Quarteto inglês provou que merece o título de banda revelação do país e, no palco, supera o hype que paira sobre ele
Pedro Antunes Publicado em 09/11/2013, às 20h38 - Atualizado em 10/11/2013, às 03h26
Colocar o disco 180 para tocar é quase um desperdício. Mas ver o mesmo Palma Violets, ao vivo, é uma sensação completamente diferente. Não foi por acaso que os britânicos Chilli Jesson (baixo e vocal), Samuel Thomas Fryer (vocal e guitarra), Pete Mayhew (teclado) e Will Doyle (bateria) foram escolhidos como a mais promissora banda inglesa do ano passado. No palco, eles emulam toda a rebeldia e atitude punk do país, com energia de sobra para um set de pouco mais de uma hora.
Entrevista - O britânico Palma Violets lidera uma geração (quase) rebelde do rock.
É o pique da juventude, já que nenhum dos rapazes parece ter passado dos 20 e poucos anos. O hype, que parece ter pesado durante a gravação do álbum, produzido por Rory Attwell e Steve Mackey, não chega ao show. É quase como se eles quisessem tocar até o sangue brotar da ponta dos dedos.
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A cozinha da banda, formada por baixo e bateria, é fundamental para a pancada sonora que o Palma Violets produz no palco. Will Doyle esmurra o instrumento sem dó, o mesmo faz Chilli Jesson, disparadamente o mais pirado da banda, com seu baixo. “É um prazer estar aqui. Vamos dançar”, diz ele, ao microfone, enquanto arremessava rosas brancas para o público.
Em outro momento, Jesson pediu para que o público levantasse as mãos. E foi obedecido. Depois, pediu para que todos olhassem para o sol. Desta vez, não foram tantos os corajosos a mirar o astro às 17h. Jesson, por fim, uivou longamente. Sim, ele uivou.
Com um repertório inteiramente calcado em 180, a banda atingiu o clímax com “Best of Friends”, eleita a melhor música de 2012 pelo semanário inglês NME. A beleza do som do Palma Violets destoa de todas as outras atrações do festival. Não há instrumentos tocados com esmero ou piruetas sonoras, nada disso. Ali, a pulsação e a vontade valem mais do que qualquer preciosismo técnico.
“Chicken Dippers”, mais atmosférica, mostrou o lado melódico e até romântico dos garotos que cantam sobre curtição, amigos e tardes etílicas com muito vinho. “And you make me feel like I'm the only one”, canta Fryer, que reveza nos vocais com Jesson.
Depois de “14”, a banda deixou o palco, mas voltou logo em seguida para um bis, e o baixista foi a estrela mais umas vez, esmurrando a bateria do companheiro e descendo para o público – que, desavisado, esvaziava o local, em direção ao show do Travis, em vias de começar. Desleixo nos instrumentos e atitude no palco já deu muito certo para bandas inglesas ao longo da história. E o Palma Violets parece seguir competentemente por este caminho.
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