- Olly Alexander (Foto: Tim P. Whitby/Correspondente)

Olly Alexander, do Years & Years, reflete sobre momento atual da carreira, pandemia e mais [ENTREVISTA]

Artista falou sobre a continuidade da banda como projeto solo e a importância da série It's a Sin na sociedade

Felipe Grutter (@felipegrutter) Publicado em 04/07/2021, às 18h00

Ator, cantor, voz ativa em discussões sobre saúde mental e ativista da comunidade LGBTQIA+, Olly Alexander está em um dos momentos mais movimentados da carreira de artista. Em abril de 2021, o cantor anunciou que seguirá o projeto Years & Years (antes formado com Mikey Goldsworthy, baixista, e Emre Türkmen, tecladista) sozinho e estrelou a série de drama It's a Sin, da HBO.

O seriado se passa entre 1981 a 1991 em Londres e acompanha a vida de um grupo de jovens gays, entre eles Ritchie Tozer (Olly Alexander), e os amigos durante a crise de HIV e AIDS no Reino Unido. Além disso, Alexander teve outros momentos de destaque, como um discurso desafiador no festival Glastonbury em 2016, após massacre em uma boate LGBTQIA+ em Orlando, e o documentário da BBC Olly Alexander: Growing Up Gay (2017).

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Em entrevista à Rolling Stone Brasil, Olly refletiu sobre o atual momento da carreira e mudanças na rotina causadas pela pandemia do coronavírus, além de falar sobre o jogo da Nintendo Animal Crossing: New Horizons, saudades dos shows, vinda ao Brasil e mais.


Years & Years

Durante a pandemia de coronavírus, Years & Years, formada originalmente em 2010, deixou de ser um trio e passou a ser o projeto solo de Alexander. De acordo com o cantor, isso aconteceu porque os três integrantes mudaram bastante - e deixaram de ser a banda que eram no começo, há 10 anos.

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"Não foi porque brigamos ou algo assim. Ainda somos amigos. Apenas a maneira como fazemos música realmente mudou," ressaltou. "Eu fazia muitas [músicas] sozinho no segundo disco [Palo Santo, lançado em 2019]. Assim fez sentido para nós. Com a bênção deles, para eu meio fazer sozinho e seguir."

Além disso, durante a pandemia, o ex-trio teve conversas honestas entre si, como relatou Olly. Optaram em descobrir o que cada um queria fazer da vida. Mesmo com o término, ainda se falam e conversam sobre os mais variados assuntos, como o gato de estimação de Mikey Goldsworthy.

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"Foi emocionante, porque, obviamente, é uma parte tão grande da minha vida compartilhada com esses dois caras. Sempre vou amá-los. Passamos por tantos momentos juntos, por isso uma grande mudança parece tão dramática. Mas foi a coisa certa a fazermos," afirmou o artista.

Porém, não seria mais fácil para Olly Alexander seguir carreira solo e aposentar o nome Years & Years? O cantor pensou bastante sobre o assunto, se deveria ou não seguir com a alcunha da banda. Conversou com os dois ex-colegas sobre qual seria a melhor decisão para a marca do grupo britânico.

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"Honestamente, Years & Years é meu bebê e eu não estava pronto para deixar para lá ou parar de escrever músicas," explicou. "Eu e Mike conversamos sobre isso. Gostaríamos de concordar com a continuidade [do nome da banda]. Por isso eu simplesmente não estava pronto para começar a deixar de lado." Em paralelo, toda jornada  do grupo não poderia ser descartada, porque, segundo o cantor, a banda é como se fosse "outra camada do meu corpo."


It's a Sin

Assim como as músicas do Years & Years, It's a Sin aborda temas importantes sobre questões de saúde mental e comunidade LGBTQIA+. Para Olly Alexander, "o trabalho na série de TV me fez ver o quanto é necessário ter conversas difíceis sobre HIV, tratamento de minorias, entre outras."

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Também destacou a importância do seriado na sociedade do Reino Unido. Depois da exibição da produção, o país bateu recorde de encomendas de testes de HIV: "Nós, como artistas, principalmente, temos um poder inegável de mover alguém." Assista ao trailer oficial de It's a Sin abaixo:


Pandemia

Logo no início da crise sanitária, Olly Alexander teve bastante dificuldade de criar música e fazer qualquer atividade. O período foi como "se meu cérebro estivesse vazio. Estava como um monte de gente lendo notícias constantemente nos acontecimentos ao redor do mundo sobre Covid-19."

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Porém, depois de alguns meses, o artista se forçou a fazer algo e, dentro dele, uma chave parece ter virado. Percebeu o quanto ama fazer música e se sentiu bastante grato por isso para escapar da situação: "Queria apenas criar essas músicas divertidas e animadas, responsáveis por me tirarem de mim e da minha rotina."

No cotidiano, Olly costuma fazer uma caminhada pela manhã, fazer uma bebida e jogar Animal Crossing: New Horizons, jogo da Nintendo considerado como um dos melhores de 2020. Também gosta de ver programas de TV, principalmente The Real Housewives. Além disso, aprendeu a usar bambolê.

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Volta dos shows e Brasil

Com o avanço da vacinação em diversos locais do mundo, vários artistas se preparam para voltar aos palcos, como é o caso de Years & Years. "Sinto que vou chorar [no primeiro show]. Senti muita falta. É uma experiência tão especial tocar ao vivo," revelou. "É realmente fenomenal. Estou muito animado. A energia será realmente selvagem."

Olly também sente falta de fazer shows no Brasil - a última vinda foi no Lollapalooza de 2019. A experiência do artista foi incrível: "Foi um show tão louco. Ficamos por apenas 48 horas. É uma viagem tão frenética. Fiz a tatuagem dessa lua e é algo exclusivo. Voltaremos o mais cedo possível."

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Por fim, Olly Alexander deixou um recado para os fãs: "Seja queer, tenha orgulho. Cuidem-se. Como se fosse um concurso de Miss Universo."


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