“O som do Skrillex é algo completamente novo”, afirma o vocalista do trio, que faz dois shows no Brasil nesta semana
Bruna Veloso Publicado em 06/12/2011, às 16h05 - Atualizado às 18h17
Talvez nenhum artista da música eletrônica tenha chegado ao mainstream fazendo tão poucas concessões. Do som sujo e pesado do hard techno e industrial ao visual punk do vocalista Keith Flint, o Prodigy mudou pouco desde seu nascimento na Inglaterra, há mais de 20 anos. Mas isso pode se alterar no próximo disco. “Eu diria que sim, na música techno e no house, [quase tudo] já foi feito. Mas eu vi o Skrillex e o Caspa recentemente, e o dubstep, aquela coisa barulhenta... O som do Skrillex é completamente novo, é o futuro”, afirmou o cantor em entrevista à Rolling Stone Brasil.
O Prodigy, formado ainda pelo MC Maxim e o produtor (e principal compositor) Liam Howlett, atualmente trabalha em um novo disco de estúdio. Ao que parece, é possível que o entusiasmo de Flint com o dubstep interfira no trabalho. No entanto, ele ainda não revela informações sobre o álbum, que está sendo feito sem pressa. “Para a banda, é mais importante escrever um bom álbum, do que escrever um álbum rápido. Será bom se conseguirmos lançar em breve [a previsão é o segundo semestre de 2012], mas antes ele tem de soar correto. Tem de ter um significado para ser um disco”, afirma.
A última passagem do Prodigy pelo Brasil foi em 2009, para apresentações em casas fechadas. Desta vez, além de uma apresentação no Vibe Club, em Curitiba, eles vêm para um show na edição de 15 anos da Xxxperience, um dos maiores festivais de música eletrônica do Brasil, no qual cerca de 30 mil pessoas devem vê-los. Essas são, até o momento, as duas últimas apresentações do Prodigy neste ano – e, quem sabe, os brasileiros possam conhecer alguma novidade. “Talvez o Brasil seja o primeiro lugar a ouvir as músicas novas”, ele conta.
Ecstasy, motos e piercings
Hoje com 42 anos, Keith Flint viveu o boom da cena rave na Inglaterra, nos anos 90 – assim como o nascimento da geração dos clubes noturnos movida a ecstasy. Ainda que essa ligação com as drogas sintéticas tenha gerado preconceito no passado, Flint a assume como parte da cultura “raver”. “A cena rave da Inglaterra foi construída em volta do ecstasy, com certeza. Mas todos os gêneros musicais têm algum tipo de droga ligada a eles, não sei por que”, acredita o músico. “Foi assim. Há casualidade em todas as coisas, e bem e mal em todas as coisas.”
Nos shows, enquanto Howlett comanda a maioria das programações (com a ajuda de um baterista e um guitarrista/baixista) e Maxim interage com o público, Flint é o mais energético. Além de liberar essa hiperatividade sob as batidas do Prodigy, o cantor mantém uma equipe de corrida de moto, na qual também é piloto. Ele define o trabalho na música como “o pacote completo, minha família” e as corridas como “necessidade, minha paixão”.
Se para correr Flint muitas vezes precisa tirar alguns do piercings que ostenta pelo corpo, no cotidiano fora de sua banda ele diz permanecer sempre o mesmo. Segundo o britânico, no Prodigy não há personas. “Se é um artista pop, provavelmente ele vai querer se reinventar para a campanha de um novo disco. Mas o que você vê somos nós de verdade.” Para a parte do público brasileiro que vai ver o trio pela primeira vez, ele avisa: “Você estará vendo o Keith Flint, não alguém vestido para estar numa banda”.
Prodigy no Brasil
Curitiba
9 de dezembro
Club Vibe - Rua Desembargador Motta, 2311 - Curitiba
R$ 100 a R$ 440
Informações: 41 3093-9911 / Alô Ingressos
Itu - São Paulo
10 de dezembro
Xxxperience 15 anos
Arena Maeda - Rodovia do açúcar, KM 18,6 – Bairro Tapera Grande – Itu/SP
R$ 100 a R$ 150
Informações: www.xxx15.com.br
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