O longa tem elenco estrelado, incluindo a cantora Rihanna, mas se perde em todos os clichês possíveis de uma trama de ação
Stella Rodrigues Publicado em 11/05/2012, às 08h53 - Atualizado às 08h56
Há uma expressão usada para avaliar a TV norte-americana que diz que uma trama “pulou o tubarão”. O termo surgiu em 1977, quando a série Happy Days, já em sua quinta temporada e sem novas histórias para contar, colocou no ar uma cena em que o personagem Fonzie pula por cima de um tubarão em um jet ski. Pois bem, algumas cenas de Battleship – Batalha dos Mares, que estreia nesta sexta, 11, dão novo significado à pulada de tubarão: a tripulação que protagoniza o filme aproveita algumas das cenas no Oceano Pacífico para pular uns 50 tubarões enfileirados.
Trata-se de um daqueles casos típicos de filme de ação com elenco estrelado, cenas de ação grandiosas e efeitos caros e vistosos, mas roteiro fraco e batido e apelos baratos para atrair o público mais jovem – neste caso, personificados pelo protagonista, o queridinho do momento Taylor Kitsch, a musa dele no filme, Brooklyn Decker, o muso da mega hypada série True Blood, o vampiro Eric Alexander Skarsgård, e a presença surpreendentemente longa e digna da cantora pop Rihanna, em sua estreia como atriz, no time de atores principais.
Não faria nenhum mal o diretor Peter Berg (Hancock) contar com todos esses artifícios para transformar o longa em uma experiência atraente, como tantos outros fazem para divertir e entreter. Um exemplo é a trilogia Transformers, que por sinal Battleship – Batalha dos Mares lembra em vários momentos – inclusive, ambos são filmes baseados em brinquedos da Hasbro. Mas as esticadas dos limites do crível que o roteiro dá nos deixam esperando pelo momento quando o jet ski aparecerá.
Alex Hopper (Kitsch) é o típico cabeça quente irresponsável. Na noite em que completa 26 anos, vivendo às custas do irmão Stone (Skarsgård), ele conhece a bela Sam, que por acaso é filha do almirante de Stone na Marinha (interpretado por Liam Neeson). Em um gesto quixotesco para impressionar a garota, se encrenca com a polícia e o irmão declara que ele terá que entrar para a marinha com ele. Anos mais tarde, o rapaz tenta lidar com sua personalidade teimosa e briguenta dentro de um dos ambientes mais conservadores, antiquados e cheios de regras, que é o mundo militar. Ele tem a chance de crescer e se provar quando uma tropa alienígena invade os mares da Terra e ele acaba na posição de capitão do navio e da missão. Basicamente, ele é mais um protagonista que tem que salvar o mundo, mesmo parecendo ser a pessoa menos apropriada possível para essa missão.
Tudo bem que o longa é baseado em um jogo de tabuleiro, o infinitamente divertido Batalha Naval, que já salvou as viagens chuvosas à praia de tanta gente a redor do mundo. Não dava para esperar uma história magnífica, e as frases clichê e os personagens rasos já são um clássico do gênero de ação. Mas ainda dá para ter a esperança de que um dia uma produção endinheirada como esta poderá proporcionar aos espectadores não só a presença de muita computação gráfica, mas também uma história minimamente interessante.
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