Como sete jovens superestrelas reescreveram as regras da indústria musical e se tornaram a maior banda do mundo
BRIAN HIATT | ROLLING STONE EUA. Tradução: Gabriela Piva e Mariana Pastorello Publicado em 29/06/2021, às 07h00
“É uma pergunta muito séria e profunda,” diz RM, o líder de 26 anos do maior grupo do mundo. Faz uma pausa para pensar. Falamos sobre futuros utópicos e distópicos, sobre como o sucesso global destruidor de barreiras e da hegemonia do grupo: o colossal BTS sul-coreano de sete integrantes. Parece o vislumbre de um mundo novo e melhor, de um século 21 interconectado e cumprindo a promessa.
Os níveis absolutamente mágicos de carisma do BTS, a música desafiadora de gênero, elegante, mas pessoal, até mesmo a marca de masculinidade casualmente não tóxica e cuidadosa com a pele - cada pedacinho disso parece como a visita de alguma linha do tempo mais brilhante e esperançosa. O que RM pensa, atualmente, no entanto, é como tudo isso contrasta com uma paisagem mais escura ao redor deles, particularmente a terrível onda recente de violência e discriminação anti-asiática em uma diáspora global.
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“Somos outliers,” diz RM, “e entramos no mercado musical norte-americano e desfrutamos desse sucesso incrível.” Em 2020, com sete anos de carreira, o primeiro single em inglês do BTS, o irresistível “Dynamite,” atingiu o número um, uma conquista tão singular a ponto do presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, parabenizá-los em declaração. Há muito tempo, a nação está profundamente investida no enorme sucesso cultural além das fronteiras, fato conhecido como Onda Coreana.
“Agora, é claro, não há utopia,” continua RM. “Há um lado da luz; sempre haverá um lado escuro. A forma como pensamos é que tudo o que fazemos, e nossa própria existência, contribui para a esperança de deixar essa xenofobia, negatividade, para trás. É nossa esperança, também, que as pessoas em minoria retirem alguma energia e força da nossa existência. Sim, há xenofobia, mas também há muitas pessoas que nos aceitam. O fato de fazermos sucesso nos Estados Unidos é muito significativo por si só.”
No momento, RM está em uma sala acusticamente tratada na sede da gravadora em Seul, usando uma máscara médica branca para proteger um tradutor próximo, chapéu e moletom preto da marca de luxo de Los Angeles, Fear of God. Como explicou muitas vezes em programas de entrevistas dos EUA, aprendeu inglês fluente sozinho por meio de DVDs frenéticos de Friends (1994). Mesmo assim, faz uso compreensível do intérprete quando a conversa fica complexa.
RM é fã de complexidade. Estava a caminho de uma educação universitária de elite antes do amor pelo hip-hop, iniciado pela primeira vez pelo grupo coreano, Epik High, levasse-o ao estrelato. Bang Si-hyuk, o cerebral e intenso, porém avuncular, magnata produtor e fundador da gravadora de BTS, Big Hit Entertainment (agora HYBE), assinou primeiro com RM, em 2010, e gradualmente formou BTS em torno do talento e magnetismo do rapper. “Quando conheci RM,” conta Si-hyuk, “senti o dever de ajudá-lo a crescer e se tornar um grande artista após reconhecer seus talentos musicais e maneiras de pensar.”
Quando BTS estreou em 2013, Big Hit era uma startup perdida na indústria musical sul-coreana, então dominada por três grandes empresas (Si-hyuk foi produtor de uma delas, a JYP.) Dizem que Big Hit uma vez ficou sem dinheiro enquanto filmava clipe. Agora, graças ao sucesso de BTS, a HYBE é uma empresa de capital aberto tão grande a ponto de abocanhar a empresa de gestão norte-americana por trás de Justin Bieber e Ariana Grande. “Sempre definimos metas e padrões que podem parecer ideais e tentamos nosso melhor para chegar lá o mais próximo possível,” diz Si-hyuk. “Ainda é o mesmo.”
Um longo processo de recrutamento e audição trouxe à RM seus seis colegas de banda: os companheiros de rap Suga e J-Hope, os cantores Jung Kook, V, Jimin e Jin. Jungkook, o integrante mais jovem - cujos múltiplos talentos incluem um tenor extraordinariamente emotivo - teve ofertas para assinar com várias agências de entretenimento, mas escolheu Big Hit e BTS por causa de RM. “Simplesmente pensei que RM era muito legal," conta Jungkook. “Realmente não sabia muito sobre ser um cantor. Mas, quando eu o vi fazendo rap, simplesmente pensei como ele era realmente incrível. Acredito que talvez tenha sido o destino me atraindo a ele.”
