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Por que é ótimo que mulheres comandem o Spotify?

No cenário musical, poucas são as figuras femininas que estão no poder

SAMANTHA HISSONG, ROLLING STONE EUA Publicado em 08/03/2020, às 11h00

O country passa por um acerto de contas agora, já que a indústria musical observa mais de perto a paisagem extremamente masculina de artistas e executivos dentro do gênero. Em meio a tudo isso, a ex-executiva do YouTube, Rachel Whitney, anunciou na quinta, 27, a junção ao Spotify como Chefe de Editorial de Nashville.

Junta-se a Brittany Schaffer, o que significa que a plataforma de streaming - na qual a diretora de conteúdo, Dawn Ostroff, e a co-chefe de música, Marian Dicus, são mulheres - agora tem duas mulheres no comando do escritório em Nashville.

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Menos de 20% dos artistas country ouvidos no rádio são do sexo feminino, de acordo com um estudo de 2019 publicado pela Dra. Stacy L. Smith e pela USC Annenberg Inclusion Initiative. De um total de 816 artistas do estilo, a proporção de homens e mulheres é de 5,2 para 1. 

Até meados de 2010, quando o streaming realmente começou a dar certo, o rádio terrestre era amplamente visto como a maneira pela qual os consumidores médios descobriam músicas. Até hoje, o rádio terrestre é tratado como um esporte masculino.

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Dos 70 diretores (aquelas pessoas com a palavra final no que é reproduzido nas estações AM/FM) de programas de rádio do país listados nos 50 principais mercados de exibição nos EUA da Mediabase, com base nos relatórios atuais do painel, apenas 11,27% são mulheres.

Se o rádio serviu como a principal plataforma para o consumo e a descoberta de músicas por tanto tempo, não é de admirar que menos de 20% dos indicados na categoria Artista do Ano do ACM Awards tenham sido mulheres nos últimos cinco anos - e em alguns anos, 0%.

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É certo que a comunidade dos Estados Unidos como um todo tem sido mais lenta em aceitar o streaming, isso quando comparado a gêneros como pop e hip-hop. Mais pessoas ouvem rádio de country do que qualquer outro formato. No entanto, o crescimento acontece e é difícil negar o streaming como o principal método de consumo no futuro. 

O streaming de música country cresceu 36% nos Estados Unidos de 2018 a 2019, de acordo com um relatório da MRC Data/Nielsen Music. Ainda, 54% dos ouvintes da American Country Radio P1  relatam usar o serviço todos os dias por meio de plataformas como Pandora, Spotify ou Apple Music.

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A nova presença de Schaffer e Whitney para chefiar o escritório do Spotify em Nashville será acompanhada de perto pela indústria da música country - especialmente porque os fluxos digitais se mostraram muito mais integrados ao crescimento de novos artistas do que o rádio, pois esse sofreu um declínio acentuado tanto por gastos com publicidade como pela atenção cultural. 

Nos últimos anos, as gigantes do rádio iHeartMedia e Cumulus declararam falência, embora a primeira alegou decisão estratégica de reorganização interna. Enquanto isso, de 2015 a 2019, o total de fluxos de áudio sob demanda em plataformas como o Spotify mais do que quintuplicou de 137,3 bilhões para 705,9 bilhões, de acordo com os relatórios da BuzzAngle.

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Com base no aumento do streaming e no enfraquecimento relativo do poder cultural do rádio terrestre de 2015 a 2020, o primeiro pode muito bem representar o futuro de um cenário de negócios notoriamente conhecido pela misoginia. 

Se empresas como o Spotify se esforçam em conjunto para buscar a paridade de gênero nos processos de contratação, há oportunidades para as mulheres desempenharem mais papéis como artistas e criadoras. Neste mundo, é a plataforma que detém as chaves para a descoberta de músicas definidoras da cultura.


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