Peter Hook prefere manter as boas lembranças de Ian Curtis - Divulgação

Tristeza revisitada

Peter Hook vem ao Brasil para tocar álbum clássico do Joy Division; "Agora eu me sinto bem tocando estas músicas", conta o baixista

Por Paulo Cavalcanti Publicado em 09/06/2011, às 17h40

O baixista britânico Peter Hook, 55 anos, não se abala com o clima triste que cerca Unknown Pleasures, álbum seminal lançado em 1979 pelo Joy Division (e que ajudou a definir o som do post-punk). Na turnê Unknown Pleasures: A Celebration of Joy Division by Peter Hook & The Light - que tem a participação de Jack Bates, filho do músico, também no baixo - ele repassa a íntegra da obra. Os shows passarão pelo Brasil em 16 e 17 de junho, no Estúdio Emme, em São Paulo. Falando por telefone, Hook revela que este é o momento certo para pisar novamente no território de sua antiga banda. "Agora eu me sinto bem tocando estas músicas", diz. "Elas remontam a dias de minha juventude, quando tudo era possível. Eu acho que se você quer manter a música viva, tem de tocá-la no palco. Nada contra todas estas reedições de luxo e caixas comemorativas, mas nada disso substitui a execução das músicas no palco."

Hook também se defende, negando que os shows sejam uma jogada para fazer um dinheiro fácil. "Não gosto de chamar isso de tributo. Prefiro dizer que é mais um testemunho de uma pessoa, no caso eu, que esteve no olho do furacão e ajudou a criar um pouco daquilo tudo. O mais legal sobre o Joy Division é que nós começamos sem um tostão e terminamos mais duros ainda", explica. "Bem, não temos mais o Ian [Curtis], é claro. Mas também achei que não seria nada honesto colocar um cara qualquer para imitar os vocais e a postura dele. Eu assumo os vocais e tivemos de fazer algumas adaptações nas canções."

Curtis, o vocalista do Joy Division (que se enforcou em 1980 depois de perder a batalha contra a depressão), tornou-se uma figura cult. Hook é reflexivo quando recorda o companheiro. "Não penso mais nele com tristeza. Ficaram as coisas legais. Pelo menos ele está lá congelado, jovem para sempre aos 23 anos." O que ainda causa desconforto no baixista é o fato de ser constantemente questionado sobre um retorno do New Order, que se separou oficialmente em 2007. "A esta altura da vida de todos os envolvidos, é praticamente impossível qualquer tipo de volta", decreta. "Foi um divórcio muito sangrento. Já não tenho mais contato com Bernard [Sumner, guitarrista e vocalista]. Pelo menos a última turnê que fiz com o New Order passou pelo Brasil, e fizemos os nossos últimos shows aí e na Argentina. O fim da banda foi amargo, mas aconteceu em locais agradáveis" , finaliza.

Peter Hook no Brasil

16 e 17 de junho, às 23h

Estúdio Emme (R. Pedroso de Moraes, 1.036, Pinheiros)

Ingressos: R$ 80 (1º lote), R$ 100 (2º lote), R$ 150 (3º lote)

Pontos de venda para pista: Bilheteria Estúdio Emme (de segunda-feira a sábado, das 15h às 20h); Lojas Emme: Shopping Ibirapuera, Shopping Market Place e Butantã (R. Raul Saddi, 18);

Lojas Accessorize: Shopping Iguatemi, Shopping Pátio Higienópolis e Jardins (R. Haddock Lobo, 1485).

Venda pela internet: www.compreingressos.com

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