Suga e J-Hope foram os dois primeiros integrantes a se juntarem depois de RM, em um ponto no qual Bang imaginava um grupo de puro hip-hop. (Havia um monte de outros rapper em treinamento com eles, todos foram descartados para os cantores assumirem, conforme o BTS tornou-se um grupo mais pop híbrido.) Suga, também um fã de Epik High, assim como rappers americanos como T.I, era habilidoso quando se juntou - para desgosto de seus pais. “Eles não entendiam o rap," diz Suga. “É natural que eles fossem contra. Isso me ajudou a trabalhar mais para poder provar algo.” Na intensa faixa solo de 2016 “The Last” (gravada sob o pseudônimo de Agust D), Suga revelou batalhas com TOC, ansiedade social e depressão. “Estou confortável agora e me sentindo bem," diz ele. “Mas, esses tipos de emoções negativas vêm e vão. Para qualquer um, essas emoções não precisam ser escondidas. Precisam ser discutidas e expressadas. Independentemente de como me sinto, estou sempre pronto para expressá-las."
Com a personalidade mais brilhante do grupo, J-Hope é amado pelos companheiros. (“Acredito que J-Hope pode concorrer à presidência mundial”, diz V; “Haverá pelo menos seis votos nossos," acrescenta RM.) J-Hope é um dançarino deslumbrante e um rapper surpreendentemente agressivo, uma habilidade que aprendeu durante o treinamento. “Quando comecei a treinar, todos os membros eram rappers," diz ele. “Então, ao entrar na casa, os beats estavam dropando. Todo mundo estava fazendo rap no estilo livre. Não foi fácil de adaptar no início.”
Jin, quem tinha experiência em atuação, foi recrutado na rua por um olheiro do Big Hit com base em sua beleza absoluta. Desenvolveu habilidades musicais formidáveis, mas gosta de brincar sobre a atenção dada à sua aparência. “Quero enfatizar, para ficar registrado, todo mundo ficou furioso com minha boa aparência," fala sobre uma recente aparição em um programa de variedades da TV sul-coreana. Ao mesmo tempo, ele pode ser tocavelmente inseguro. “Sinto falta em muitas áreas," diz ele. “Outros membros aprenderão uma dança uma vez e serão capazes de dançar imediatamente com a música, mas eu não consigo. Então, tento trabalhar mais duro para não atrapalhar os outros membros ou ser um fardo.”
V, fã de jazz, música clássica e Elvis Presley, com um barítono distinto, juntou-se ao treinamento do Big Hit por acidente, após aparecer para apoiar um amigo quem fazia testes. V era um "membro oculto", não apareceu na câmera nos intermináveis vlogs e outras engenhoas promoções on-line antes da estreia do BTS em junho de 2013. "Na verdade, não consigo entender nada", diz ele agora, com uma risada. "Por que eles fizeram isso? Por que foi esse o conceito? Realmente não tinha ideia! ” (Bang ofereceu tardiamente uma resposta: "Precisávamos de impulso para anunciar que a equipe, chamada BTS, estava finalmente completa. V tinha grandes encantos como aparência e personalidade, então pensei no impacto quando ele fosse revelado. Foi uma estratégia efetiva na formação da imagem geral da equipe, além de deixar uma imagem de cada membro.”)
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Jimin é um dançarino virtuoso, formalmente treinado, que também atinge algumas das notas mais incrivelmente agudas do catálogo do BTS. Tem uma forte veia perfeccionista. “Dançar era meu próprio mundo e espaço,” falou Jimin, que sente como se devesse performances perfeitas aos fãs de BTS. “Para o bem e pela devoção deles, não devo errar.”
Também está profundamente ligado à equipe. “Éramos pessoas muito diferentes que se encontraram,” diz Jimin. “Discutimos muito no começo, é claro, mas acho que agora, por passarmos tanto tempo juntos, comecei a gostar até do que odiava nos outros integrantes. O tempo juntos realmente nos tornou próximos, como uma família. Não importa aonde eu vá, há um lugar para onde posso voltar. Comecei a me sentir assim em relação ao nosso grupo.”
