Roqueiro, que tem ascendência judaica, “não estava a par da controvérsia cercando o hino nacional alemão", disse assessora
Da redação Publicado em 01/12/2009, às 11h21
Pete Doherty ratificou a fama de garoto-problema ao cantar, durante show em Munique, Alemanha, os trechos de "Deutschland, Deutschland über alles", também conhecido como "A Música da Alemanha" - e espinafrado pelo teor de inclinações nazistas.
O incidente ocorreu no fim de semana, em apresentação transmitida ao vivo pela rádio alemã Bayerischer Rundfunk, que se desculpou com os ouvintes. Uma apresentadora pediu que o roqueiro, vaiado pelo público, deixasse o palco - ao que ele respondeu jogando o microfone na cara dela, segundo publicado pelo jornal local TZ na segunda-feira, 30 de novembro.
Conforme relatou o jornal Der Spiegel, o músico, que passou pelos vocais de Libertines e Babyshambles, não estava no cronograma original do festival. Mas, "claramente bêbado", conseguiu se apresentar. Narrou Rudi Kuffner, um porta-voz do evento: "Com uma voz baixa, ele cantou 'Deutschland, Deutschland über alles' quatro vezes. Então, a plateia vaiou tão alto que ele teve de começar a cantar outra coisa".
O músico "não estava a par da controvérsia cercando o hino nacional alemão e se desculpa profundamente se causou alguma ofensa", disse uma assessora de imprensa em nota divulgada no site da emissora britânica Sky News.
"Deutschland, Deutschland über alles" quer dizer "Alemanha, Alemanha acima de tudo". Os versos foram descartados do hino alemão desde a derrocada do Terceiro Reich. Uma terceira parte, que começa com "einigkeit und recht und freiheit", é usada sobretudo após a reunificação alemã, há 20 anos, após a queda do Muro de Berlim.
Doherty, que diz ter ascendência judaica (pelo avô materno), protagonizou outro episódio que o liga a correntes da extrema direita. Lembra o jornal britânico The Guardian que ele já havia feito uma saudação fascista, em tom jocoso, durante show na Espanha, ano passado. Além disso, em 2004, o Libertines foi criticado pela faixa "Arbeit Macht Frei". A frase, que significa "trabalho traz liberdade", aparecia em portões de diversos campos de concentração, como Auschwitz.
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