“O medo é um tema muito atual. Ele faz tanta coisa dar errado. Ao mesmo tempo em que preserva, é oportunista, paralisa. É usado para tantas coisas negativas, sendo aproveitado em discursos extremistas e conservadores”
Anna Mota Publicado em 08/09/2017, às 12h43 - Atualizado às 13h00
“É um retrato do que o Paralamas do Sucesso representa atualmente.” Este é o parecer do baterista João Barone sobre o 13º disco de inéditas da banda, Sinais do Sim, lançado em agosto. Com uma carreira mais do que consolidada fica difícil colocar em palavras os objetivos do novo trabalho. “[Queremos] tudo e ao mesmo tempo nada. É um papo meio Gilberto Gil.”
O Paralamas mesclou o antigo com o novo para unir essas ideias. Nas referências, o grupo voltou ao início. “Escutamos coisas que escutávamos antes mesmo de começarmos a banda, principalmente rock dos anos 1960 e 1970.” As novidades ficaram por conta do repertório inédito e de Mário Caldato Jr., produtor com quem os músicos nunca haviam trabalhado. “Nos identificamos de cara e demos uma carta branca pra ele fazer tudo o que quisesse. Ele sentiu firmeza no repertório e potencializou nossa força com um acabamento fantástico.”
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Entre as surpresas trazidas por Caldato está Rodrigo Amarante, ex-Los Hermanos. “Ele convidou o Rodrigo para fazer alguns vocais pontuais, algo meio escondido, muito sutil. Tanto que ele não fez questão de ser creditado, mas mesmo assim nós quisemos agradecê-lo.”
Para o baterista, a leveza é predominante nas letras de Sinais do Sim, assinadas mais uma vez por Herbert Vianna (apenas “Não Posso Mais” não é dele, foi escrita por Nando Reis). “O disco não carrega uma crítica social muito forte”, opina. Mas, como ponto fora da curva, o trabalho traz uma versão de “Medo do Medo”, da rapper portuguesa Capicua — que recentemente lançou Língua Franca em parceria com Emicida, Rael e o também português Valete.
“O medo é um tema muito atual. Ele faz tanta coisa dar errado. Ao mesmo tempo em que preserva, é oportunista, paralisa. É usado para tantas coisas negativas, sendo aproveitado em discursos extremistas e conservadores”, diz a respeito da importância da faixa.
Outra releitura que integra o álbum é “Cuando Pase El Temblor”, do Soda Stereo. “Esperamos que o Capital [Inicial] não grave essa”, brinca Barone, fazendo referência à “De Musica Ligera”, faixa da banda argentina que ganhou uma versão do Paralamas, “De Música Ligeira”, e outra do Capital, “A Sua Maneira”.
“‘Cuando Pase El Temblor’ é a música mais conhecida do Soda Stereo, um sucesso de 1982, uma espécie de hino sagrado para os fãs do Soda. Por isso não quisemos fazer uma caricatura da versão original. Tentamos aproveitar a letra e a temática dela, mas trazendo tudo para a nossa órbita, com um novo arranjo e uma nova roupagem”, comenta.
No dia 30 de setembro, Vianna, Barone e Bi Ribeiro estreiam a turnê de Sinais do Sim em Curitiba, no Teatro Positivo. O giro já tem datas marcadas também em São Paulo (Espaço das Américas), em 7 de outubro, e no Rio de Janeiro (Vivo Rio), no dia 28 de outubro.
Ouça Sinais do Sim.
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