- The Weeknd em apresentação no Super Bowl (Foto: Mike Ehrmann/Getty Images)

Por que amamos tanto The Weeknd?

Abel Tesfaye completa 31 anos nesta terça, 16 de fevereiro - e não faltam motivos para amá-lo

Camilla Millan I @camillamillan Publicado em 16/02/2021, às 20h15

Desde o lançamento de After Hours, The Weeknd é um dos músicos em maior evidência da atualidade. Mesmo esnobado pelo Grammy 2021, o cantor canadense conseguiu se recuperar e provar o que muitos já sabiam: Abel Tesfaye é um verdadeiro artista.

After Hours pode ter sido a grande explosão na carreira de The Weeknd, mas há muito tempo o artista chama atenção com musicalidades e conceitos únicos, além de uma criatividade realmente “fora da caixinha”.

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Como misturar R&B, uma atmosfera mórbida, o pop dançante e a sensualidade? The Weeknd tem a fórmula de sucesso - e em Kiss Land, disco de estreia de Abel Tesfaye, a potência criativa do artista já era evidente.

Atualmente, os milhões de visualizações, grandes números nas plataformas de streaming e o show no Super Bowl indicam que o cantor canadense conseguiu ter o reconhecimento tão desejado. Para além dos números, o que nos faz amar tanto The Weeknd

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No auge da popularidade, The Weeknd dá motivo de sobra para ser admirado. O artista completa 31 anos nesta terça, 16 de fevereiro, e a Rolling Stone Brasil celebra com os motivos pelos quais amamos o cantor:

Originalidade melancólica

Se você é fã de The Weeknd, reconhece que muitas canções do artista vêm com o selo de “explícita”. Contudo, mesmo com diversas letras sobre droga e sexo, Abel trata o vício e a ostentação com a melancolia de alguém que já passou por isso.

Essa tristeza aparece também nas canções de amor e compõe a essência de The Weeknd, principalmente nos primeiros trabalhos do artista. O single de estreia de Abel, “Wicked Games” é um exemplo: “Traga seu amor querida, eu posso trazer minha vergonha/ Traga as drogas querida, eu posso trazer minha dor/ Eu tenho meu coração bem aqui, eu tenho minhas cicatrizes bem aqui.”

Os novos trabalhos do artista se tornaram mais mainstream, mas a melancolia permanece - e o conceito de After Hours é a prova. As críticas ácidas no disco lançado em 2020 também refletiram no visual o artista, cuja aparência mudou a cada aparição pública, reiterando a angústia, a solidão, o vício e as consequências da fama.

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É como se, a cada música, Abel cantasse a própria história. Seja no R&B ou no pop, é possível sentir a dor na voz do músico, que se doa por inteiro nos trabalhos.  Um dos motivos de ser verdadeiro, é a trajetória pessoal do cantor, que chegou a morar na rua e usar diversas substâncias ilícitas.

Contudo, quando focou na música, a realidade de Abel Tesfaye mudou repentinamente - e essa transformação também é empregada nas letras dos lançamentos do cantor.

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Nostalgia

Justamente pela forma de interpretar as canções, The Weeknd consegue transmitir sentimentos para os ouvintes e fãs - tanto nas canções melancólicas como nas dançantes e sensuais. É o famoso “bate de uma forma diferente”.

A combinação da harmonia, beats e da voz de Abel Tesfaye proporcionam uma unicidade que, ao ouvir, desperta sensações nostálgicas, além de grandes reflexões. 

The Weeknd também oferece a trilha sonora para lembranças de situações já vividas e profundos debates internos. O cantor tem a playlist perfeita para sentir raiva enquanto lembra do ex, por exemplo, em “Call Out My Name”:

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“Eu disse que não sentia nada, amor, mas eu menti/ Quase cortei um pedaço de mim pela sua vida/ Acho que eu era apenas outra parada rápida/ Até você se decidir/ Você só desperdiçou meu tempo,” canta Abel Tesfaye.

Contudo, a música também transporta para um local no qual é possível, inclusive, refletir sobre a vida e a violência, como em “Sidewalks”: “Parei de chorar quando eu tinha 18 anos/ Ninguém me criou, mas sim as principais ruas/ Pois muitos acham que me criaram/ Bem, se me criaram então me substituam/ De um sem-teto para a lista da Forbes”. 


Sensualidade

Sim, além de toda a morbidez, nostalgia e reflexão, as faixas de Abel Tesfaye conseguem ser extremamente sensuais. 

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As letras e melodias envolventes atravessam os beats e a voz sensual do cantor, resultando em obras de grande sucesso. Não à toa, o artista faz parte da tilha sonora de 50 Tons de Cinza com a faixa “Earned It”. 

Outro exemplo memorável é “The Hills”. A faixa foi lançada no segundo álbum de estúdio de Abel Tesfaye, Beauty Behind the Madness, e até a atualidade é uma das mais conhecidas do artista. 

A atmosfera envolvente e sexy do artista precisa ser considerada quando falamos da popularidade do cantor. Mesmo nas letras reflexivas, o artista canadense cria um clima intimista, principalmente pelos sussurros e sintetizadores que preenche as faixas.  

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Criatividade de um showman

Após o show do Super Bowl, a criatividade de The Weeknd é difícil de ser questionada. Para encerrar a era After Hours, o cantor mostrou todo o talento e o esforço com uma apresentação icônica com grande produção e coreografia.

