A história por trás de "Yesterday" é peculiar, mas iniciou uma prática que se tornaria comum nas gravações do quarteto
Redação
Publicado em 14/06/2019, às 10h36"Yesterday" é, além de um dos maiores clássicos atemporais do Beatles, uma composição com uma história um tanto quanto peculiar e que deu início a uma prática que viria a se tornar comum na trajetória da banda: a gravação de músicas sem a presença nem a participação obrigatórias de todos os integrantes.
A faixa do disco Help!, de 1965, foi composta por Paul McCartney e gravada pelo músico sem qualquer ajuda de John Lennon, George Harrison ou Ringo Starr. Mas por que? A resposta é até que bem simples: porque nenhum deles conseguiu pensar em uma forma de deixar a música melhor do que o amigo já havia feito.
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Todos tentaram, mas sem êxito. Ringo tentou encaixar uma bateria, George tentou algumas guitarras e John até arriscou um órgão para acompanhar, mas nada satisfez o quarteto.
Em um certo momento, o produtor George Martin sugeriu que Paul tentasse então tudo sozinho, apesar de, na época, ser contra gravações solo para a banda. Mas ninguém contestou e, assim, o baixista continuou a saga sem os outros, em busca de algo mais que combinasse com essa melodia que lhe havia aprecido em um sonho: e era preciso ser mais grandioso que o acompanhamento de duas guitarras.
E foi Martin, com mais uma ideia salvadora, que sugeriu a participação de um quarteto de cordas para completar o arranjo.
Apesar de ser um clássico, McCartney já disse em entrevistas que os Beatles tiveram um pouco de vergonha de lançar a música, porque não era rock o suficiente. Ainda bem que essa barreira foi superada.
Mais para o fim da carreira da banda, a ideia de gravar faixas sem a participação de todos se tornou mais aceitável e também frequente. "Blackbird" e "Why Don’t We Do It in the Road", ambas do White Album, foram gravadas, respectivamente, por Paul sozinho e por ele e Ringo. "The Ballad of John and Yoko" também foi uma colaboração apenas de Lennon e Paul.
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