Na época, entre os conflitos que envolviam cada um dos integrantes do icônico quarteto, McCartney foi o único a resistir em ter Phil Spector como produtor do disco
Redação Publicado em 27/02/2020, às 12h26
Os Beatles, no início dos anos 1969, haviam passado por grandes momentos de tensão. Desde os desentendimentos entre John Lennon e Paul McCartney até a ausência de Ringo Starr durante as sessões do The White Album.
Depois desses eventos, ninguém ficaria surpreso se George Harrison se distanciasse do grupo como fez em janeiro de 1969. Com isso, os ensaios e as filmagens do documentário Let It Be representavam um momento ruim para ele.
Embora o icônico quarteto já tivesse uma última grande conquista, o Abbey Road, eles ainda buscarma lançar o material do Let It Be no ano seguinte. Com a banda na linha de chegada por volta de 1970, John, George e Ringo aprovaram que Phil Spector terminasse o álbum. Porém, Paul foi o único resistente.
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Por isso, nos primeiros meses daquele ano, os Beatles se dividiram em dois lados: aqueles que aceitavam Allen Klein como o novo empresário da banda (John, George e Ringo) e quem não (Paul). Tendo isso em vista, obter um resultado em que todos ficassem felizes seria impossível.
Paralelamente, Paul trabalhava no primeiro álbum solo, os Beatles tentavam cuidar das outras burocracias e Spector tentava finalizar o Let It Be. "Paul foi o único que disse que não queria Phil Spector envolvido. Porém, particularmente eu achei uma ideia muito boa", contou George em Anthology.
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Nos registros de gravação havia muitas horas de matéria-prima e Spector teve que dar o melhor de si com "Across the Universe" e (para o desgosto de Paul) com "The Long and Winding Road".
"Eu gosto do que o Phil fez, na verdade", conta Ringo. "Ele colocou a música em outro lugar."
Lennon também concordava com Ringo: "[Spector] sempre quis trabalhar com os Beatles, e ele recebeu as coisas mais mal gravadas com um sentimento péssimo na época, e ele fez algo com isso, foi realmente um ótimo trabalho".
Durante as entrevistas para o projeto Anthology, nos anos 1990, Paul insistia o quanto não suportava Let It Be. "Ouvi a versão do Spector recentemente mais uma vez e parecia terrível".
"Prefiro o som original que é exibido no Anthology 3". Ao longo dos anos, isso não mudou. Após a virada do século, Paul teve engenheiros nos estúdios de Abbey Road escavando as fitas originais e dando outra cara para o álbum. Dessa vez, Paul (com a aprovação de George e Ringo) insistiu que as fitas saíssem como ele originalmente queria.
Em 2003, o Let It Be ... Naked finalmente foi lançado. Enquanto a maioria dos críticos sentiu uma melhora em relação ao original, os fãs tiveram reações mistas. Alguns preferiram viver com as versões que cresceram ouvindo.
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De qualquer forma, Paul pode ficar tranquilo ao saber que finalmente conseguiu o que queria.
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