- (Crédito: divulgação)

Pandemia faz The Kills revisitar o passado em álbum de B-sides e raridades [ENTREVISTA]

"Little Bastards" apresenta demos e versões ao vivo do duo entre 2002 e 2009

Itaici Brunetti | @itaicibrunetti Publicado em 11/12/2020, às 10h58 - Atualizado às 11h10

Com shows e turnês canceladas em 2020 devido à pandemia do coronavírus, músicos do mundo todo precisaram ocupar o tempo dentro de casa com lives, novos álbuns ou mesmo olhando para o passado, que foi o caso de Alison Mosshart e Jamie Hince, do The Kills. O duo norte-americano resolveu compilar B-sides e raridades do começo da carreira no álbum Little Bastards, lançado nesta sexta, 11.

"Little Bastards nasceu 100% quando estávamos em lockdown e não acho que ele aconteceria em uma outra situação", revelou Jamie em entrevista à Rolling Stone. "Estávamos no meio da gravação de um novo álbum quando tudo parou. Então, pensamos em novos meios de continuarmos ativos e a nossa gravadora veio com a ideia da compilação", explicou o guitarrista.

Foi então que o duo teve que revirar arquivos antigos para escolher quais faixas entrariam no disco. "Ouvindo o material dos nossos dez primeiros anos de banda, encontramos  muitas coisas interessantes e percebemos que a paixão em fazer isso [em compor músicas e estar em uma banda] sempre esteve presente em nós", disse Jamie, e emendou: "Foi uma jornada louca olhar para o passado". 

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Little Bastards revisita um período específico do grupo, de 2002 a 2009, e apresenta a demo da inédita Raise Me, além de I Call It Art, da compilação de covers de Monsieur Gainsbourg Revisited. Também há versões ao vivo e um punhado de covers clássicos americanos como Forty Four, de Howlin‘ Wolfs, I Put A Spell on You, de Screamin ‘Jay Hawkins e Sugar Baby, de Dock Boggs.

"A minha faixa favorita é, com certeza, Raise Me", afirmou Alison durante a entrevista. "Ela nunca tinha sido lançada, e a ouvindo agora novamente, percebi o quanto a amo", declarou a vocalista por telefone, diretamente de algum lugar da estrada entre Los Angeles e Nashville. EUA.  

Analisando as faixas do álbum, Jamie complementou: "Ouvindo agora a primeira música que gravamos, percebemos que tudo mudou em nós. No decorrer do tempo fomos descobrindo o tipo de pessoas queríamos ser e, musicalmente, é perceptível o quanto mudamos". 

 

Álbum sem turnê (no momento)

A frustração de lançar um álbum e não poder colocá-lo em prática ao vivo também foi pauta na conversa. "Me sinto horrível em não poder levar essas músicas para estrada", desabafou Alison, que não vê a hora de voltar a fazer shows. Jamie continuou: "Não me sinto completo se não posso estar em cima de um palco com pessoas à minha frente reagindo ao que faço". 

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Além de entrevistas para divulgar Little Bastards, o guitarrista contou que tem se dedicado a compor e gravar material novo nesse ano pandêmico: "São tempos muito estranhos, mas tenho aproveitado para fazer novas músicas no estúdio. Envio elas para Alison e assim vamos fazendo à distância".

 

Bon Jovi

Na conversa, o duo também relembrou o último show que fizeram no Brasil, em 2018, durante o festival São Paulo Trip. Na ocasião, tocaram antes do Bon Jovi no Allianz Parque, na capital paulista, para um público que mal sabia quem eles eram. 

"Foi um show diferente e eu curti um monte", exclamou a vocalista dando risada e lembrando da situação anormal. "Você sabe, o The Kills não faz um som de arena, mas foi uma ótima oportunidade para um monte de pessoas conhecerem a gente", explicou. 

Para o guitarrista, aquele show o marcou: "Eu nunca imaginei que um dia o The Kills estaria tocando em um estádio com Bon Jovi, pois viemos da cena underground, da cena punk, de lugares pequenos e sujos. Foi uma noite especial". 


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