RM é de uma seriedade talvez incrongruente com o nome artístico inicial de Rap Monster, oficialmente abreviado em 2017. Omite citações de Nietzche e do artista abstrato Kim Whan-ki em entrevistas e comemorou o 26º aniversário com a doação de quase US$ 85 mil para uma fundação de museu para apoiar a reimpressão de livros raros de belas-artes. Ele e Suga preenchem as rimas com duplo e triplo sentido que impressionariam os cabeças dos hip-hop dos EUA, quem nunca pensou muito sobre BTS.
O grupo compartilha a tendência para temas pesados, baseando um ciclo de discos na psiclogia junguiana, usando brilhantemente a perda de Plutão do status de planeta completo como uma metáfora romântica na canção “134340,” entrelaçando videoclipes com enredo contínuo labiríntico. Mesmo as brincadeiras entre canções são cheias de profundidade incomum. “Todos temos galáxias em nossos corações,” diz RM uma vez em arena cheia de fãs. “Até meu pai, que trabalha todos os dias. E minha mãe, corretora de imóveis. E minha irmãzinha também. Até os cães e gatos de rua. Até as pedras no chão… Mas há quem nunca saberá disso até morrer.” (Mais tarde, em 2019, co-escreveu a faixa “Mikrokosmos” do BTS, baseada em um tema semelhante).
Para os integrantes do BTS , não é incomum derramar uma ou duas lágrimas enquanto falam com fãs no palco. Confortáveis com maquiagem e tintura de cabelo iridescente, tudo isso faz parte da rejeição institiva de conceitos rígidos de masculinidade. “Os rótulos do que é ser masculino é um conceito ultra passado,” diz RM. “Não é nossa intenção quebrá-lo. Mas se causamos um impacto positivo, somos muito gratos. Vivemos em uma época na qual deveríamos ter esses rótulos ou ter essas restrições.”
Nos primeiros dias, com singles “No More Dream” e “N.I.," BTS escreveu diretamente sobre frustrações dos jovens sul-coreanos, que enfrentaram pressão e competição implacável na escola e no mercado do trabalho. (BTS mantinha uma tradição: os progenitores do K-pop Seo Taiji and Boys atingiram notas temáticas semelhantes no início dos anos 1990, enquanto recorriam ao então atual hip-hop norte-americano e R&B, assim como o BTS faria - o primeiro single do grupo de Taiji com destaque samples do Public Enemy, “Bring the Noise.”) BTS aprendeu que a mensagem inicial, junto com letras posteriores que lidam com identidade, amor-próprio, saúde mental e muito mais, tinham aceitação o suficiente para torná-los porta-vozes de uma geração - literalmente: dirigiram-se à Assembleia Geral das Nações Unidas, duas vezes.
“Quando escrevemos as canções e mensagens, é claro, não era sobre algum conhecimento ou consciência do sistema educacional nos EUA ou em qualquer outro lugar,” explica RM. “Éramos adolescentes naquela época. Havia o que poderíamos dizer, pelo que sentíamos e pelas nossas experiências sobre a irracionalidade da escola, ou as incertezas e os medos e ansiedades dos adolescentes. Um pensamento comum e uma emoção comum ressoaram na juventude, não apenas na Coréia, mas nos EUA e no Ocidente.”
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O nome completo do BTS, Bangtan Sonyeondan, traduz-se como “Escoteiros à prova de balas”, e a ideia, de maneira geral, era como se fossem amigos e protetores da juventude, em um nível quase espiritual. (Mais tarde, declararam outro significado de BTS, “Beyond the scene”, algo como “Além da cena”.) “Não queria que fossem ídolos falsos," diz Bang certa vez. “Queria criar BTS para se tornar um amigo próximo.”
Em dezembro, BTS teve outro hit número um nos EUA com "Life Goes On", uma balada melancólica, com destaque por ser a resposta pop definitiva ao ano pandêmico. Mas, como as letras são quase inteiramente em coreano, a canção não foi tocada virtualmente nas rádios dos Estados Unidos; a posição no gráfico ocorreu pelos streamings e compras, e a demanda óbvia não foi suficiente para o rádio reconsiderar. RM, por exemplo, ainda está esperançoso, sente como se uma parede fosse se estilhaçar. “Se eles sentirem, acho que vão mudar," diz ele. “As barreiras ainda estão caindo. Isso continua e continua."
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No meio tempo, BTS está dando sequência a "Dynamite" com outro single em inglês, "Butter," com lançamento para 21 de maio de 2021. Como o alegre “Dynamite," “Butter” não tem uma mensagem pesada. É uma celebração dance-pop pura e arrogante na veia retro de Bruno Mars, com camadas de sintetizadores ao estilo Jam & Lewis, se orgulha de ser “suave como manteiga” e ter um “brilho de superstar." “É muito enérgico," diz RM. “E muito verão. Tem um desempenho muito dinâmico.” Claramente, há mais músicas vindo também - vários compositores ocidentais quem trabalharam com o grupo no passado dizem estar em contato frequente com a equipe do BTS sobre novas músicas.
