno fará seu primeiro show online neste domingo, 14, com setlist do seu último disco <atrás/além> (2019). Apresentação faz parte do tradicional festival de Recife Rec-Beat, realizado pela primeira vez em São Paulo, no viaduto Santa Efigênia.
Apesar das lives se tornarem tendência durante a quarentena, o trio optou esperar até ser seguro para se apresentar novamente. “[No final de 2020] veio o convite para fazer essa filmagem para o Rec-Beat, bem algo que esperávamos. Poder fazer com os protocolos e com conceito simples, mas caprichadão,” explicou o vocalista, Tim Bernardes, em entrevista para Rolling Stone Brasil.
2020 trouxe mudanças inesperadas para o grupo, tanto no sentido profissional quanto pessoal. A turnê de divulgação do disco <atrás/além> foi interrompida devido às medidas de isolamento social e alguns projetos, como shows, ficaram de fora da agenda d’O Terno.
O período longe dos palcos - e dos colegas de banda - foi capaz de ressignificar o sentimento de se apresentar novamente. “Foi muito gostoso tocar junto, voltar a ter essa coisa de montar a bateria, passar o som, estar ali com Tim e Gui, tocando e se apresentando dá uma adrenalina,” comentou Biel Basile. “Estava com muita saudade e quando tocamos me veio mais à tona essa noção do quanto faz falta para mim.”
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Lançado na metade de 2019, o disco marcou os 10 anos da banda paulistana, representando uma fase nova e mais madura. Para Tim, as canções são um reflexo das suas experiências ao longo da vida: “Acho que os assuntos das minhas letras refletem muito meus pensamentos da época. E ao longo dos 20 anos, como um todo, os assuntos vão variando,” explica. “Na hora de compor esse disco haviam muitas questões sobre a chegada na vida adulta, mudanças de fase ou coisas assim.”
Para o baixista Guilherme D'Almeida, <atrás/além> impulsionou a carreira d’O Terno. “Alcançou pessoas novas e ao mesmo tempo carregou quem ouve O Terno desde o primeiro disco, segundo disco. O jeito como as pessoas cresceram, foram acompanhando a gente é muito bonito,” comenta.
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Os integrantes passaram o período da quarentena em casas separadas, e apesar das mudanças drásticas em relação à rotina, 2020 também foi um período para desacelerar. Para Tim, a pausa foi fundamental para dar um respiro:
“Desassociei um pouco viver de trabalhar. Não tinha essa noção de como era tão junto a vida e a carreira. Então, 2020 foi um ano só de viver, não de tocar, criar, pôr alguma coisa no mundo. A gente existe mesmo assim, mesmo se as coisas param de ser feitas.”
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Apesar de ter aproveitado o isolamento social para se dedicar a pequenos projetos pessoais, o vocalista reforçou a importância de não se forçar na hora de trabalhar. “Pessoalmente, quando fechou a quarentena, fiquei meio desnorteado, sentia a obrigação de compor, mas não sabia o que dizer. [...] Quando passou a afobação de ‘meu Deus, sou um escravo de produzir conteúdo' a gente entendeu: é melhor produzir quando realmente tem vontade e algo bom para desenvolver,” explicou.
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Em Ilhabela, litoral de São Paulo, Biel aproveitou o tempo para se conectar com si próprio. “Isso me deu um rebote de querer entrar num processo muito mais introspectivo, meditativo. Para mim foi muito mais uma coisa de autoanálise, de ir pra dentro, pro casulo. [...] Mas é isso, vai se habituando, levando para outros lugares,” comenta.
Quanto aos projetos futuros, o grupo pretende retomar com os shows quando for possível, mas Tim ressalta: "A gente tem uma profissão muito maluca que é a música, às vezes você pode ficar um ano sem fazer muita coisa porque está processando algo que virará ser seu sustento daqui a pouco."
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Rec-Beat SP é uma versão inédita do tradicional festival de Recife e terá transmissão gratuita no canal oficial do YouTube no domingo, 14, a partir das 15h. Com uma produção cinematográfica com cenas dos pontos turísticos de São Paulo e Recife, os shows serão comandados por China e Roberta Estrela D'Alva.
Além dos shows, a programação também contará com drops de poesia, dança e música durante os intervalos. O line-up inclui Mateus Aleluia, MC Troia, Getúlio Abelha, O Terno, Luiza Lian, Spokfrevo Orquestra, Ilú Obá de Min e Céu. Essa não é a primeira vez do trio no festival e Gui garante: "O show vai ser um momento muito bonito."
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