Trilöbit, Droogies e Espíritos Zombeteiros após show; todos filhos de Londrina - Ana Flávia Negro/Divulgação

Orgulho de ser Pé Vermelho

Paranaenses são destaque no primeiro dia da sétima edição do festival Demo Sul, em Londrina; veja fotos de Trilöbit e Vanguart, entre outras atrações

Por Artur Tavares Publicado em 17/11/2007, às 17h32 - Atualizado em 19/11/2007, às 11h09

O primeiro dia do festival Demo Sul trouxe ao público seis bandas paranaenses. Os "pé vermelho", como os londrinenses são conhecidos, fizeram muito rock 'n roll, de punk ao metal, passando pelo hard core. Supergalo, Vanguart e o guitarrista Edgar Scandurra foram os três artistas de fora, e também não decepcionaram.

O festival sofreu um problema técnico antes de seu início, que ocasionou uma hora de atraso. Não foi um problema para o começo do evento, já que as poucas pessoas que estavam presentes ainda conseguiram assistir à passagem de som do Vanguart; mas prejudicou no final. Edgar Scandurra entrou no palco às 3 da manhã e tocou para um público reduzido, mas fiel.

Fazendo jus aos baixos preços que a cidade oferece (comparados com os de SP, por exemplo), a cerveja custava dois reais, mesmo preço de um salgado. O clima estava agradável na Chácara Lima, local do show, a cerca de 12 km da cidade. Confira como foram os shows:

The Wind

Os jovens músicos do The Wind abriram o festival em grande estilo, com instrumentos musicais que brilhavam e refletiam as luzes palco. A guitarra anos 50 soava bem no som pesado do trio. Durante meia hora, os paranaenses agitaram o público que ainda chegava. Destaque para a rapidez e sonoridade stoner do baterista.

New Ones

O quarteto com influências do glitter e do punk setentista entrou ao palco depois de algumas reclamações de atraso por parte do público. Os primeiros acordes já deixaram claro que Rodrigo Guedes - que também é guitarrista do Grenade - estava à vontade. Riffs crus, rápidos e simples e um vocal potente foram a sensação. A cena ainda foi roubada pelo empolgado baixista, que em determinado ponto do show chutou para fora do palco o suporte do microfone. Quando o show acabou, o próprio quebrou seu instrumento no chão.

Espíritos Zombeteiros

Com uma levada de metal, o Espíritos Zombeteiros fez a primeira apresentação cantada em português da noite. As luzes do palco ficaram mais escuras, dando o clima ideal à apresentação. O público da banda parecia fiel. Quem assistiu ao show dançou do começo ao fim.

Charme Chulo

Deixou claro no palco por que os roqueiros londrinenses são carinhosamente chamados de "caipiras brutos". Com camisas xadrez e jeans justos, os músicos embalaram músicas country, folk e até um pouco de rock ao estilo do Kings of Leon. O agitado vocalista não parava de dançar.

Supergalo

Com músicos veteranos (Fred, dos Raimundos, e Alf, do Rumbora), o Supergalo entrou confiante no palco. Confortáveis, tocaram com a mesma força dos jovens independentes que querem seu lugar ao sol. Duas guitarras, a voz potente de Alf e a sempre bem-vinda bateria de Fred marcaram uma apresentação madura, com muita potência e peso musical.

Droogies

Vestidos a caráter, os meninos do Droogies deixaram clara a influência que o filme Laranja Mecânica tem sobre sua música. Fazendo um hard core com pitadas de metal, a banda criticou a política da região e fez ode à cidade de Londrina. Fora do palco, os Droogies são garotos de vinte e poucos anos bem tranqüilos. Lá em cima, a fúria dos músicos foi suficiente para fazer o Demo Sul vir a baixo.

Trilöbit

Com macacões verdes, sons eletrônicos e um enlouquecido símio no baixo, os alienígenas do Trilöbit estavam prontos para dominar a Terra. A banda, que é prata da casa, veio entrosada. Samplers dignos do rock industrial, guitarras e baixos melódicos e uma performance hipnotizante levaram o público ao delírio. Destaque para o encerramento da apresentação, quando o Trilöbit usou e abusou da base de "Enjoy the Silence", do Depeche Mode.

Vanguart

Principal atração do primeiro dia, o Vanguart estava em forma. Com levadas folk e um pouco de indie rock, a banda encheu a tenda. As luzes mais escuras conferiram o clima introspectivo ideal para o jovem vocalista Hélio, que não deixou a peteca cair enquanto tocava seu violão. A presença de palco e as canções da banda são cativants.

Edgar Scandurra

Longe dos holofotes da imprensa, Edgar Scandurra (recém-protagonista da separação do Ira!, assim como Nasi) estava confortável para tocar. Seu projeto, Benzina, pegou bem no final do primeiro dia de apresentações. O público que ainda estava na Chácara Lima pôde dançar ao som da batida eletrônica e dos complexos acordes de guitarra do músico. As duas garotas da sua banda garantiram a potência necessária para que a viagem musical fosse completa. As letras conceituais pareciam incomodar o público. Scandurra notou, mas não deixou de dar seu melhor.

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