Jason Mraz no Festival Planeta Brasil - Rodrigo Bueno/Acesso Cultural

Planeta Brasil: Skank, Planet Hemp, Raimundos e Jason Mraz participaram da sexta edição do maior festival de Minas Gerais

Evento aconteceu no último sábado, 28, na Esplanada do Mineirão, em Belo Horizonte

Julia de Camillo Publicado em 30/01/2017, às 14h10 - Atualizado às 16h57

A sexta edição do Festival Planeta Brasil tomou conta da Esplanada do Mineirão, em Belo Horizonte, no último domingo 28. O evento é considerado o maior festival de música de Minas Gerais e procura representar vários estilos musicais, valorizando os artistas brasileiros enquanto também abriga os internacionais.

O encerramento da noite ficou nas mãos do Skank. A plateia se estendia até os limites do palco Norte em antecipação para ver a banda headliner, que tocava em casa e com energia renovada. Samuel Rosa manteve a interação com o público durante o show inteiro, convidando a plateia para cantar alguns dos maiores sucessos da banda.

Antes de “É Proibido Fumar”, Rosa parou para agradecer e reconhecer a animação do público: “Quando eu entendi que o Skank ia ser o grupo que fecharia o festival, eu fiquei lisonjeado, mas ao mesmo tempo a gente ficou um pouco preocupado. Geralmente ninguém quer tocar por último porque pega a plateia um pouco cansada, mas eu esqueci de levar em conta que é o Skank e é Belo Horizonte. A sensação que eu tenho aqui de cima é que a gente está abrindo o festival.”

O setlist manteve a multidão cantando do início ao fim do show. Samuel introduziu “Jackie Tequila” como “uma velha conhecida de vocês” e tocou “Amores Imperfeitos”, que foi “meio esquecida” nos shows do grupo. A banda não decepcionou e entregou um repertório recheado de sucessos, como “É Uma Partida de Futebol”, “Saideira”, “Canção Noturna”, “Ainda Gosto Dela”, “Ela Me Deixou”, “Te Ver”, “Três Lados”, “Vou Deixar” e “Garota Nacional”. Encerrando o show, Samuel pediu “vida eterna a esse festival”, antes de cantar os versos iniciais de “Vamos Fugir”.

Simultaneamente ao show do Skank, do outro lado da Esplanada do Mineirão, o Planet Hemp subiu ao palco ao fim de uma contagem regressiva no telão. Movimentando-se quase que ininterruptamente pelo palco, Marcelo D2 e BNegão contagiaram a plateia, que não parava de pular e cantar junto. “Legalize Já”, “Dig Dig Dig (Hempa)” e outros grandes sucessos não ficaram de fora do show no palco Sul do festival.

Um pouco mais de meia hora antes do Planet Hemp, o palco Sul havia tido a experiência de um show exaltado do Raimundos, que, mesmo com violões predominantes no lugar de guitarras, soube elevar os ânimos. “Parece que eu estou na sala de casa”, disse o vocalista Digão enquanto fazia o show sentado.

Na hora da esperada “Mulher de Fases”, a banda introduziu a música tocando uma versão meio reggae do refrão, antes de Digão parar e se explicar: “Isso aqui é acústico, mas não vai deixar de ser aquela porra louca do Raimundos”. Então, o som dos violões explodiu na versão clássica do maior sucesso da banda, enquanto o público pulava e cantava a plenos pulmões, no momento mais animado da apresentação.

O grupo ainda tocou sucessos como “Cintura Fina”, “Selim”, “Nêga Jurema”, “I Saw You Saying (That You Say That You Saw)”, “Reggae do Manêro” e “Me Lambe” antes de convidar Projota, outra das atrações do festival, para cantar com “Eu Quero Ver o Oco”, a última do repertório. “BH representou a nação e o rock and roll”, Digão disse ao se despedir do público.

O maior destaque dentre os artistas internacionais, Jason Mraz, subiu no palco Norte às 20h34 já arriscando um português e dando boa noite à plateia. As primeiras duas músicas do show, “Lucky” e “You And I Both”, foram executadas apenas com voz e violão, dando um tom intimista à noite. “Eu toco essa música há muito tempo”, Jason disse sobre a segunda, que ele executava em café pequenos no começo da carreira, até que cada vez mais pessoas começaram a vir ao seu show. “Estou em uma missão para espalhar amor em todo lugar aonde eu vá.”

A banda entrou na terceira música, “Work in Progress”, uma faixa nova que deve antecipar um futuro trabalho do cantor. A apresentação engatou e continuou animada até o final, com faixas como “The Remedy (I Won't Worry)”, “Butterfly”, “Everywhere”, “Make It Mine” e a indispensável “I’m Yours”. Com carisma e simplicidade, Jason mostrou que não são precisos muitos artifícios para entreter uma plateia e declarou o gosto pelo Brasil: “Eu gosto de vir aqui porque as pessoas não têm medo de cantar, dançar e se expressar e isso faz eu me apaixonar pela vida e pelo potencial humano”.

Apesar de os grandes shows da noite terem sido no palco Norte e no Sul, durante o final de tarde mineiro o palco How Deep, destinado a artistas de música eletrônica, também atraiu uma boa multidão. Às 18h30, o Tropkillaz invadiu o palco, introduzindo o set ao ritmo de “We Will Rock You”, do Queen, acompanhados pelas palmas do público. Os grandes sucessos do pop dos últimos anos marcaram o repertório da dupla. Remixes de Beyoncé, Calvin Harris, David Guetta, Ludacris, Snoop Dogg, The Weeknd e outros artistas mantiveram a plateia eletrizada. Em um dos pontos altos do show, Marcelo D2 foi convidado ao palco e cantou “Desabafo” com o Tropkillaz.

Além de Skank, Planet Hemp, Raimundos, Jason Mraz e Tropkillaz, tocaram na edição de 2017 do Planeta Brasil artistas como Natiruts, Slightly Stoopid, Projota, Tiago Iorc, Anavitória, Donavon Frankenreiter e Gabriel Boni. O palco Circuito de Verão recebeu apenas artistas de Minas Gerais: Poison Gas, Jaloo, Javali e os Inquilinos, Zevinipim e Chama o Síndico, Gabriel Elias, Daparte e Pequeno Céu.

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