Por ter uma mão forte nas composições das músicas, BTS sempre se destacou dos métodos tradicionais de K-pop e, por falar nisso, muito do pop americano foi dominado pelas composições. (O fato de BTS fazer parte do K-pop é um tópico muito debatido entre os fãs, conhecido como ARMY - muitos acreditam que o grupo transcendeu o rótulo.) “Parecem orgânicos e únicos”, diz apresentador do Late Late Show, James Corden, um fã que os exibiu desde 2017. “Nunca parece que estão na máquina. Eles são a máquina.”
RM e Suga produzem há anos, e Suga tem vários créditos como compositor de outros artistas. Fora as contribuições dos integrantes, a maior parte da produção e composição foi realizada internamente no Big Hit, com Bang e uma equipe de produtores e compositores. Começando por volta de 2017, compositores e produtores ocidentais se juntaram ao processo, mas as contribuições eram parte do esforço do grupo.
O produtor principal, Pdogg, tende a selecionar as melhores melodias e seções de vários criadores, quem poderiam estar em qualquer lugar do mundo. “Vai voltar e eles vão dizer: 'Amamos essas duas partes que você fez,'" diz August Rigo, um compositor filipino canadense quem trabalhou nos singles de 2020 “Black Swan” e “On.” “'Então, temos este trecho e esta seção da qual não temos certeza.' Portanto, é como montar um quebra-cabeça em colaboração com a BTS… Não foi como se em dois dias e estivesse feito. Foram dois, três meses, talvez seis ou sete revisões.”
Em pelo menos um caso, BTS acabou patrulhando colaboradores por conta própria. Depois da dupla de produção do Brooklyn, Brasstracks, notou uma das músicas autorais tocando ao fundo de um vídeo de bastidores do BTS, tuitaram sobre isso e logo ouviram de Big Hit. “Recebemos um e-mail dizendo, ‘Ei, fazemos isso e estamos procurando por isso’ e ‘BTS está interessado no seu trabalho,’” diz Ivan Jackson, parte dos Brasstracks, que anteriormente trabalhou com Mark Ronson e Chance the Rapper. “Só acho que estão tão atentos a ponto de não buscarem flores. Porque não somos grandes produtores. Não conseguiram Timbaland.” Brasstracks enviou um beat que acabou na faixa “Dis-ease,” com uma seção de ponte adicionada por Pdogg e outro produtor, Ghstloop. “Foi um caso de colaboração realmente incrível,” fala Jackson.
“Dynamite,” produzida pelo profissional do Reino Unido David Stewart (não o cara do Eurythmics) e escrita por Stewart com a parceira de composição Jessica Agombar, outra britânica, foi uma exceção. A HYBE divulgou que BTS estava pronto para lançar single em inglês, e o grupo e a gravadora escolherem a música entre várias inscrições. “‘Dynamite’ não seria lançada se BTS estivesse em turnê conforme programado,” diz Si-hyuk. “O projeto foi escolhido para mudar o clima em resposta à situação da pandemia. Combinava com o BTS e que a vibe da música seria melhor expressa em inglês.”
Foto: Hong Jang Hyun para a Rolling Stone
Formando uma bolha da Covid-19, BTS se manteve ocupado no estúdio no ano passado, primeiro com “Dynamite” e depois com o álbum Be, de novembro, o trabalho mais maduro da carreira, que inclui “Life Goes On.” Mas, em 2020, tiveram mais tempo livre desde quando se juntaram a Big Hit como trainees. Por anos, mencionaram alegramente como estavam com sono atrasado. No ano passado, finalmente conseguiram descansar, e todos falam de meses de reflexão e autodescoberta. Para Suga, quem lutou silenciosamente por anos com uma lesão no ombro sofrida enquanto trabalhava como entregador durante os dias de trainee, era a chance de fazer a cirurgia. “Houve momentos,” diz Suga, agora se sentindo melhor, “nos quais não conseguia levantar meus braços em amplitude completa de movimento durante shows.”
O vínculo entre BTS e ARMY é real, e os caras realmente sentiram falta dos fãs, da estrada. “Quando não podíamos sair em turnê, tínhamos uma sensação de perda, de impotência,” fala Jin. “E estamos todos tristes. E realmente demorou um pouco para superarmos esses sentimentos.”
