Os goianos do Boogarins representaram o Brasil na abertura da apresentação dos britânicos, em evento organizado pela Balaclava Records
Ana Luiza Ponciano Publicado em 01/03/2018, às 15h53 - Atualizado às 22h12
Seis anos depois de sua última vinda a São Paulo, o Primal Scream reuniu cerca de 1,8 mil pessoas no Tropical Butantã. O show, que começou às 21h30, meia hora depois do marcado, foi precedido por uma amostra da excelente fase da música psicodélica brasileira, muito bem representada pelo grupo de Goiânia Boogarins. Os integrantes fizeram uma performance de uma hora e se mostraram empolgados com a oportunidade de fazer parte daquele momento e integrar, de certa forma, o quarto show dos britânicos no Brasil.
A história do Primal Scream começa em 1982, ano em que provavelmente muitas das pessoas presentes não estavam ainda vivas ou com idade suficiente para tomar grandes decisões. Entretanto, eles estavam determinados a tomar grandes decisões. Bobby Gillespie precisou decidir entre sua carreira como baixista do Jesus and the Mary Chain e sua nova banda. Em 1986, Gillespie optou por abandonar o baixo e focar no Primal Scream, seu projeto pessoal. O grande momento da banda veio em 1991, com o disco Screamadelica, o terceiro do grupo.
No show de São Paulo, logo de cara Gillespie e sua banda desfalcada – sem a baixista Simone Butler, que está gripada, e sem o coral,
que não viajou com eles, porém com muita energia – mandaram “Slip Inside This House”. A cover da banda psicodélica texana The 13th Floor Elevators foi regravada em Screamadelica, álbum mais conhecido do PS e que esteve bem presente no show, como era de se esperar. Depois ainda vieram mais cinco faixas: “Movin' On Up”, “Higher Than The Sun”, “Come Together”, “Loaded” e “Higher Than The Sun (A Dub Symphony In Two Parts)”.
O frontman, em seu deslumbrante traje vermelho que foi estrategicamente tirado em “Tripping on Your Love”, mostrou toda a sua presença de palco para compensar a ausência do restante dos músicos da banda. Essa canção, ao lado de “100% or Nothing”, sintetizou a atmosfera do novo disco, Chaosmosis, e do que foi a noite.
Até o fim, o vocalista segurou o show com apenas quatro pessoas como se houvesse uma sinfonia por perto; e, assim, manteve,o público hipnotizado o tempo todo. A energia veio com tudo no final com as clássicas “Come Together” e “Movin’ On Up”, que ecoaram pelo bairro, fazendo jus à fama do Primal Scream e fechando uma noite memorável.
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