- Jacob (Steven Yeun) e David (Alan Kim) em Minari (Foto: Divulgação / A24)

Oscar 2021: 7 curiosidades sobre Minari, indicado a Melhor Filme [LISTA]

Da escolha de elenco a cena favorita do diretor Lee Isaac Chung, os bastidores do filme contam com diversos fatos interessantes

Julia Harumi Morita Publicado em 20/04/2021, às 15h53

Dirigido por Lee Isaac Chung, Minari (2020) é um dos grandes favoritos na corrida do Oscar 2021, que será realizado no próximo domingo, 25. O longa-metragem norte-americano concorre em seis categorias da premiação, entre elas, Melhor Filme e Melhor Direção.

Ambientado nos anos 1980, Minari retrata a mudança de uma família coreana da Califórnia para uma fazenda no Arkansas, onde cultivam um novo estilo de vida e aprendem a lidar com os conflitos familiares, os quais são inflamados pela chegada da avó materna da Coreia do Sul.

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Desde a escolha do ator mirim Alan S. Kim até o sotaque do personagem Jacob (Steven Yeun), os bastidores de Minari contam com diversas curiosidades. Pensando nisso, a Rolling Stone Brasil listou sete fatos interessantes sobre o filme. Confira:

História inspirada na vida real

Minari acompanha a vida de Jacob, a esposa Monica (Han Ye-Ri) e os dois filhos, Anne (Noel Cho) e David (Alan S.Kim) - este último é responsável por algumas das cenas mais divertidas e emocionantes do filme.

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O filme representa minuciosamente costumes, objetos, alimentos e comportamentos de coreanos e coreanos-americanos. E este retrato é baseado na própria experiência de Chung, que se mudou para o Arkansas durante a infância e, como David, ficou surpreso com o contraste da cultura coreana e norte-americana ao observar os hábitos da avó.


Estrangeiro vs. norte-americano

Na temporada de premiações de 2021, Minari também chamou atenção por causa de uma polêmica. Apesar de ser dirigido por um estadunidense, ser filmado e produzido nos EUA, a produção foi indicada na categoria Melhor Filme Estrangeiro no Globo de Ouro, devido aos diálogos serem majoritariamente em coreanos.

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A classificação levantou um debate sobre a identidade de filhos de imigrantes asiáticos, os quais, muitas vezes, nascem nos EUA, mas ainda são vistos como estrangeiros no país.


A cena favorita do diretor

Em entrevista à Variety, Chung revelou qual é a cena favorita dele na obra. Para o diretor, o momento em que toda a família está reunida na mesa e a avó fala sobre a música preferida de Jacob e Monica é muito importante.

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"Para mim, a cena é importante porque sinto que ela revela uma sabedoria que nós [como público] não conhecemos. Achamos que ela pode ser apenas uma avó maluca, mas este é o ponto de partida para ver que ela está tramando algo muito mais profundo do que isso," explicou Chung.

Além disso, o diretor disse que o momento mostra a família assistindo fitas VHS, um hábito comum de imigrantes. Programas da TV coreana eram gravados para poderem ser vistos em regiões sem acessos aos canais asiáticos.

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A última aposta de Chung

Chung revelou para o The New York Times que Minari foi a última tentativa dele em um roteiro. O cineasta já tinha dirigido três filmes, mas sentia que os dois últimos apenas refletiam o desejo dele de se tornar um diretor de cinema.

Então, Chung prometeu que apenas faria outro filme se ele tivesse um roteiro totalmente elaborado. Em 2018, ele estava prestes a largar a carreira para se dedicar à vida de professor de cinema na Universidade de Utah, mas decidiu fazer uma última aposta. E, assim, surgiu Minari, que foi filmado no ano seguinte.

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O medo de ofender os pais

Nesta mesma entrevista, Chung contou que inicialmente ficou com medo da reação dos pais diante de um filme quase autobiográfico. Curiosamente, os dois ficaram mais preocupado com repercussão da obra entre o público coreano.

“Honestamente, eu estava com muito medo de ofender meus pais. Meus pais se preocupam que muitos coreanos no país de origem vejam isso e pensem: 'Cara, essa família era estúpida. Eles foram para os EUA e sofreram muito'. Sem saberem que o sofrimento realmente fazia parte da identidade de ser coreano-americano.”

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O sotaque de Steven Yeun

Steven Yeun também concedeu uma entrevista ao The New York Times e revelou outro fato interessante sobre um elemento específico do filme, o sotaque de Jacob.