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“O rugido das multidões e do ARMY é algo que amamos,” diz Jungkook. “Sentimos falta disso cada vez mais. E ansiamos por isso cada vez mais.”
BTS é tão apaixonado na defesa do ARMY quanto os fãs são por eles. “ARMY é muito mais equilibrado do que nós,” conta RM. Os fãs viveram de acordo com a fé de BTS neles repetidas vezes, montando documentários de nível profissional, embarcando em projetos ambiciosos de pesquisa e tradução, combinando coletivamente a doação de um milhão de dólares de BTS para o Black Lives Matter (Vidas Negras Importam, em tradução livre) em apenas 25 horas.”
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Ao longo da existência do grupo, nenhum dos integrantes assumiu qualquer relacionamento romântico, embora vários tenham aludido a namoro antes de se juntarem. A linha oficial é por serem muito ocupados. O pensamento usual do grupo pop pode sugerir que BTS se preocupe com a reação dos fãs sobre o assunto, mas Suga, pelo menos, rejeita a ideia. “Tenho dificuldade em entender essa questão,” diz ele. “ARMY é um grupo diversificado. Nessa situação hipotética, alguns aceitam, outros não. Quer seja namoro ou outra coisa, todos são indivíduos e entenderão as situações de formas diferentes.”
Em 2018, BTS negociou a renovação do contrato com a empresa de Bang, comprometendo-se a mais sete anos como banda. Dois anos depois, o grupo recebeu um suporte financeiro da HYBE. “É muito significativo,” diz RM, “para nós e também para a empresa, que nos reconheceu como verdadeiros parceiros. Agora, o sucesso de Big Hit é nosso sucesso, e nosso sucesso é do Big Hit. ” Também significou uma sorte inesperada de milhões de dólares para o grupo, quando HYBE tornou-se público no ano passado. “Isso é muito importante,” fala RM com um sorriso
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Há uma armadilha à espera do BTS no qual todo grupo sul-coreano masculino e estável enfrentou: devido às tensões recorrentes com Coreia do Norte, os homens normalmente são obrigados a cumprir um mandato de 21 meses no serviço militar até o 28º aniversário. Jin completou 28 anos no dia 4 de dezembro de 2020, mas naquele mês o governo aprovou uma lei oferecendo-lhe uma suspensão direta: “Um artista da cultura pop quem foi recomendado pelo Ministro da Cultura, Esportes e Turismo para melhorar muito a imagem da Coréia na nação e em todo o mundo” agora seria capaz de esperar até os 30 anos para servir.
“Acho que o país me disse: 'Você está indo bem e vamos lhe dar um pouco mais de tempo'”, diz Jin. O serviço militar, acrescenta, “é um dever importante para o nosso país. Portanto, tentarei trabalhar muito e fazer o máximo até ser chamado.”
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Se a lei não for alterada novamente, oferecendo outra extensão, Jin entende a possibilidade do BTS continuar sem ele por um tempo. “Não tenho dúvidas, os outros integrantes tomarão uma boa decisão porque, você sabe, isso não é algo que eu possa dizer a eles como fazer”, diz ele. Se passarem o tempo como seis peças,"vou ficar triste, mas vou assisti-los na internet e torcer por eles.”
Suga tem 28 anos, J-Hope tem 27 e RM completa 27 em 2021, então, o serviço militar dos artistas também está próximo. Pelo menos, um grupo de K-pop, Shinhwa, voltou a se reunir depois do tempo no exército e ainda são um grupo depois de 23 anos. O BTS pode muito bem aspirar a esse tipo de longevidade. “Então, sim, queremos ver o ARMY como vemos agora," diz V. “Tenho certeza de que funcionará para podermos continuar vendo o ARMY. Sobre o serviço militar, ou o que vai acontecer, não discutimos nas especificidades entre nós, mas tenho certeza de que vai funcionar eventualmente.”
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Para Jimin, pelo menos, BTS é eterno. “Acho que nunca realmente pensei em não fazer parte desse grupo," diz ele. “Não consigo imaginar o que faria sozinho. Quando ficar mais velho e minha barba crescer ”- ele aponta para meus pelos faciais e sorri - “Gostaria de pensar, quando estiver muito velho para dançar, gostaria apenas de subir no palco com os outros integrantes, cantar e envolver com os fãs. Isso seria ótimo. Portanto, eu gostaria de continuar fazendo isso enquanto eu puder.”
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