Tem um cara chamado Billy Shears posando como o baixista dos Beatles desde que o verdadeiro Paul morreu em um acidente de carro em 1966?
Joyce Chen Publicado em 08/11/2017, às 15h03 - Atualizado em 09/11/2017, às 17h02
Quanto maior o nome, mais estranha é a teoria.
Paul McCartney se tornou um nome conhecido quando ele ascendeu à proeminência integrando os Beatles, nos anos 1960, e a posição dele como astro se manteve praticamente intacta desde que a banda terminou, em 1970. No entanto, alguns teóricos da conspiração acreditam que o Paul que conhecemos e amamos atualmente não é o Paul de fato, mas “Faul”, ou pelo menos um Paul McCartney falso.
Segundo uma teoria há muito conhecida, o Paul McCartney real não é septuagenário que continua lotando estádios – este, na verdade, morreu em 9 de novembro de 1966, depois que o carro dele derrapou em uma estrada congelada e se chocou em um poste.
Os teóricos clamam que John Lennon, George Harrison e Ringo Starr se preocuparam sobre como a morte dele poderia impactar o imenso sucesso comercial dos Beatles, então eles encobriram a morte ao substituir McCartney por uma pessoa muito parecida com ele, Billy Shears, que não só tinha semelhanças físicas, como agia e soava como o “original”.
Teóricos mais extremos apontam para discrepâncias nas fotos antigas e mais recentes de Paul , dizendo que detalhes como o formato do queixo ou o posicionamento das orelhas são indicativos. O tamanho e o formato da cabeça de “Faul” também são supostamente diferentes de McCartney. Alguns teóricos até vão mais longe ao dizer que Shears era um órfão que uma vez ganhou uma competição de pessoas parecidas com McCartney.
E, então, conforme a história segue, os Beatles poderiam seguir com a carreira de sucesso, fazendo hits, uma vez que o grande segredo estava escondido do mundo.
Mas, de acordo com os crentes na teoria, Lennon, Harrison e Starr começaram a se sentir culpados pela situação, então começaram a deixar pistas da morte definitiva de McCartney nas capas dos discos da banda e até mesmo nas músicas em si.
A capa de Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, lançado em 1967, é supostamente uma grande dica, com os teóricos afirmando que a imagem recheada de figuras é não apenas uma reunião, mas um funeral. Eles apontam para a terra recém escavada na parte da frente, os jovens Beatles todos vestidos de preto e um retalho de flores amarelas proeminentemente exibidas na frente – seria um aceno ao baixista canhoto?
Os fãs que acreditaram na teoria começaram a procurar por pistas nas músicas da banda também, e encontraram algumas coincidências interessantes.
Talvez uma das mais conhecidas seja a faixa “Revolution #9”, de 1968, na qual, se tocada ao contrário, traz uma parte que soa bastante como uma violenta batida de carro e uma voz que pode estar dizendo: “He hit a pole! Better get him to see a surgeon” (“Ele bateu em um poste! Melhor levá-lo para ver cirurgião”).
As pistas em áudio não param por aí. Toque “I'm So Tired” de trás para frente e você vai ver uma frase gravada que soa como “Paul is dead, miss him, miss him” (“Paul está morto, sinto falta dele, sinto falta dele”). Desacelere “Strawberry Fields Forever” e você vai ouvir John dizendo: “I buried Paul” (“Eu enterrei Paul”). Em entrevistas, contudo, Lennon já explicou que aquela frase era, na verdade, “cranberry sauce”.
E então há a famosa capa de Abbey Road, na qual todos os quatro integrantes da banda estão atravessando a rua em direção ao estúdio. Em uma primeira olhada, a imagem parece normal. Os teóricos da conspiração, no entanto, estão convencidos de que o álbum é uma grande confirmação de que McCartney está, de fato, morto.
No caso, McCartney seria o cadáver a ser enterrado (vestindo terno e com os pés descalços, lembrando um corpo quando é levado ao caixão); John seria o padre (de branco, com barba e os cabelos compridos); George, o coveiro (de jeans, roupas comuns); e, por fim, Ringo seria o responsável pela cerimônia (com um terno preto). Além disso, o baixista está com os olhos fechados; o passo trocado em relação aos dos companheiros de banda (com a perna direita na frente); além de segurar o cigarro com a mão direita, sendo que Macca é canhoto.
Alguns dos carros que compõem a cena da capa de Abbey Road também endossam a teoria da morte do baixista. Um fusca, no lado esquerdo da imagem, tem na placa as letras “LMW”, que poderiam representar as iniciais da frase “Linda McCartney Widow” (em português, “Linda McCartney [então esposa dele] Viúva”). Além disso, embaixo das letras, há um “28IF”, no qual o “if” (que, em português, significa “se”) indica que Macca completaria 28 anos se estivesse vivo. Outro automóvel de destaque aparece ao lado direito: há quem acredite que o carro preto seja um típico modelo usado em funerais.
Outro exemplo que os teóricos apontam é o significado da morsa preta que aparece na capa do disco Magical Mystery Tour, de 1967. De acordo com os crentes da teoria, a morsa preta simboliza a morte em certas culturas escandinavas e McCartney estava sem dúvidas vestindo a roupa daquele animal.
E, em uma verdadeiramente bizarra coincidência (ou não?) em outro lançamento dos Beatles, o White Album (Álbum Branco), Lennon canta: “Well here's another clue for you all – the walrus was Paul!” (“Bem, aqui vai outra pista para vocês – a morsa era Paul!”), em “Glass Onion”.
Quanto a Paul – ou seria “Faul”? –, os rumores não o incomodam. “Quanto as mentes das pessoas que preferem pensar nisso como rumores, eu não vou vou interferir”, ele disse à revista Life em 1969. “Não vou acabar com a fantasia deles.”
Curiosamente, o próprio McCartney, em 1993, lançou o disco ao vivo Paul is Live, no qual parece “desmentir” todo o mito ao recriar a capa de Abbey Road contrariando todos os elementos que poderiam sugerir que ele estaria morto (não está?).
As pistas sobre a tal morte de McCartney são muitas, veja mais algumas delas no vídeo abaixo.
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