Paul McCartney na segunda apresentação da <i>Up and Coming Tour</i> no Rio de Janeiro - Marcos Hermes/Divulgação

Paul McCartney promove nostalgia energética em segunda noite no Rio

Set list do show desta segunda-feira, 23, sofreu algumas alterações; apresentação começou com "Magical Mystery Tour"

Por Paulo Terron Publicado em 24/05/2011, às 13h35

Há uma lógica na escolha do repertório para a Up and Coming Tour, de Paul McCartney, que teve sua segunda (e última) apresentação carioca no Engenhão, na noite de segunda, 23: quando um artista não tem como fugir de seu legado, o que ele pode fazer é simplesmente aceitá-lo e executá-lo da melhor forma possível.

Paul McCartney divulgou um texto sobre sua passagem pelo Rio de Janeiro. Leia aqui.

McCartney, depois de décadas tentando descobrir a melhor fórmula para seus shows, parece ter descoberto essa lógica. Não adianta jogar os sucessos de lado: "Yesterday", "Hey Jude" e "Let it Be" sempre estarão nos shows do beatle. E o diferencial entra exatamente aqui: enquanto artistas veteranos tendem a executar os hits em piloto automático, o lendário baixista não deixa de injetar uma aparente sinceridade em suas performances.

Essa mesma vontade fica ainda mais clara em faixas menos conhecidas. Em "1985", ele olha para o infinito, como se estivesse recitando a letra para um companheiro invisível. Escancarando a homenagem a John Lennon, McCartney também conseguiu transformar a sucinta "Here Today" em um ponto altamente emotivo da turnê, não só recebido com respeito pela plateia, mas também louvado.

Saiba quais são as dez músicas de Paul McCartney mais tocadas no Brasil.

As diferenças de repertório em relação ao primeiro dia no Rio foram razoáveis: a abertura foi com "Magical Mystery Tour" (mais impactante do que "Hello, Goodbye"), "Coming Up" (que deve ser presença mais constante a partir de agora, com o relançamento do álbum McCartney II, de 1980), "Got to Get You Into My Life", "I'm Looking Through You" e "I Saw Her Standing There". Uma raridade: "Get Back" ficou de fora.

Ainda houve espaço para versões energéticas, muito mais pesadas do que o normal, de "Helter Skelter" e "Day Tripper". Talvez tenha sido só uma reação ao comportamento da plateia, que espontaneamente prolongou "Back in the U.S.S.R." (cantando a harmonia dos backing vocals) e "Mrs Vandebilt" (com um coro de "ho, hey, ho").

Paul McCartney foi capa da edição 50 da Rolling Stone Brasil. Clique ali para ler a entrevista.

Apesar de alguns problemas estruturais - o Engenhão é um belo estádio, mas tem muito eco lateral e é de difícil acesso -, Paul McCartney deu às pessoas o que elas esperavam: uma nostalgia vigorosa que, de bônus, ainda deixou ótimas novas memórias para o público.

Saiba como foi o primeiro show da Up and Coming Tour no Rio de Janeiro.

Beatles paul-mccartney up-and-coming

Leia também

Morre Andy Paley, compositor da trilha sonora de Bob Esponja, aos 72 anos


Viola Davis receberá o prêmio Cecil B. DeMille do Globo de Ouro


Jeff Goldblum toca música de Wicked no piano em estação de trem de Londres


Jaqueta de couro usada por Olivia Newton-John em Grease será leiloada


Anne Hathaway estrelará adaptação cinematográfica de Verity de Colleen Hoover


Selena Gomez fala sobre esconder sua identidade antes das audições