O disco lançado em 2020 foi a prova de que o artista consegue ser um showman. Abel criou uma narrativa impressionante por meio dos clipes a apresentações em premiações - tudo mantendo o conceito crítico e sombrio de After Hours.

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Mesmo com as dançantes, o trabalho não deixa de lado a essência melancólica do artista, e um exemplo é “In Your Eyes”: “Eu apenas finjo que estou no escuro/ Eu não me arrependo porque meu coração não consegue perder/ Eu prefiro ser tão desatento/ Eu preferia estar com você.”

O famoso terno vermelho não foi o responsável pela popularidade do disco, mas tudo que o trabalho envolveu - incluindo clipes detalhadamente pensados e um esforço contínuo de trazer o álbum para os tapetes vermelhos.

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Com ou sem Grammy, The Weeknd se mostra, cada vez mais, um artista completo cuja trajetória é apaixonante. Dos trabalhos mais alternativos ao mainstream de After Hours, o cantor extrapola na unicidade, provocando uma identificação entre os fãs e as faixas.


Posicionamento

As pautas trazidas nos discos do cantor refletem o posicionamento de The Weeknd fora dos palcos. O artista frequentemente critica padrões estéticos na indústria de Hollywood, além de promover a luta conta o racismo por meio de entrevistas e redes sociais.

Em 2018, por exemplo, o astro se posicionou publicamente contra a famosa marca sueca H&M, acusando-a de racismo em uma propaganda na qual um menino negro vestia um moletom com a frase "O macaco mais legal da selva", causando uma grande mobilização mundial contra a empresa.

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O posicionamento de The Weeknd também está presente dentro do universo das celebridades. Com After Hours, o cantor usou as letras e as apresentações para explicitar criticamente os vícios que acompanham a fama, juntamente à solidão de um ambiente superficial e egoísta.

Um exemplo é o clipe de "Save Your Tears", no qual o cantor transformou o rosto para questionar a indústria estética que prega a cirurgia e padronização dos corpos.


Filantropia

Junto ao posicionamento crítico relacionado a temas da sociedade, The Weeknd é um grande filantropo, doando altas quantias de dinheiro para iniciativas as quais ele acredita serem importantes.

Mais do que um artista talentoso, o cantor tenta fazer o possível para ajudar aos outros. Separamos alguns exemplos: 

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Em junho de 2020, após a morte de George Floyd e em meio aos protestos ao redor do mundo, o cantor doou cerca de R$ 2,5 milhões a organizações do movimento antirracismo.

Pouco tempo depois, em agosto de 2020, Abel Tesfaye doou R$ 1,6 mi para vítimas de explosão em Beirute, na capital do Líbano. Segundo o TMZ, o dinheiro foi destinado À Cruz Vermelha libanesa, ao Programa Alimentar Mundial e a um centro infatil no país.

Diante da pandemia de Covid-19, o cantor canadense doou R$ 5,4 milhões para o combate da pandemia. Metade do valor foi destinado à MusiCares, enquanto a outra parte trabalhadores da linha de frente contra a covid-19 da Scarborough Health Network, a rede hospitalar da cidade de Ontário, onde o artista cresceu.

Artista talentoso e, principalmente, uma viabilizador de importantes debates sobre a sociedade. Definitivamente, não faltam motivos para amar The Weeknd

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+++MAIS SOBRE MÚSICA: Akon, Ne-Yo e mais: 25 músicas nostálgicas dos anos 2000

Os anos 2000 nos proporcionaram algumas das músicas mais nostálgicas que já conhecemos. O black, unido ao pop e ao R&B fizeram de algumas canções verdadeiros hits - e só de ouvir, dá vontade de voltar no tempo e se jogar nos passinhos.

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Quem lembra das icônicas músicas de Ne-Yo, Akon, Mariah Carey e Nelly Furtado, sabe bem qual é esse sentimento. Não eram apenas hits, mas músicas que podiam fazer qualquer um vivenciar fortes emoções: do romance de “Sexy Love” à tristeza de “Sorry, Blame It On Me”.

Os beats icônicos, letras e refrões impecáveis fizeram destas músicas verdadeiros marcos dos anos 2000. Elas foram trilha sonora da adolescência e juventude de muitas pessoas - e é impossível ouvir de novo e não fechar os olhos, fingir que está em um clipe e dar uns passos de dança.

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A Rolling Stone Brasil separou 25 músicas nostálgicas dos anos 2000:

“Miss Independent” - Ne-Yo


“Beautiful Liar” - Beyoncé, Shakira


“So Sick” - Ne-Yo


“My Boo” - Usher, Alicia Keys


“Love in This Club” - Usher, Zeezy


“Me & You” - Cassie


“Fire Burning” - Sean Kingston


“Beutiful Girls” - Sean Kingston


“Buttons” – The Pussycat Dolls, Snoop Dogg


“What Goes Around...Comes Around…” - Justin Timberlake


“Dilemma” - Nelly, Kelly Rowland


“Sorry, Blame It On Me” - Akon


“My Love” - Justin Timbarlake


“Promiscuous” - Nelly Furtado, Timbaland


“Pump It” - Black Eyed Peas


“Heartless” - Kanye West


“Replay” - Iyaz


“Sexy Love” - Ne-Yo


“Obsessed” - Mariah Carey 


“Say It Right” – Nelly Furtado


“Always on Time” - Ja Rule


“Don’t Stop The Music” - Rihanna


“Umbrella” - Rihanna, Jay-Z


“Low” – Florida, T-Pain


“Don’t Lie” - Black Eyed Peas

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