Estreia nesta segunda, 27, às 22h, no GLOBOSAT HD, a série The Killing – A História de um Assassinato; leia entrevista com a produtora-executiva
Stella Rodrigues Publicado em 27/02/2012, às 19h52 - Atualizado às 20h34
Um thriller em episódios. Um assassinato de uma garota e a comunidade chocada com o crime. Somando uma dose de esquisitice, essa é a trama de Twin Peaks, série de sucesso de David Lynch. Mas a garota em questão – cheia de segredos que são revelados após sua morte brutal – nasceu nos países nórdicos. Mais de 20 anos depois da criação do consagrado diretor norte-americano, um canal de TV da Dinamarca colocou no ar uma história que remete ao mistério a respeito da morte da personagem Laura Palmer, mas que mantém parcialmente a linha das séries investigativas atuais – mais tecnologia e menos idiossincrasia nos personagens.
The Killing – A História de um Assassinato (ou Forbrydelsen no original) estreia nesta segunda, 27, às 22h no canal pago GLOBOSAT HD. A bem-sucedida produção local se tornou o primeiro título da televisão dinamarquesa a chamar a atenção de produtores dos Estados Unidos e a ganhar um remake no mercado norte-americano (muito maior). Pelo menos é o que garante Piv Bernth, produtora-executiva do original. Em entrevista à Rolling Stone Brasil, Piv listou aspectos do programa que acredita terem cativado igualmente públicos de países tão diferentes. “É uma boa história de crime, com muito suspense e, além disso, é um thriller focado nos personagens, o que é bastante incomum”, ela explica. O drama reconta a história de uma garota que foi assassinada, Nanna Larsen, o rombo que ela deixa na família e na escola, e acompanha a investigação policial que se segue. “Uma trama de pais e seu luto é algo novo nesse tipo de história. A tagline é: nós dependemos um do outro – o que você fizer terá influência na vida das outras pessoas.”
O piloto foi reproduzido com bem poucas diferenças pelos norte-americanos. Então, quem acompanhou a primeira temporada do remake (exibido nos Estados Unidos entre abril e junho do ano passado) poderá cantar as falas dos personagens. A estrutura do original europeu é semelhante ao ponto de ter cometido o mesmo “disparate” (na opinião daqueles que dominaram os Treding Topics do Twitter com o assunto quando o último episódio norte-americano foi ao ar): encerrar a primeira temporada sem revelar quem era o assassino. Nos Estados Unidos, até hoje a dúvida está no ar, sendo que a segunda temporada só começa em 1 de abril, no canal a cabo AMC. Na Dinamarca, a primeira temporada teve dois blocos, de dez episódios cada, exibidos com alguns meses de diferença entre eles, o que gerou o mesmo buzz curioso de “quem matou a garota Larsen?”.
No mais, a estrutura segue a tradição das séries investigativas – com a diferença de escolher o caminho um pouco menos navegado de fazer o mistério durar uma temporada toda, em vez de apenas um episódio. “Queríamos acompanhar a investigação dia a dia, no seu ritmo natural. Foi fascinante perceber o quão extremamente complexo é o trabalho policial, em todos os aspectos”, afirma Piv. “A decisão de seguir um caso de assassinato em 20 episódios foi tomada porque ficamos entediados com os dramas criminais comuns, com um assassinato por episódio. Achávamos previsível demais.”
O formato, claro, não era inédito. E os aspectos semelhantes da garota Larsen com Laura Palmer fizeram com que as comparações surgissem quase instantaneamente. Especialmente conforme a temporada corre e revela-se que a garota comportada e de família esconde segredos que ninguém poderia imaginar. “David Lynch certamente foi uma inspiração. Um cineasta incrível como ele sempre é, na verdade. Mas a história nasceu do desejo de contar o que acontece com as pessoas quando elas são tiradas do caminho que elas planejaram”, encerra.
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