O grande autor de terror detesta a adaptação de 1980, apesar do filme ser adorado por crítica e público
Redação Publicado em 10/11/2019, às 18h00
Stephen King teve vários dos livros dele adaptados para o cinema. Somente em 2019, quatro obras foram para as telonas: O Cemitério Maldito, It: Capítulo Dois, Campo do Medo e Doutor Sono, a continuação do clássico O Iluminado.
King é conhecido por tentar sempre enxergar o melhor nas adaptações cinematográficas dos títulos dele, mesmo quando o filme não é tão bom assim, exceto no caso do filme de Stanley Kubrick de 1980, apesar desta versão de O Iluminado ser adorada pela crítica e considerada uma o obra-prima do diretor.
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Mas por que será? King ao longo dos anos apresentou diversos argumentos bem construídos sobre a falta de qualidade e a antipatia que o longa de terror o causou. Reunimos as principais críticas dele, confira.
Stephen King torceu o nariz para a caracterização dos personagens de O Iluminado, principalmente Jack Torrance e Wendy Torrance, interpretados por Jack Nicholson e Shelley Duvall. Para o autor, Jack é um homem comum que ama a família e lentamente se rende a loucura, coisa que Nicholson não representa.
King diz que o Jack Torrance do filme já começa quase louco, prestes a explodir a qualquer momento, o que fica ainda mais exacerbado na interpretação de Nicholson. Já o autor elogiou Shelley Duvall como “impressionante e comprometida”, mas a representação de Wendy no filme é uma personagem fraca, na opinião dele: “Ela está lá basicamente só para gritar e se comportar de maneira estúpida. E essa não foi a mulher que escrevi.”
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Stephen King diz que o longa não tem compaixão pelos personagens. No livro, ele os descreve como uma família problemática sim, mas que se ama e tenta fazer a coisa certa. O filme altera as índoles dos personagens, principalmente de Jack, e se torna uma experiência “mórbida, superficial e falsa” nas palavras do próprio King.
A obra se destaca entre as dezenas de livros de King pela batalha de Jack Torrance contra o alcoolismo, além disso o personagem é um autor fracassado que agride a família em momentos de fraqueza.
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Esse retrato era o que King tinha medo de se tornar. Atualmente sóbrio há muitos anos, King viveu uma batalha contra o vício na bebida e temia machucar a própria família se perdesse o controle. No livro, apesar de tudo Jack encontra a redenção, ao contrário do filme, que distorce esse auto-retrato que o autor fez e o transforma em um completo monstro.
Na obra, apesar de atormentado pelos vícios e os espíritos do Hotel Overlook, Jack permite que a família fuja dele, se sacrifica e obtém a redenção. No filme, o personagem morre congelado tentando perseguir a mulher e o filho. O desfecho, para King, deixa a história niilista demais, o que não o agradou.
O veredito final de Stephen King sobre O Iluminado de Kubrick foi dado em 2006: “É um Cadillac sem motor. Você não pode fazer nada a não ser admirá-lo, como uma escultura. O propósito principal foi retirado: contar uma história.”
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