Apesar de ter levado o K-Pop para o ocidente e vender mais do que muitos artistas americanos, o grupo de K-Pop não recebeu nenhuma nomeação à premiação
Elias Light / Rolling Stone EUA Publicado em 20/11/2019, às 18h34
Em abril deste ano, o BTS lançou Map of the Soul: Persona, um sucesso comercial instantâneo. O disco de K-pop de 7 faixas vendeu mais do que Homecoming, disco surpresa de Beyoncé, em margem confortável. Com esse álbum, o grupo também colocou três discos no topo das paradas em menos de 11 meses. O último conjunto que conseguiu um número tão alto e tão rápido foram os Beatles.
Mas nesta quarta, 20, quando a Recording Academy anunciou as nomeações do Grammy para 2020, o BTS não estava em lugar algum.
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Isso demonstra o desafio constante para os artistas de K-pop: eles constantemente vendem melhor - sem mencionar que dançam melhor - que seus concorrentes americanos, e constantemente são ignorados em premiações grandes.
Mesmo quando o K-pop é reconhecido, é isolado - como no VMA da MTV, que introduziu uma categoria exclusiva para K-pop em agosto. Isso permitiu que o programa se aproveitasse da fanbase enorme e entusiasmada do BTS, mas ao mesmo tempo, deixou o grupo fora de algumas principais categorias, como Vídeoclipe do Ano.
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A falha em reconhecer o K-pop nas premiações é um contraste gritante com a realidade do dia a dia da insústria musical: aparentemente, todo grande selo dos EUA lutou para conseguir alinhar uma música do estilo nos últimos 12 anos.
Columbia, por exemplo, agora trabalha com o BTS. Interscope arrecadou Blackpink; Epic está com Monsta X; Republic, com Tomorrow X Together; e a RCA assinou com Ateez. No último mês, apenas, Capitol lançou um EP do SuperM, um grupo de K-pop que inesperadamente derrubou o veterano cantor de R&B Summer Walker e ficou em Número 1.
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Enquanto isso, o BTS continua a liderar a expansão do K-pop por todo o ocidente. Somado à coleção de discos números 1 e shows esgotados, eles conseguiram entrar no conservador e altamente competitivo jogo de pop de rádio - e não só uma vez. Duas.
E o BTS continua jogando o jogo do Grammy, também: em 2018, apresentaram o prêmio de Melhor Disco de R&B (o disco deles, Love Yourself: Tear também teve nomeação em Best Recording Package).
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Mesmo assim, eles não ganharam nem um aceno da Recording Academy na quarta - nem de Disco do Ano, nem Melhor Cantor de Pop, nem mesmo na categoria vaga de Melhor Disco do Mundo. Enquanto quem votou achou que Map of the Soul: Persona era muito curto com só sete músicas, ainda nomearam o EP de 18 minutos de duração de Lil Nas X, 7, para Disco do Ano.
O problema vai além do BTS. Ouvidentes dos EUA estão explorando mais longe do que nunca, incluindo cantores de K-pop, mas também chegando a músicos da Nigéria, Colômbia e Espanha. A indústria musical é, historicamente, devagar para se adaptar, mas começa a reconhecer que precisa pensar globalmente - ouvintes na Indonésia ou na Índia podem ser tão importantes para um novo artista do que em mora nos EUA. Mas o Grammy, como sempre, ficou para trás.
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