“Eu estava meio que sentindo a vibração dele e achei que talvez essa vibração fosse, de alguma forma, feminina”, contou Penn Badgley
Katie Van Syckle Publicado em 30/04/2013, às 14h49 - Atualizado às 15h53
Penn Badgley está dando seu melhor para fazer com que o público esqueça as palavras Gossip Girl. Em Greetings from Tim Buckley, o ex-astro do canal teen CW interpreta Jeff Buckley, o filho do também músico Tim Buckley, o pai que ele nunca conheceu. A Rolling Stone EUA conversou com Badgley sobre como foi mostrar o lado feminino de Buckley, fazer uma interpretação de Led Zeppelin III e sobre a vida pós-Gossip Girl.
Que tipo de energia você canalizou com esse papel?
Eu acho que quando qualquer ator está fazendo seu melhor trabalho, não é intelectual – é intuitivo. E naqueles momentos curtos durante os quais eu estava realmente encarnando Jeff, eu não estava pensando. Eu estava meio que sentindo a vibração dele e achei que talvez essa vibração fosse, de alguma forma, feminina. Não da forma típica como as pessoas costumam pensar, mas ele tinha uma energia felina, funérea, que eu acho que era muito honesta e meio mágica. E de alguma maneira, isso permitia que ele fosse mais homem do que muita gente.
Como se preparou para esse papel?
Eu simplesmente estava em um bom momento para interpretar Jeff nessa época da vida dele. Além de ter a mesma idade, estava passando por muitas das mesmas coisas. E eu sabia disso, então optei por focar nesses elementos da minha vida, porque não sou um ator metódico. No mais, fiquei fazendo música o máximo que pude. Foi uma experiência bem atípica – quando você interpreta alguém que já morreu, você se sente perseguindo um fantasma.
Então você não fez nenhuma pesquisa?
Eu dei uma folheada em alguns livros. Mas percebi que não tinha muita coisa a respeito dessa época da vida de Jeff. Tem uma certa voz que foi captada nesse roteiro e essa é uma das fontes mais valiosas que tive, mesmo que ninguém envolvido [no roteiro] tenha realmente conhecido Jeff. Estávamos todos tentando capturar um raio em uma garrafa.
Algum dos elementos do relacionamento entre pai e filho fez com que você se identificasse?
Eu acho a relação pai e filho potente. Eu não tenho a mesma relação com o meu pai. Aliás, ver esse filme com o meu pai foi uma experiência muito tocante – muito curativa. Tinha um elemento na forma como Jeff se sentia em relação à família que me sensibilizou muito. Fiquei muito comovido com o desejo dele de ter uma família. Isso é algo sobre o que o filme fala, além de Jeff e Tim.
O que estava passando pela sua cabeça quando estava cantando aquela interpretação de um minuto de Led Zeppelin III?
Não teve nenhum tipo de pensamento envolvido, na verdade. Não tinha como ensaiar, não tinha como me preparar a não ser ir experimentando. Mais do que tudo, estávamos tentando deixar a música menos fácil de se reconhecer, porque aí não teríamos que nos preocupar com os direitos autorais.
Qual foi a coisa mais importante que tirou de Gossip Girl?
Eu olho para a série, como um todo, como uma espécie de teste de resistência em todos os aspectos, bons e ruins. Me deu uma ética de trabalho boa. Durante as filmagens de Buckley, não tive tempo de intelectualizar nada, estava trabalhando constantemente e acho que isso acabou sendo uma dádiva. Também abriu espaço para mim, para me reorganizar – estava com tudo suspenso havia seis anos.
E como tem passado seu tempo?
Eu comecei a trabalhar com música. Pela primeira vez na vida, eu não tenho nada para fazer, então estou tentando ser criativo de formas muito simples e discretas. Se vai virar alguma coisa disso, veremos.
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