Paula Lima - Divulgação / Paulo Vitale

"O Ídolos me ajudou a vencer a timidez", conta Paula Lima

Com shows marcados na Europa, cantora relembra o período em que foi jurada no programa e comenta seu próximo disco de estúdio

Murilo Basso Publicado em 08/03/2012, às 18h31 - Atualizado às 21h43

Quando iniciou sua carreira, a cantora Paula Lima não esperava o que estava por vir. Advogada por formação, no início Paula enxergava sua futura profissão como hobby, e não imaginava que um dia conseguiria viver exclusivamente de seu trabalho como cantora e compositora. Quase 20 anos depois, Paula faz um balanço positivo de sua carreira. “Em termos de crescimento, de reconhecimento e de oportunidades com outros artistas, tem sido superpositivo”, ela afirma. “O tempo vai passando e você vai ouvindo outros estilos, conhecendo outros artistas e entendendo determinados caminhos. Por conseguir entender determinadas sutilezas, hoje me sinto uma artista muito mais consistente.”

Os discos de Paula Lima são influenciados por vários músicos. Para a cantora, a diversidade artística e musical é fundamental, e nomes tão diversos quanto Jorge Ben, Martinho da Vila, Ella Fitzgerald e Quincy Jones fazem parte de seu dia-a-dia. Outro Esquema (2009), seu último registro de estúdio, é uma coletânea de todo o seu trabalho como cantora, e exemplifica essa multiplicidade. “Eu vi que tinha muito material guardado e estava gravando coisas novas”, diz Paula. “Meus primeiros discos saíram por gravadoras que não existem mais, eles não são mais distribuídos. Tem pessoas que não conhecem ‘É Isso Aí’, que é um dos meus sucessos. Então, eu fui montando o repertório seguindo essa linha.”

Paula Lima começará a gravar um novo disco em maio. “Terá uma música do Arlindo Cruz, uma ou duas regravações, talvez uma do Chico Buarque. Terá uma do Jorge Ben Jor. E o resto ainda está sendo estudado”, revela a cantora.

Além da música, Paula já se aventurou como atriz. Em 2010, ela participou da adaptação brasileira do musical Cats, da Broadway. No entanto, Paula não se considera uma “atriz”. “Inicialmente achei que não daria conta, mas depois, conversando com os diretores, vi que daria certo. Então me dediquei integralmente.” Foram três meses de preparação para o trabalho. A rotina e a forma como era preciso se relacionar com os outros profissionais trouxeram novos valores para a artista. E ela gostaria de repetir a experiência. “Fazer outro musical no futuro seria maravilhoso. Já fui convidada para mais dois, mas não tive como aceitar”, ela afirma. “É uma experiência que vou levar para contar para os meus netos.”

E a carreira de Paula sempre foi diversificada. Durante três anos ela foi jurada do Ídolos, na Record. “Me ajudou a vencer a timidez. Como cantora eu gostava da fase onde aqueles que realmente cantavam estavam participando. Da fase de classificação nunca gostei. Tinha a mesma reação que tive durante o programa, morria de dó. Nunca consegui rir”, Paula relembra. “E admiro muita gente que descobrimos, mas acredito que existe um problema: nos Estados Unidos, quando sai um cantor de um programa como o Ídolos, ele tem oportunidade em vários canais, a pessoa não fica marcada. Mas no Brasil nós enfrentamos esse tipo de problema.”

Turnê pela Europa

Paula tem duas pequenas turnês internacionais a caminho. Nos dias 9, 10 e 11 de março ela fará apresentações no Cassino de Paris, França. No dia 13 de abril, ela segue para a Tunísia, para o festival Jazz a Carthage. Já no final de maio, ela se apresenta no Rock in Rio Lisboa. A carreira no exterior é almejada desde o início. “É algo que eu sempre quis. Obviamente o Brasil é meu chão, mas achava um pouco injusto, pelo meu trabalho, pela forma como eu canto. Não sei se isso soa pretensioso, mas acho que todo mundo sonha algo assim para sua carreira.”

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