Dirigido por Florian Zeller, filme recebeu seis indicações no prêmio
Felipe Grutter (@felipegrutter) Publicado em 22/04/2021, às 14h00
À primeira vista, Meu Pai (2020), dirigido pelo escritor Florian Zeller, parece ser um filme pouco surpreendente - sendo sincero, parecia apenas um “tapa-buraco” na cota dos oito indicados em Melhor Filme no Oscar 2021. No entanto, proporcionou uma história emocionante por meio da atuação brilhante de Anthony Hopkins.
O astro de 83 anos foi o carro-chefe do filme. Interpretou Anthony, quem sofre com a velhice e distância da filha. Conseguiu passar toda agonia, desespero e frustrações do personagem de maneira crível e emocionante. Mesmo com absurdos trazidos pelo imaginário do personagem, Hopkins nos faz pensar como tudo aquilo é real, não apenas da imaginação dele.
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Com toda experiência nesses anos de carreira, Hopkins mostrou como é um dos maiores atores da atualidade - talvez, da história. O ator pode roubar o favoritismo de Chadwick Boseman na premiação e levar um merecido Oscar como Melhor Ator. Porém, não é só de Anthony Hopkins que se faz um Meu Pai.
Meu Pai mostra a história de Anthony, idoso de 81 anos. O protagonista vive sozinho em um apartamento de Londres, Inglaterra e rejeita todos os cuidadores contratados pela filha, Anne (Olivia Colman). No entanto, tudo muda quando Anne anuncia que morará em Paris, França, com um novo namorado.
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Olivia Colman entregou um ótimo papel de Anne. Não foi o trabalho mais brilhante da carreira da atriz, mas conseguiu adicionar bastante peso e humanidade nessa história. Outros atores coadjuvantes, como Imogen Poots, Rufus Sewell, Mark Gatiss e Olivia Williams, também tiveram um belo desempenho na produção.
O responsável pelo roteiro do filme foi Christopher Hampton. A trama cheia de reviravoltas consegue te imergir na mente de Anthony, deixando o espectador tão confuso quanto o protagonista. O longa tem bastante abertura para as mais variadas interpretações e teorias.
Na verdade, a produção é uma grande reflexão sobre o processo de envelhecimento, o qual pode ser trágico, como no caso de Anthony. Existe um grande momento, talvez um dos mais importantes e tristes da narrativa, em que Zeller aborda a questão de maus tratos a idosos - e Hopkins carrega esses momentos com maestria.
Esse é realmente um problema atual, e afeta cada vez mais gente: durante a pandemia de coronavírus, o número de denúncias de violência contra idosos no Brasil cresceu 59%, segundo informações do G1. É importante tratar disso no filme porque joga uma luz sobre uma realidade escondida no Brasil e no mundo, porque esse tipo de agressão pode surgir de qualquer um.
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Em alguns momentos, a direção de Florian Zeller usa com maestria alguns elementos de terror, similar a filmes como Corra! (2017) e Nós (2019), mas não com a mesma intensidade. Zeller soube mostrar essa história emocionante e dar o devido destaque à atuação brilhante de Anthony Hopkins. Uma obra digna de Oscar.
Originalmente chamado The Father, é uma adaptação da peça de teatro Le Père (2012), criada pelo próprio Zeller e estrelada por Robert Hirsch (André) e Isabelle Gélinas (Anne). Em 2014, ganhou o Prêmio Molière de Melhor Peça. Em 2015, chegou ao cinema francês como Floride.
Com seis indicações, Meu Pai é um dos destaques do Oscar 2021. Concorre em Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Design de Produção, Melhor Edição, Melhor Ator e Melhor Filme. Segundo IMDb, o filme foi indicado a 133 prêmios, como BAFTA, Globo de Ouro e SAG Awards - venceu 24.
No Brasil, Meu Pai estreou em 8 de abril de 2021 e está disponível para compra no NOW, Itunes e Google Play. Pode ser alugado no Sky Play e Vivo Play.
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