Estrelado por Tom Hanks, o longa-metragem tem trilha sonora assinada pelo célebre James Newton Howard
Julia Harumi Morita | @the_harumi Publicado em 04/04/2021, às 12h00
Dirigido por Paul Greengrass, Relatos do Mundo rapidamente chamou a atenção por trazer Tom Hanks no papel principal, ator que nunca esteve em um western antes. Mais tarde, o filme se destacou na temporada de premiações pela performance da atriz mirim Helena Zengel. Mas, além da atuação, existe outro elemento do longa-metragem que atraiu os olhares, quero dizer, os ouvidos dos críticos: a trilha sonora.
Ao contrário do Satellite Awards, Globo de Ouro e Critics' Choice Awards, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas deixou Relatos do Mundo de fora das categorias principais, mas enalteceu a produção com quatro indicações nas categorias técnicas: Melhor Design de Produção, Melhor Fotografia, Melhor Som e Melhor Trilha Sonora Original.
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Para o primeiro western da carreira, Greengrass fez uma parceria inédita com o compositor, condutor e produtor James Newton Howard, que desenvolveu as trilhas sonoras dos westerns Wyatt Earp (1994) e Hidalgo (2004).
O músico também trabalhou em Uma Linda Mulher (1990), Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008) e Jogos Vorazes (2012), e conquistou oito indicações ao Oscar em categorias de música ou trilha sonora.
Além dos cinemas, Howard carrega experiências com astros da música. O artista já trabalhou nos discos de Diana Ross, Ringo Starr, Barbra Streisand, Eric Clapton, Rod Stewart e Elton John.
Em entrevista à Collider, Howard explicou que Greengrass queria traduzir o "mundo quebrado" em que a história é ambientada, um Estados Unidos pós-Guerra Civil, na trilha sonora.
Relatos do Mundo, que foi lançado nos cinemas e disponibilizado na Netflix em diversos países, incluindo o Brasil, acompanha a jornada de Capitão Jefferson Kyle Kidd (Tom Hanks) ao tentar encontrar um novo lar para uma jovem órfã, Johanna (Helena Zengel), que nasceu em uma família alemã e foi criada entre os índios da tribo Kiowa.
Por não falarem a mesma língua, os dois personagens criam uma forma particular de comunicação, enquanto viajam pelas estradas vazias e, por vezes, perigosas de um país ainda dividido por ideais e políticas.
“Eu queria que a trilha fosse uma espécie de grupo de instrumentos variados de músicos da Guerra Civil, os quais voltaram da guerra. Todos os instrumentos foram quebrados e eles estariam quebrados, sabe? A trilha seria uma espécie de reforma desse grupinho e a busca dele pela harmonia,” explicou Greengrass, de acordo com o Los Angeles Times.
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Howard descreve as composições para o filme como "simples, mas difíceis". E a descrição não poderia ser mais precisa. Em um filme em que o silêncio tem um papel importante, seja para mostrar a distância entre Kidd e Johanna ou introduzir as notícias lidas em voz alta pelo Capitão, a trilha sonora surge de forma sutil e indispensável para estabelecer o tom de cada cena.
Apesar de ter encontrado muita inspiração nos cenários do filme, Howard revelou que teve certo receio de usar sons característicos da cultura nativa dos Estados Unidos ou de westerns.
"Eu estava desconfiado de usar muitos sons [dos povos] nativos norte-americanos ou de westerns. Acho que seria errado não ter alguns desses sabores na trilha, porque há uma expectativa, e ela segue a geografia de forma tão magnífica,” disse Howard para o Indiewire.
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O músico também revelou que precisou desvendar as diferenças entre a tristeza e a solidão - este último sentimento acompanha o protagonista desde a primeira cena. Em contraste, ele explorou uma atmosfera mais enigmática para a jovem Johanna, a qual enfrentou diversos traumas durante o curto período de vida dela.
A construção da trilha sonora precisou lidar com uma situação inusitada: a pandemia de Covid-19. De acordo com Los Angeles Times, a maioria das reuniões entre o diretor e o músico aconteceram de forma virtual e os músicos foram direcionados remotamente por Howard enquanto gravavam as composições dentro dos protocolos de segurança.
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Entre diversas primeiras vezes, Howard e Greengrass conseguiram encontrar um território fértil e criaram paisagens sonoras imersivas a partir de sentimentos universais, como a perda, a solidão, a incerteza sobre o futuro, por meio de uma história de época.
Com maestria, Howard assina a trilha sonora de Relatos do Mundo e, no dia 25 de abril, tem a chance de ultrapassar Destacamento Blood, Mank, Minari e Soul e ganhar a primeira estatueta do Oscar na 93ª edição da cerimônia.
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Daniel Kaluuya é um dos indicados ao Oscar 2021 para a categoria Melhor Ator Coadjuvante. O astro participou do aclamado Judas e o Messias Negro, que foi nomeado a 6 prêmios, inclusive o de Melhor Filme.
Com Lakeith Stanfield no papel de Bill O'Neal e Kaluuya como Fred Hampton, ativista que chegou a ser líder dos Panteras Negras, Judas e o Messias Negro é inspirado em fatos reais. A produção acompanha o assassinato de Hampton, assim como apresenta o legado do ativista em uma narrativa de tributo.
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Apesar de ganhar destaque com Judas e o Messias Negro, Daniel Kaluuya acumula filmes de sucesso. Um dos grandes potencializadores de toda a popularidade do astro certamente foi o aclamado Corra!, filme de terror de Jordan Peele. O ator conseguiu diversas indicações pelo papel de Chris Washington no longa, inclusive à categoria Melhor Ator no Oscar e no Critic's Choice Award.
O astro tem evidência por participar de muitas produções que tratam da temática racial, seja no terror de Corra! ou no drama angustiante Queen & Slim 2019), dirigido por Melina Matsoukas. Além deles, Kaluuya marcou presença no elogiado Pantera Negra (2018), que também representa o principal estilo de interpretação pelo qual o ator é conhecido: papéis fortes, dramáticos e muito intensos.
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O filme de terror psicológico estreou em 2017, mas é de uma crítica que permanece relevante até os dias atuais. Na produção, Kaluuya interpreta Chris, um fotógrafo que viaja para conhecer os pais aparentemente amigáveis da namorada, mas descobre que não é bem assim. Com abordagens ao racismo e sem clichês, Corra! é a estreia do cineasta Jordan Peele como diretor.
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Lançado em novembro de 2019, o longa provocativo narra o primeiro encontro desastroso de Queen e Slim. Após a abordagem racista de um policial, o casal mata o policial em um ato de autodefesa, e se envolve em uma fuga forçada.
No filme protagonizado por Chadwick Boseman, Kaluuya interpreta W'Kabi, confidente e melhor amigo de T'Challa, além de chefe da segurança da Tribo da Fronteira, servindo como a primeira linha de defesa de Wakanda.
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Estrelado por Viola Davis, Liam Neeson, Daniel Kaluuya e outros artistas, o filme acompanha as viúvas de criminosos mortos em um tiroteio. Contudo, é muito mais do que um filme de assalto. As mulheres decidem se unir para planejar um golpe que irá garantir a vida da família.
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