A rede de trem de alta velocidade SNCF foi alvo de atos de vandalismo; a empresa centraliza linhas ferroviárias que levam a Paris
Redação Publicado em 26/07/2024, às 12h21
A companhia pública de trem SNCF anunciou na manhã desta sexta-feira, 26, que foi alvo de atos de vandalismo e roubos de cabos de fibra ótica.
"Esse é um ataque maciço em grande escala para paralisar a rede TGV [rede de trem de alta velocidade]", declarou a SNCF, adicionando que os crimes resultaram no cancelamento de diversas rotas e que levará "ao menos todo o fim de semana para conduzir os reparos" necessários. Por isso, a companhia pede aos passageiros que adiem as viagens.
SNCF a été victime cette nuit de plusieurs actes de malveillance concomitants touchant les LGV Atlantique, Nord & Est. Des incendies volontaires ont été déclenchés pour endommager nos installations.
— SNCF Réseau (@SNCFReseau) July 26, 2024
La LGV Sud Est n’est pas touchée, un acte de malveillance a été déjoué.
"Incêndios foram iniciados para danificar nossas instalações", continuou. Segundo o presidente da SNCF, Jean-Pierre Farandou, cerca de 800 mil passageiros serão afetados. A rede de trens da empresa centraliza linhas que levam a Paris, onde ocorrerão os Jogos Olímpicos de 2024.
Je tiens à remercier chaleureusement les voyageurs impactés pour leur compréhension, les nombreux cheminots mobilisés sur le réseau, dans les gares et dans les trains, les organisations syndicales qui font l’objet d’un grand sens des responsabilités, les autorités publiques qui… pic.twitter.com/Le60ma4wZW
— Jean-Pierre Farandou (@JPFarandou) July 26, 2024
O primeiro-ministro da França, Gabriel Attal, expressou indignação e escreveu: "Penso em todos os franceses, em todas as famílias, que se preparavam para sair de férias. Compartilho a sua raiva e saúdo a sua paciência, a sua compreensão e o espírito cívico que demonstram".
Tôt ce matin, des actes de sabotage ont été, de façon préparée et coordonnée, menés sur des installations de la SNCF.
— Gabriel Attal (@GabrielAttal) July 26, 2024
Les conséquences sur le réseau ferroviaire sont massives et graves.
Je dis toute ma reconnaissance à nos pompiers qui sont intervenus sur les sites touchés et…
No momento, a estação Gare du Nord é a que mais sofre impacto, com atrasos que chegam a duas horas, principalmente nos destinos Lille, Amsterdã e Bruxelas. A Eurostar, empresa de trens que conectam o Reino Unido à França, também foi afetada.
Devido à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris nesta sexta-feira, 26, cerca de 45 mil policiais, 20 mil agentes de segurança privada e 18 mil militares estão posicionados em Paris. Eles devem garantir a segurança de atletas, artistas, espectadores e membros do governo.
Des actes de malveillance coordonnés ont visé cette nuit plusieurs lignes TGV et perturberont fortement le trafic jusqu’à ce week-end. Je condamne fermement ces agissements criminels qui vont compromettre les départs en vacances de nombreux Français. Un grand merci aux équipes de…
— Patrice Vergriete (@P_Vergriete) July 26, 2024
O ministro dos Transportes da França Patrice Vergriete argumentou que existem evidências de que os incêndios foram causados propositalmente. Já a ministra dos Esportes Amélie Oudéa-Castéra descreveu a situação como "verdadeiramente horrível".
Até o momento, ninguém reivindicou a autoria dos crimes. Especialistas de inteligência e segurança apontam que a Rússia pode estar por trás dos atos de vandalismo. O país foi banido das Olimpíadas e participa usando outro nome.
"Uma operação russa é uma hipótese razoável", afirmou o professor de criminologia Alain Bauer ao jornal l’Opinion (via Deadline).
O correspondente de segurança da BBC Frank Gardner acredita que as autoridades francesas terão "ativistas e extremistas conhecidos" como principais focos de investigação, "além de explorar possíveis conexões com o Kremlin".
Como não houve mortes, o especialista defende que o Estado Islâmico e a Al-Qaeda "provavelmente não estão entre os principais suspeitos". Ele ressaltou ainda que os ataques podem estar relacionados a indivíduos insatisfeitos com políticas do governo que envolvem Ucrânia e África Ocidental.
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