“A minha esperança é que os fãs voltem e deixem no passado o que ficou para trás”, diz o atual showrunner da série; os novos episódios estreiam nesta sexta, 7
Bruna Veloso Publicado em 06/09/2018, às 11h28 - Atualizado às 11h45
Depois das elogiadas primeiras temporadas de Demolidor, Jessica Jones e Luke Cage, a parceria entre Marvel e Netflix sofreu seu primeiro baque com Punho de Ferro. Lançado em março de 2017, o programa parece ter sido feito às pressas, como que apenas para possibilitar o lançamento de Defensores, que reúne os quatro heróis. A missão na segunda temporada, que estreia em 7 de setembro, não é nada fácil: transformar uma série insossa, liderada por um protagonista chato, em algo à altura das outras três. Essa premissa rogaria basicamente começar do zero. E parece que é isso que a equipe envolvida no projeto tentou fazer, a começar pela escolha de um novo showrunner, Raven Metzner (Sleepy Hollow e Heroes Reborn).
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“Eu li os comentários e as críticas. Fãs são uma parte importante do processo e todos têm direito a uma opinião”, diz Metzner a um grupo de jornalistas da América Latina, reunido no Brooklyn, Nova York, para uma visita ao set de Punho de Ferro. “A minha esperança é que esses fãs voltem para assistir à segunda temporada e deixem no passado o que ficou para trás.” Nada de muito consistente sobre as tramas da nova leva de episódios foi revelado até o fechamento deste texto, mas sabemos que Danny Rand (interpretado por Finn Jones) caiu em si e percebeu o quão péssimo foi em sua função como Punho de Ferro (cujo trabalho é ser guardião de um monastério secreto). Também veremos ele e Colleen Wing (Jessica Henwick) investindo na vida de casal. “Em termos de sets, a única coisa que tem similaridade com a primeira temporada é o dojo onde a Colleen treinava”, revela o designer de produção Patrick Howe. “Colleen quer aposentar a katana e deixar de dar aulas de artes marciais, então transforma o dojo em um espaço para morar com Danny.”
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Joy Meachum (Jessica Stroup) deve ganhar mais destaque ao lado de Davos (Sacha Dhawan), como indicou o final da temporada passada. No conjunto de sets em Nova York, visitamos o novo apartamento de Joy, que tem um diferencial em relação aos demais sets – não fosse a falta de um banheiro de verdade, seria perfeitamente plausível como moradia real. “Deixamos elementos industriais, mas também colocamos elementos que mostram que ela é bem-sucedida financeiramente”, explica Howe. “Na hora de criar [esse espaço], foi importante mostrar como ela está independente, de um jeito bem diferente do que vimos antes.”
O complexo criado no Brooklyn abriga as gravações das séries dos quatro Defensores. Há depósitos de figurinos, sets de diferentes ambientes mostrados nos programas, escritórios da produção… Um verdadeiro paraíso para os fãs do universo televisivo da Marvel. Na mesma região, há uma academia na qual o novo coordenador de lutas de Punho de Ferro, Clayton Barber, treina os atores principais, secundários e dublês. Barber, ex-membro da equipe de tae kwon do dos Estados Unidos, é um mestre em transformar astros de cinema em lutadores reais (ou algo muito próximo disso). Foi ele quem treinou Chadwick Boseman, Michael B. Jordan e Lupita Nyong’o para Pantera Negra, por exemplo. “Um dos meus objetivos é incentivar os atores a fazer a maior parte das coisas. Nessa série, você vai ver 90% da ação sendo feita pelos atores e não por dublês”, afirma. Isso é algo essencial para um programa baseado em Punho de Ferro, já que essa é uma das HQs mais centradas em artes marciais asiáticas em toda a produção da Marvel. A entrada de Barber promete ajudar a conquistar os fãs que acharam que, em comparação às demais séries, Punho de Ferro pecou em relação à beleza e à credibilidade das cenas de ação.
O fato de Raven Metzner ser um apaixonado pelo personagem também parece promissor. “Acho que tinha 13 anos quando li Punho de Ferro pela primeira vez”, conta o showrunner. “Eu não conhecia quadrinhos de artes marciais e um amigo me apresentou. Lembro de me apaixonar por toda a ideia de heróis de artes marciais.” Metzner acredita que, entre os quatro Defensores, a história de Danny Rand é a que tem a capacidade de atrair um público mais amplo. “Todos os personagens do universo Marvel na Netflix têm suas próprias especificidades, mas Danny é o mais novo, é o que tem um relacionamento amoroso. Acho que o poder que ele tem carrega uma sensação diferente das habilidades dos outros Defensores.”
O fato de Danny ser mais jovem, mais otimista no geral e ligado à filosofia budista de fato traz um tom menos sombrio a Punho de Ferro. A Netflix não divulga dados sobre audiência de seus programas originais, mas estudos independentes apontam que a série atraiu um público de faixas etárias mais baixas se comparado ao das audiências de Demolidor, Jessica Jones e Luke Cage.
Se por um lado o público é mais jovem, por outro espera-se que Danny tenha crescido. Em diversos momentos nos episódios anteriores, o fato de ele ter passado 15 anos distante da sociedade fez parecer que não houve brecha para amadurecimento. Metzner dá a entender que, sim, veremos um Danny diferente. “Eu tinha muitas questões sobre esses personagens quando assisti à primeira temporada”, diz. “Queria saber mais sobre eles, e espero que o público também queira. Iremos mais fundo no passado deles, nos relacionamentos.” Uma coisa que o público da Marvel geralmente quer são easter eggs, e Metzner, como fã dos quadrinhos, promete que nesse quesito os telespectadores não vão se decepcionar. “Fui muitas vezes ao escritório do Jeph Loeb [vice-presidente executivo da Marvel Television] para convencê-lo a usar algo, e acho que ele foi muito generoso. Se você é fã, há muitos momentos nessa série que vão te fazer sorrir.”
Assista abaixo ao trailer da segunda temporada.
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