"Serei honesto com você. Ainda estou justificando o sotaque na minha cabeça. Tenho certeza de que vou ter um monte de gente me direcionando [palavrão] por isso, dizendo: 'Não é assim que soa o sotaque de um pai coreano.' Mas o sotaque que eu fiz é como me lembro do meu pai falando."

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Ele continuou: "No início, continuei tentando imitar o sotaque coreano padrão e parecia fraudulento. E eu estou bem com isso, porque este foi o sotaque que eu escolhi para este personagem, ao invés de atender a este entendimento coletivo de como um sotaque coreano tradicionalmente soa.”


A escolha de Alan S. Kim

Para escolher o intérprete de David, a diretora de elenco Julia Kim visitou escolas da comunidade coreana-americana em Los Angeles e igrejas em Koreatown. Contudo, muitos pais não queriam participar da produção e não tinham certeza no que estavam apostando.

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Kim encontrou Alan S. Kim após divulgar o teste de elenco em um jornal coreano local. O ator mirim, na verdade, não tinha nenhuma experiência com atuação e não impressionou muito com o teste em vídeo.

Porém Chung ficou fascinado pelo jeito engraçado do menino e os pais dele também concordaram em viajar com o filho e ajudá-lo na preparação para as filmagens.

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Há 10 anos, Steven Yeun via a carreira dele decolar em Hollywood. Aos 28 anos, o ator ganhava destaque e se tornava uma figura querida pelos fãs com o papel de Glenn Rhee na série The Walking Dead (2010).

Mas, antes do início da ascensão profissional, Yeun precisou correr contra o tempo. Filho de pais coreanos, ele inicialmente seguiu o plano da família para se tornar médico e se formou em psicologia, com especialização em neurociência, na universidade Kalamazoo, nos Estados Unidos, onde viveu desde aproximadamente os quatro anos.

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Apesar de não gostarem da ideia do filho se tornar ator, os pais de Yeun deram dois anos para ele conseguir se estabelecer no ramo artístico. Então, Yeun se mudou para Chicago e trabalhou com Jordan Klepper, com quem teve contato na universidade.

Mais tarde, Yeun se mudou para Los Angeles, onde participou de comerciais, fez um teste para um piloto da ABC e conseguiu um pequeno papel em The Big Bang Theory (2007), o qual antecedeu a estreia dele em The Walking Dead. Tudo isso em apenas seis meses, de acordo com o relato do próprio ator para a Interview Magazine.

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Desde então, Yeun apareceu em diversas séries, como Law & Order: LA (2010) e A Lenda de Korra (2012). E, nos cinemas, ele atuou com cineastas renomados, como Bong Joon-ho e Lee Isaac Chung, que dirigiu Minari (2020).

Com a performance de Jacob Yi, um pai de família que faz uma aposta arriscada para tentar construir não só uma fazenda, mas deixar uma herança para a família nos Estados Unidos, Yeun recebeu indicações no SAG Awards, Critics' Choice Awards e Oscar.

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Aos 37 anos, Yeun fez história como o primeiro artista asiático-americano a ser indicado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas na categoria Melhor Ator. Pensando nisso, a Rolling Stone Brasil listou quatro produções para conhecer a carreira do ator e entrar no clima da 93ª cerimônia do Oscar. Confira:

The Walking Dead (2010)

Como dito anteriormente, Yeun deu vida a Glenn Rhee em The Walking Dead, um dos sobreviventes que se destaca na luta contra os antagonistas. Yeun deixou a série na sétima temporada após o personagem dele ser morto.

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Okja (2017)

Dirigido por Bong Joon-ho, Okja conta a história de uma garota que embarca em uma série de aventuras para salvar seu super porco de estimação, com o qual conviveu desde a infância. No longa-metragem, Yeun interpreta um ativista chamado K.


Em Chamas (2018)

Neste filme de Lee Chang-dong, Yeun vive um homem misterioso que se envolve com a jovem Hae-mi e causa uma estranha sensação no amigo dela, Jong-soo, que passa a suspeitar cada vez mais dele.

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The Twilight Zone (2019)

The Twilight Zone é uma série desenvolvida e narrada por Jordan Peele, na qual cada episódio explora uma história diferente. No quarto capítulo, Yeun interpreta um viajante misterioso que se torna cada vez mais suspeito durante uma festa de Natal.


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